quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Boas Festas

Estes são os votos de toda a equipa do Jornal da Região para os seus leitores, anunciantes e amigos. Aproveitando a quadra festiva, efectuamos uma pequena pausa e prometemos regressar a 13 de Janeiro, prontos para um novo ano cheio de grandes notícias.

CORROIOS Ajuda para quem mais precisa

Ver edição completa Projecto solidário garante alimentos a 85 pessoas Enquanto há famílias a passar fome, muitos restaurantes são obrigados, ao fim do dia, a deitarem para o lixo refeições excedentárias. “Sempre me questionei se isto era justo”, lembra Adriana Ribeiro. Entretanto, tomou conhecimento de um projecto em Setúbal que recolhia alimentos nos restaurantes e os distribuía por pessoas carenciadas e foi ver como funcionava. Depois decidiu transportar este apoio solidário para Corroios e, há cerca de um ano, o projecto “Servir um Sorriso” começou a alimentar cerca de 25 pessoas. Hoje são 85 os beneficiários desta medida que conta com o apoio de voluntários, comércio local e várias instituições. “Gostaria que um dia não fosse preciso fazer este trabalho, mas cada vez mais pessoas dependem deste projecto para terem uma refeição”, comenta Adriana Ribeiro, que conta ter ouvido muitos “não” quando começou a contactar com os primeiros restaurantes, pastelarias e minimercados da zona para contribuírem na ajuda a quem passava fome. “Hoje o comércio local está muito mais disponível para contribuir”, e três vezes por semana, cerca de quinze proprietários de lojas de produtos alimentares cedem refeições excedentárias aos voluntários do projecto que fazem a recolha. À segunda, quarta e sexta- feira, grupos de dez voluntários dividem-se, percorrem as lojas para angariar bens destinados a alimentar quem precisa. “Actualmente temos cerca de 50 voluntários que fazem a recolha de alimentos e os distribuem”, explica a coordenadora deste projecto que já abraça outros níveis de apoio social. “Tivemos de alargar a estrutura e prestamos também apoio com distribuição de roupas, apoio psicológico e outros problemas de saúde”. A reinserção no mercado de trabalho tem sido outra das preocupações do “Servir um Sorriso” uma vez que muitos dos que procuram apoio caíram repentinamente no desemprego. “Temos muitas pessoas que trabalhavam na construção civil e até tinham uma vida equilibrada, mas com a quase paragem deste sector ficaram sem meios de subsistência”. Daí “necessitarem de ser orientadas para regressarem ao mercado de trabalho”. Com este esforço a ser cada vez mais conhecido pela comunidade “há quem contacte com o projecto com propostas de emprego”. Esta nova pobreza é também apontada por Nuno Gonçalves, presidente da associação “Ao Encontro de um Sorriso” que, conjuntamente com as paróquias de Corroios e de Vale Milhaços e os escoteiros de Corroios, apoiou o projecto coordenado por Adriana Ribeiro. “Estão a surgir muitas famílias que tinham uma vida estável, mas em consequência da crise económica e financeira do país perderam a capacidade de responder aos seus encargos”. O que se verifica é que as pessoas “para poderem continuar a ter uma casa ficam sem dinheiro para comer, por isso recorrem à ajuda deste projecto”. Aliás, o projecto “Servir um Sorriso” acaba por ser uma resposta mais imediata para pessoas com maior carência, uma vez que a associação mantém em campo o programa “Alimentar um Sorriso”, em conjunto com a Paróquia de Corroios, direccionado para o apoio solidário às famílias. “Uma vez por mês distribuímos um cabaz de alimentos a cerca de 200 pessoas”, refere Nuno Gonçalves, sendo estas “indicadas pela Segurança Social”, que também apoia o programa.

MISERICÓRDIA DE OEIRAS ‘Há cada vez mais pessoas em dificuldades’

Ver edição completa Pedidos de redução e isenção de prestações em crescendo nos jardins-de-infância da instituição Sinal da crise instalada, estão a aumentar significativamente os pedidos de isenção e de redução das prestações nos 16 jardins-de-infância tutelados pela Santa Casa da Misericórdia de Oeiras (SCMO). Há mais de três anos que os “apertos” se fazem notar, mas de 2009 para 2010 o número de pedidos aumentou 10% no primeiro caso e cerca de 25% no segundo. “Era um fenómeno pequeno e já começa a ter algum significado”, reconheceu ao JR Eduarda Godinho, provedora daquela instituição, não escondendo que “a nossa previsão é que 2011 ainda será pior”, ou não fossem as entidades de solidariedade barómetros da situação da sociedade. Além da solicitação para o “alívio” das prestações, há outra situação em crescendo a preocupar quem tem por missão ajudar quem mais precisa. É que esse objectivo é mais difícil de atingir quando os próprios interessados, por vergonha em relação a um quotidiano a que não estavam habituados, fazem o possível por esconder as suas reais necessidades... “Muitas vezes, acabamos por saber desses problemas pelas crianças, pelo seu comportamento, pelo que dizem na sua inocência, pela alteração nas rotinas alimentares”, explica a provedora, adiantando que à ocorrência desse tipo de situações não é alheia a localização de cada um dos jardins-de-infância (JI). “Mas acontecem agora mais onde antes poucos casos se verificavam, enquanto onde não havia nada a registar passaram a surgir algumas situações para resolver”. Refira-se que a SCMO gere 15 JI no concelho de Oeiras e mais um na Amadora, abrangendo um total de 1750 crianças – sendo a Misericórdia do país (não contando com a congénere de Lisboa que tem uma estrutura de gestão diferente) que mais estabelecimentos destes tem a seu cargo. E mesmo assim, mais houvessem... “O concelho de Oeiras é relativamente jovem e onde temos listas de espera grandes é nos jardins-de-infância! Se tivéssemos mais sete ou oito...”, confirma Eduarda Godinho, depositando esperanças na “promessa do presidente da Câmara de que quando forem concluídas as novas escolas, as antigas ser-nos-ão cedidas para podermos aumentar a nossa actividade”. Se para o funcionamento dos JI a SCMO ainda recebe apoios do Estado, já o mesmo não se verifica nos dois centros de acolhimento aos sem-abrigo que a instituição gere, um em Algés e outro em Paço de Arcos, e que representam um gasto anual de 50 mil euros. E também aqui os efeitos da crise se têm notado, sobretudo por via dos cortes do Governo em subsídios de sobrevivência. Outra área em que a SCMO presta auxílio é na distribuição semanal de alimentos do Banco Alimentar Contra a Fome. “Pagar a renda ainda é a última coisa que as pessoas em dificuldades querem deixar de fazer porque é o seu porto de abrigo. Como o rendimento disponível já está canalizado para a renda, água e luz, algumas pessoas ficam mesmo em risco de fome e para o evitar vêm-nos pedir alimentos”, conta a provedora. Ainda assim, não se pode dizer que tenha havido um aumento dos pedidos de alimentos na Misericórdia – que apoia perto de 200 famílias, actualmente – até porque essa distribuição é feita, no concelho de Oeiras, por uma grande variedade de instituições. Quanto à faixa etária mais avançada, a SCMO gere um centro de dia (S. Vicente de Paulo, em Paço de Arcos) e um centro de convívio. A acção social inclui, ainda, um grupo de visitadores no Hospital/ /Prisão S. João de Deus, em Caxias, composto exclusivamente por voluntários (cerca de 50), e a cedência de um espaço, nas instalações da instituição em Paço de Arcos, para acolher mães solteiras no âmbito da cooperação com a Ajuda de Mãe.

Cadeiras mal usadas são um perigo

Ver edição completa Governo Civil e APSI ensinam condutores a transportar crianças Iniciativa do Governo Civil de Lisboa, em parceria com a Associação para a Promoção e Segurança Infantil (APSI), a campanha de sensibilização para o uso correcto de cadeirinhas de bebés e crianças nos automóveis abordou dezenas de pais que visitavam centro comercial Dolce Via Tejo. Porque estamos na época de Natal, em que muitas famílias se deslocam em viagem e numa altura em que se oferecem cadeirinhas de transporte, três técnicas da APSI permaneceram no parque de estacionamento daquele centro comercial, no último fim-de-semana, dando indicações e sugestões para uma viagem mais segura, sobre a correcta instalação de uma cadeira e quais os equipamentos mais adequados a cada criança. De acordo com Sandra Nascimento, presidente da APSI, a divulgação foi feita através de panfletos distribuídos no centro comercial e em creches situadas nas redondezas, assim como através da Internet, no sentido de atrair mais pessoas porque “ao vivo é melhor do que dar uma explicação por telefone”. Esta responsável referiu ainda a importância da sensibilização “numa altura em que se fazem muitas viagens e em que se compram cadeirinhas, nomeadamente para oferecer”. Alessandra Campos pôde testemunhar isso mesmo, com dois filhos, de 4 anos e duas semanas, desconhecia que a cadeira que transporta o mais velho estava mal instalada. “As instruções são insuficientes e nós achávamos que estava tudo bem”, adiantou. Esta mãe, agora com mais certezas quanto ao transporte dos seus filhos, considerou “muito positiva” a iniciativa, entendendo que “se deveria realizar em mais locais e mais vezes”. Patrícia Henriques e Nelson Semedo, respondendo ao apelo dos cartazes da APSI, onde se pode ler “transporta bem as suas crianças no carros?”, resolveram pedir mais informações. “Nunca sabemos se tudo o que fazemos é suficiente e o mais correcto”, afirmou Nelson Semedo, acrescentando que “é muito importante a segurança do nosso filho com dois anos e oito meses, uma vez que fazemos todos os meses viagens de cerca de mil quilómetros”. O governador civil de Lisboa, António Galamba, revelou que esta é “uma campanha inserida num conjunto de iniciativas desenvolvidas pelo Governo Civil, no âmbito da prevenção Rodoviária”. António Galamba acrescentou também que o objectivo da campanha de sensibilização é contribuir para “a segurança no transporte das crianças”. Segundo a APSI, a taxa de eficácia das cadeirinhas, quando bem utilizadas, é superior a 90 por cento e a utilização das cadeirinhas voltadas para trás até aos 4 anos pode salvar a vida de 9 em cada 10 crianças, em caso de acidente.

Recordar Carlos Paião

Ver edição completa Exposição patente, até 13 de Março, no Espaço Memória do Teatro Experimental de Cascais O Espaço Memória do Teatro Experimental de Cascais (TEC) tem patente, até 13 de Março, uma exposição dedicada a Carlos Paião, que conta com recordações inéditas cedidas pelos pais, familiares e amigos do cantor que morreu em 1988. Inaugurada no passado dia 8 de Dezembro, com a presença dos pais, a exposição “Carlos Paião, Compositor e Intérprete” é composta por várias fotografias em momentos da infância, ambiente familiar e em espectáculos. A par das imagens, ainda é possível ver o piano e a viola com os quais Carlos Paião criou alguns dos seus maiores sucessos. A inauguração contou com uma interpretação de alguns temas de Carlos Paião pelos alunos da Escola de Teatro e foi aproveitada também para a entrega do “Prémio Carlos Paião”, instituído pelo TEC, a Rui Veloso, pelos seus 30 anos de carreira, e a Herman José, por ser “um grande divulgador do trabalho de Carlos Paião”. João Vasco, professor da Escola de Teatro de Cascais e organizador da exposição, salientou que “Rui Veloso é um intérprete notável e muito humano. Este prémio é pelos seus 30 anos de actividade e pela sua brilhante vida artística”. Na ocasião, Rui Veloso aproveitou para contar “uma pequena história”: “Em 1979, na Rua Nova de Almada, havia uma sala com um piano. Em miúdo fui para a sala de espera e estava um miúdo ao piano que era o Carlos. Conhecemo-nos ali. Depois ficámos amigos e eu fiquei fã dele, foi um compositor muito profícuo e popular, com canções à Beatles, como o Pó de Arroz”. Herman José foi outro dos premiados distinguidos com uma peça do escultor de Sintra, Moisés. O humorista e apresentador não esteve presente para receber o prémio,mas deu o seu testemunho. “O Carlos Paião mantém-se mesmo depois da sua morte física. Meu companheiro de espectáculos ao vivo. Enquanto eu viver não há passagem de tempo que lhe apague a memória”, salientou. Na inauguração da exposição, esteve também presente o presidente da Câmara de Cascais, António Capucho, que realçou que Carlos Paião, “além de ser um grande cantor e músico, era um homem de grande mérito que deixa uma grande saudade”.

EDUCAÇÃO EM SINTRA Garantir a escola a tempo inteiro

Ver edição completa Investimento municipal de 13 milhões de euros O município de Sintra tem em curso um investimento de 13 milhões de euros na ampliação e requalificação de estabelecimentos de ensino do 1.º Ciclo e Jardim-de-Infância (JI). As primeiras ampliações, da EB1/JI de Fitares (Rio de Mouro) e da EB1 de São João das Lampas, foram concluídas na passada semana, enquanto as restantes intervenções vão estar concretizadas até meados de Fevereiro de 2011. As empreitadas foram visitadas, na última quarta e sexta-feira, pelo presidente da Câmara de Sintra, Fernando Seara, acompanhado por responsáveis da Educa, empresa municipal que assume a gestão do parque escolar do concelho. As intervenções mais significativas estão a decorrer na EB1/JI de Mem Martins n.º1, no Bairro de São Carlos, e na EB1/JI de Monte Abraão n.º1, com investimentos, em cada um dos casos, na ordem dos dois milhões e meio de euros. As diferentes intervenções têm por principal objectivo, frisa a Educa, "possibilitar a toda a população escolar a passagem de regime duplo a regime normal, permitindo assim que aos alunos seja ministrado o ensino atempo inteiro e acompanhado, facilitando a vida a alunos e respectivas famílias". Na EB1/JI de Monte Abraão n.º 1, uma escola que acolhe 680 alunos, as obras compreendem a construção de um novo edifício com 12 salas para o 1.º Ciclo e quatro salas para JI, cozinha e sala de refeições, num investimento que ascende a dois milhões e 465 mil euros. Esta intervenção compreende, ainda, a reabilitação dos actuais edifícios escolares, do campo de jogos e da sala polivalente. Com o mesmo objectivo de alargar a oferta da escola a tempo inteiro, está em curso a ampliação da EB1 Mem Martins n.º 1, no Bairro de São Carlos, que implica a construção de novo edifício com quatro salas de 1.º Ciclo, espaço de ginástica com balneários e instalações sanitárias. Neste caso, as obras englobam ainda a requalificação do campo de jogos e a criação de um circuito de aprendizagem de regras de trânsito, além da ampliação e reabilitação da cozinha e sala de refeições. Um investimento na ordem dos 2,5 milhões de euros. Ainda na freguesia de Algueirão-Mem Martins, a Educa está a promover a ampliação da EB1/JI da Cavaleira, com mais quatro salas para o 1.º Ciclo e duas para JI, num investimento de um milhão e 378 mil euros. Também a freguesia de Queluz está a beneficiar da construção de um novo edifício na EB1 de Queluz 2, com aumento de oito salas para 1.ª Ciclo e quatro salas de JI, uma sala polivalente/ginásio com balneários e uma sala de professores. O investimento de um milhão e 771 mil euros, com ampliação e requalificação da cozinha e refeitório, permite ainda "uma valorização do Ensino Especial", através de salas para Unidades de Educação Especial. Os responsáveis da Educa estimam que as obras estejam concluídas em final de Janeiro de 2011, o que se revela também essencial para resolver outra carência da freguesia: as actuais instalações do jardim-de-infância, situadas na Rua D. Fernando II, há muito que são apontadas como ideais para acolher o novo Centro de Saúde de Queluz, para substituir a velha unidade da Rua dos Lusíadas. Na vizinha freguesia de Belas, está em curso a construção de um novo edifício escolar na EB1/JI da Quinta da Fonteireira, com cinco salas para o 1.º Ciclo e uma para JI, que vai permitir o encerramento de uma sala no actual Jardim-de-Infância Belas n.º 1. Além de construção de ginásio para eventos desportivos e lúdicos, está previsto ainda uma galeria de ligação entre o novo e o actual edifício,com o investimento na ordem de um milhão e 238 mil euros. Na freguesia de Rio de Mouro, em Vale de Mourão, a EB1/JI vai dispor de quatro novas salas de 1.º Ciclo, uma sala polivalente para ginásio, novas salas de professores e da associação de pais e a ampliação do refeitório e cozinha, num investimento de um milhão e meio de euros. Em Fitares, a Educa deu por terminada a ampliação da EB1/JI, com duas novas salas e um módulo de ligação do novo pavilhão com o edifício principal. Os alunos de Fitares beneficiam ainda da requalificação do parque infantil, com a empreitada a ascender a cerca de 488 mil euros. Na zona rural, na freguesia de São João das Lampas, a EB1 de Bolembre está a beneficiar de uma intervenção, com criação de mais quatro salas de aula, cujo investimento ascende a um milhão e 283 mil euros. Na sede de freguesia, a EB1 de São João das Lampas já viu terminarem as obras, após um investimento de 480 mil euros, que dotou o estabelecimento de ensino de mais quatro salas e substituiu o revestimento da cobertura do telhado.

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Uma centena sem abrigo

Ver edição completa Pobreza aumenta drasticamente e até já há licenciados a dormir na rua Em Portugal, cerca de 2200 pessoas vivem actualmente na condição de sem-abrigo. O levantamento foi recentemente apresentado pelo Instituto de Segurança Social e identifica que na sua maioria são homens, portugueses, entre 30 e 49 anos, sendo que 90 por cento dos casos encontra-se na Grande Lisboa e Grande Porto. Este estudo aponta ainda que nos concelhos de Setúbal, Coimbra, Braga e Faro o número de pessoas sem tecto ou a viver em centros de acolhimento temporário está a aumentar. No concelho de Almada apesar de não existir um registo concreto que revele crescimento da população sem-abrigo, o vereador responsável pelo apoio social acredita que “poderá ter havido um ligeiro aumento”. António Matos reporta-se a um recente estudo desenvolvido pela AMI no âmbito do Conselho Local de Acção Social de Almada (CLASA), apresentado no plenário a 29 de Novembro. Segundo António Matos em Almada este estudo identificou “98 sem-abrigo”, sendo esta população predominantemente masculina, atravessa todas as idades e com vários níveis de formação. Curiosamente, entre os casos conhecidos quatro correspondem a pessoas licenciadas. Refere ainda o vereador que existe uma grande mobilidade entre a população sem-abrigo, uma vez que muitos são jovens com dependências. “Por vezes são identificados em Lisboa, outras em Almada ou mesmo no Seixal”. Uma condição que “não facilita o trabalho de acompanhamento destas pessoas”. Entretanto o vereador receia que este número possa aumentar em função da crise económica e financeira nacional. “A facilidade com que hoje em dia se perde o emprego pode colocar as pessoas rapidamente sem condição de responder aos seus encargos, nomeadamente manter uma casa”. Outra das consequências é a quebra da estrutura familiar. O enquadramento destas situações revela ainda que, na sua maioria, numa primeira fase conseguem o apoio de família e amigos mas acabam numa situação de sem tecto, vivendo em espaço público, alojadas em abrigos de emergência ou com paradeiro em local precário. “A situação de sem-abrigo normalmente é de longa duração e está sempre associada a problemas sociais”, comenta António Matos. No quadro da Estratégia Nacional para a Integração de Pessoas Sem-Abrigo 2009 – 2015, que prevê a constituição de Núcleos de Planeamento e Intervenção Sem-Abrigo, várias instituições do concelho criaram o núcleo de Almada, aprovado no plenário do CLASA e também pelos partidos políticos representados na vereação. Em termos gerais este núcleo para a integração de sem-abrigo tem por missão encontrar soluções para estas pessoas, que passam pela alimentação, alojamento e acompanhamento na saúde.O objectivo final é a sua reintegração social. “A situação de sem-abrigo é uma problemática multidimensional e exige intervenção intersectorial, ou seja as instituições públicas têm de trabalhar em conjunto com as instituições particulares de solidariedade social”, considera António Matos.

Acção Social 'é que não pode faltar'

Ver edição completa Freguesia de Paço de Arcos comemora 84 anos com algumas obras adiadas Paço de Arcos espera o próximo ano para ver cumpridas algumas obras importantes que estavam previstas para 2010 devido às restrições orçamentais e, também em nome da contenção, teve de entrar em acção de forma ainda mais decidida no que respeita a apoios sociais. “O auxílio a quem mais precisa é que não pode faltar”, frisou ao JR Nuno Campilho, responsável pela freguesia que esta terça-feira comemorou 84 anos, data assinalada com uma cerimónia de hastear das bandeiras na Junta e uma sessão solene que incluiu a entrega de medalhas a várias personalidades. Em jeito de balanço, o presidente da Junta local salientou ao nosso jornal que, apesar de a crise ter afectado o trabalho desempenhado – sobretudo, por via das limitações ao nível do protocolo de delegação de competências – “temos conseguido cumprir o essencial do nosso plano”. As excepções foram apenas três: o rearranjo dos dois parques infantis (o da Junta e o do Jardim Municipal) e a colocação de uma rampa de acesso para cidadãos com mobilidade reduzida numa urbanização da Terrugem. “Mas vamos executá-las, a todas, no início de 2011”, garante Nuno Campilho. Perante as limitações financeiras, obras há, de maior dimensão, para as quais a solução será uma de duas: “Ou a Câmara de Oeiras as pode assumir integralmente ou então passarão a ter uma execução mais dilatada no tempo”. Mas “não deixarão de ser concretizadas”. Como exemplos, o autarca referiu a reperfilagem da Rua Fonte de Maio, cujo estudo “está a ser feito e vamos propor à Câmara uma intervenção conjunta”; a alteração do sentido de trânsito no centro da freguesia; ou, ainda, o arranjo do talude junto à via-férrea, na Terrugem, tendo em vista a colocação de uma via aérea que permita o atravessamento pelos moradores da zona residencial junto ao Museu do Automóvel Antigo, garantindo-lhes acesso mais directo à Marginal e à praia. Outros projectos que continuam à espera de melhores dias são o Centro Cultural José de Castro e o novo edifício da Junta. Boa notícia, na óptica do nosso interlocutor, foi a concessão atribuída, finalmente, para recuperar o Palácio dos Arcos, adaptando-o a unidade hoteleira. Outra boa-nova na calha será a entrada em funcionamento do restaurante de apoio no Jardim Municipal, que se encontra fechado vai para dois anos. Finalmente, em termos de ajuda aos mais carenciados da freguesia, o autarca lembrou que vai começar a funcionar por estes dias a Loja Social, no Bairro Municipal do Alto da Loba. “Vamos fazer aí o prolongamento do Banco Alimentar, que já é feito pelas voluntárias Vicentinas, para 25 famílias que estão identificadas naquele bairro”, adiantou Nuno Campilho, acrescentando que a Junta vai, também, celebrar um protocolo com a Deco para, a partir de 2011, fazer atendimentos personalizados a famílias sobreendividadas.

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

ORÇAMENTO MUNICIPAL Participação popular foi positiva

Ver edição completa Documento aprovado com contestação do PSD A Câmara da Amadora (CMA) recebeu 163 propostas de munícipes para incluir no próximo orçamento camarário, recolhidas em reuniões realizadas em dez das onze freguesias do concelho e através da página da Internet do município. Se por um lado, em São Brás houve um maior número de sugestões, com 26 propostas, na Falagueira foi apenas apresentada uma através da Internet. Regeneração urbana e qualificação do espaço público é a área que mais preocupa os amadorenses, seguida dos transportes. O Orçamento Participativo arrancou a 11 de Outubro e prolongou-se a 12 de Novembro, com a realização das reuniões públicas nas freguesias do concelho. No entanto, na Falagueira por falta de participações, a autarquia acabou por não realizar a reunião. A vereadora Carla Tavares, responsável pelo pelouro na CMA, considera que “o balanço foi muito positivo, para uma primeira experiência. Em todas as reuniões que se realizaram recebemos propostas e apenas não se realizou na Falagueira porque os munícipes não compareceram”, considerou. A autarca revelou ainda que “tivemos uma franca adesão. Incluímos pelo menos duas propostas por freguesia no orçamento para 2011”. Mas se por um lado, na reunião da Falagueira não apareceram munícipes, em São Brás choveram propostas, dominadas pela requalificação urbana, como a construção de parques e requalificação do mercado Moinhos da Funcheira. Aliás, a regeneração urbana e qualificação do espaço público recebeu na totalidade 52 propostas, seguida das acessibilidades intra-municipais e ordenamento da circulação, com 39 sugestões deixadas pelos munícipes. Das 163 ideias, sugestões ou propostas registadas, 27 foram enviadas via endereço electrónico. As propostas foram remetidas aos serviços técnicos da Câmara, depois foram analisadas tecnicamente quanto à sua viabilidade de execução. Destas sugestões algumas já foram incluídas no documento das Grandes Opções do Plano e Orçamento para 2011, entretanto, aprovado, na semana passada, em reunião de executivo com o voto contra da coligação PSD/CDS-PP e a abstenção da CDU. A Câmara já tinha realizado um orçamento participativo, mas apenas junto das associações locais. A proposta final de orçamento será votada, esta quinta- feira, 9 de Dezembro, em Assembleia Municipal para vigorar a partir de 2011. O objectivo desta iniciativa foi a de “aproximar a população da política”, assim como “incrementar a participação democrática das populações”, referiu a autarquia em comunicado. As propostas feitas pelos munícipes foram seleccionadas “em função de critérios de relevância, contributo para o reforço da coesão social e territorial que constitui um objectivo estratégico de desenvolvimento do município e de racionalidade económica e financeira”, pode ler-se no documento.