Modernização da escola travada pelo Governo
A comemorar o 25.º aniversário, a Associação de Pais e Encarregados de Educação (APEE) da Escola Secundária de Ferreira Dias, em Agualva, continua à espera da prenda mais desejada: a requalificação do estabelecimento de ensino. Previstas no âmbito do plano da modernização das escolas do Ensino Secundário, as obras de requalificação acabaram por não avançar e a mudança de Governo, que suspendeu novas intervenções da empresa Parque Escolar até à realização de uma auditoria, defraudou as expectativas da comunidade educativa da Ferreira Dias. O presidente da APEE, Álvaro Silva, já definiu como objectivo, para o corrente ano lectivo, trazer à escola o primeiro-ministro Pedro Passos Coelho e o ministro da Educação, Nuno Crato, para sensibilizar os governantes para o estado de degradação do estabelecimento de ensino. "Há salas que estão em muito mau estado, casas de banho em mau estado, é uma escola com 52 anos", adiantou este responsável da APEE, à margem da cerimónia comemorativa dos 25 anos da associação, na passada quinta-feira. Para Álvaro Silva, apesar da contenção orçamental decorrente do défice das contas públicas, há investimentos que justificam a adopção de excepções. "Compreendemos perfeitamente as medidas de austeridade, mas há casos e casos; não fazer obras aqui pode ter consequências imprevisíveis: temos alguns tectos em muito mau estado", frisou este dirigente do movimento associativo de pais, que aponta o dedo à Parque Escolar na definição de prioridades de intervenção nos estabelecimentos de ensino, em todo o país. "Foram requalificadas escolas em muito melhor estado, construídas há muito menos tempo, e a Ferreira Dias, que devia ter ficado na 1.ª fase, passou para a 2.ª e nem sequer na 3.ª ficou, mesmo com o projecto aprovado", acentuou Álvaro Silva, que considera estarmos perante "um tratamento de desigualdade". Apesar do empenho da direcção da escola, "há muitas dificuldades em concretizar obras de manutenção" e "estar a remediar com pequenas obras, não resolve, efectivamente, o problema e acaba por se gastar mais dinheiro". Se as obras de requalificação não avançaram na escola de Agualva, muitos alunos estão a ser prejudicados por outros trabalhos, os de requalificação da estação de Agualva-Cacém, que também já ultrapassaram os prazos de execução. Os acessos à estação não são os melhores e há quem arrisque a vida ao atravessar o túnel da Avenida dos Bons Amigos. Também nesta situação, a APEE da Escola Secundária de Ferreira Dias está preocupada não só com a deficiência dos acessos, como com a propensão para os assaltos em função da deficiente iluminação. "Temos muita urgência em que essas obras sejam concluídas", frisa Álvaro Silva. Com1750 alunos em período diurno e 300 à noite, a escola devia estar em obras desde o início do último ano lectivo, em Setembro de 2010, confirmou ao JR a directora Leonídia Cunha. "Um dos motivos das obras não avançarem foi a necessidade do curso de água, que passa na escola, ser desviado para o exterior, o que atrasou a elaboração do projecto e, com esse atraso, o contexto político alterou-se e as obras da Parque Escolar foram suspensas", lamenta a directora da Escola Secundária de Ferreira Dias, que, no entanto, expressa "a esperança" de que as obras possam avançar logo que haja uma decisão política, porque "o projecto está pronto e tudo preparado na Parque Escolar para se avançar com as obras". "Temos esperança de que, logo que o Ministério decida avançar com as obras da Parque Escolar, inclua a Ferreira Dias nas empreitadas a executar", salienta a docente, que acentua que algumas escolas já intervencionadas têm metade do tempo de existência do estabelecimento sintrense. "Temos mais de 50 anos e não temos tido nem 900 ou 1000 alunos. Chegou a haver, na década de 80, vários anos em que tínhamos à volta de sete mil alunos", frisa Leonídia Cunha, que destaca o "grande serviço público" prestado pela Ferreira Dias. Os espaços mais problemáticos são os reservados à prática desportiva, "porque as portas de vidro e madeira estão em péssimo estado". A nova Ferreira Dias, com base num projecto do ateliê de arquitectura Risco, será "um edifício lindíssimo, moderno, com uma entrada que enriqueceria esta zona da cidade, uma biblioteca junto à entrada, virada para a comunidade, e um auditório também aberto à comunidade", realça Leonídia Cunha, com a nova escola a ter capacidade para 70 turmas e todas em regime normal.
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário