terça-feira, 31 de janeiro de 2012

SINTRA Ligação à Estefânea adiada por litígio

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Diferendo entre autarquia e proprietários de prédio contíguo impede reposição da estrutura Já lá vão quase cinco meses desde que a Câmara de Sintra desmontou a ponte que servia de ligação pedonal entre a Portela de Sintra e a Estefânea a fim de proceder à sua reabilitação. Os trabalhos de reparação e tratamento anticorrosivo daquela estrutura metálica tinham uma duração prevista de 50 dias, pelo que, segundo anunciou na ocasião o vereador de Obras Municipais, Luís Duque, a passagem sobre a linha férrea seria reposta nos primeiros dias de Novembro. Porém, tal ainda não aconteceu, facto que está a causar alguma indignação entre os que habitualmente utilizavam a referida ponte. "Era muito utilizada pelos moradores da Portela, nas suas deslocações à zona comercial da Estefânea e, sobretudo, pelos utilizadores do parque de estacionamento junto ao Departamento de Urbanismo da Câmara de Sintra. Sem ela, estas pessoas, muitas delas idosas, têm de dar uma longa volta pela Avenida do MFA ou pela Desidério Cambournac", explica ao JR Armindo José Alves, funcionário de uma dependência bancária. "Deixava aqui o carro e chegava ao banco em cinco minutos. Agora, preciso de mais de um quarto de hora", lamenta. Um comerciante da Estefânea também garantiu ao JR que perdeu "dezenas de clientes" desde que "desmontaram a ponte". "As pessoas vinham da Portela à Estefânea para fazer compras ou beber um café e agora já não o fazem", alega. De resto, este comerciante, que solicitou anonimato, promete avançar com um abaixo-assinado "para exigir a reposição imediata" da referida estrutura. "A Câmara Municipal de Sintra e a Junta de Freguesia de Santa Maria e São Miguel têm de nos ajudar a sobreviver. Assim é que não dá", desabafa em jeito de lamento. Ponte está pronta, mas... Apesar da impaciência dos moradores e comerciantes da zona e do habituais utilizadores daquela passagem pedonal, situação verificada pelo JR durante a tarde da passada quinta-feira, quando visitámos o local, a reposição da estrutura poderá estar longe de acontecer. É que, segundo apurámos, há um diferendo entre a Câmara de Sintra e a família proprietária do edifício da antiga Sintra Garagem, recentemente recuperado. Fonte municipal garantiu ao JR que em causa estará o facto de a ponte (quando implantada) "atravessar terrenos privados". "A estrutura esteve ali durante anos,mas nunca terá havido autorização expressa dos proprietários que agora recorreram à via judicial para fazer valer os seus direitos", explicou a mesma fonte. Confrontado com o assunto, Fernando Seara remeteu qualquer esclarecimento para a próxima semana, enquanto Luís Duque se limitou a confirmar que "a estrutura está pronta a ser instalada". Faltará, portanto, um acordo entre a autarquia e os proprietários em causa. Paulo Parracho

SINTRA Matinha de Ouressa alia exercício e lazer

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Investimento de 150 mil euros a cargo da Junta de Freguesia de Algueirão-Mem Martins Foram muitos os fregueses de Algueirão-Mem Martins que quiseram inaugurar, na tarde do passado sábado, "o melhor espaço verde" da freguesia: o circuito de manutenção e lazer da Matinha de Ouressa, que representou um investimento da Junta de Freguesia na ordem dos 150 mil euros. Situado na Rua Carlos Mota Pinto, junto à Escola EB1 de Ouressa, o espaço verde agora remodelado, após obras realizadas desde meados de 2010, apresenta uma pista de manutenção com cerca de 400 metros de comprimento, nove equipamentos de manutenção física para adultos e zonas de estadia. Segundo Jacinto Domingos, vogal da Junta responsável pelos Espaços Verdes, estamos perante "o melhor espaço verde da freguesia" e que responde aos próprios anseios da população, assumindo-se, também, como o maior investimento da Junta com recursos próprios. "Esta intervenção foi feita por administração directa, com materiais de qualidade, no sentido de proporcionar às populações um espaço de manutenção física e de lazer", salientou o autarca. Para Manuel do Cabo, presidente da Junta de Freguesia, a Matinha de Ouressa assume-se como "um espaço para várias gerações", embora alerte que as crianças devem ser supervisionadas pelos progenitores devido à existência de equipamentos de manutenção física. "Será uma mais-valia para a comunidade em geral, mas também para as escolas (EB1 de Ouressa e EB2,3 Ferreira de Castro)", salientou o autarca, ao mesmo tempo que apelou à colaboração da população na manutenção do espaço, "um equipamento feito com dinheiros públicos", no sentido de "as pessoas não entrarem com cães e as crianças não destruírem o espaço com skates, por exemplo, mantendo o espaço com a qualidade que agora apresenta". Manuel do Cabo salientou, ainda, que a inauguração deste equipamento se insere nas comemorações dos 50 anos da freguesia de Algueirão-Mem Martins e aproveitou para anunciar que para o próximo sábado, embora ainda sujeito a confirmação oficial, está prevista a inauguração da Extensão de Saúde da Tapada das Mercês. Presente na cerimónia esteve, também, o vice-presidente da Câmara de Sintra, Marco Almeida, que se congratulou com "a entrega e dedicação" da Junta de Freguesia de Algueirão-Mem Martins para responder às solicitações da população, nomeadamente no âmbito da requalificação do espaço público. Dotado de sistema de rega automático nocturno, o novo espaço verde vem contribuir, ainda, para a melhoria do escoamento das águas pluviais que, em inúmeras ocasiões, inundavam o recinto do estabelecimento de ensino adjacente. Para breve, ficou prometida a instalação de iluminação pública, como alguns moradores pediram na inauguração, para que o espaço possa ser usufruído mesmo no período nocturno. Jacinto Domingos revelou, ainda, que a Junta de Freguesia já dispõe de nove equipamentos de manutenção física em armazém, para os instalar em área a definir na zona do Algueirão. "Não encontrámos ainda um espaço, mas vamos analisar com a Câmara", acrescentou Jacinto Domingos, que também quer dotar o espaço da bacia de retenção, na Cavaleira, de um auditório para a realização de diferentes eventos. A cerimónia de inauguração teve direito à actuação da fanfarra dos Bombeiros Voluntários de Algueirão-Mem Martins, que percorreu as ruas de Ouressa, assim como a presença da recruta da corporação que vai passar a utilizar aquele espaço para exercícios físicos. João Carlos Sebastião

quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

ALMADA Restaurantes contestam estacionamento pago

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Os proprietários dos restaurantes da Costa da Caparica dizem que o negócio está a ir por água abaixo e responsabilizam a autarquia de contribuir para a falta de clientes. Um dos problemas está na falta de espaços para viaturas e, pior ainda, a obrigatoriedade de pagamento no parque de estacionamento construído no âmbito do Programa Polis, nas traseiras do restaurante "O Barbas". A maior onda de protestos vem da parte dos proprietários dos estabelecimentos na frente de praias urbanas, que se queixam ora das coimas passadas pela Polícia Marítima sobre as viaturas que estacionam junto aos restaurantes, ora das multas da GNR ou da Ecalma (Empresa Municipal de Estacionamento e Circulação de Almada). A única hipótese deixada aos clientes é usarem o parque de estacionamento pago. “A autarquia tem de acarinhar o comércio da Costa da Caparica. Obrigar os visitantes a pagarem pelo estacionamento é criar maiores problemas a uma zona turística que tem de competir com a concorrência da Linha do Estoril e de Sesimbra”, alega João Carreira, presidente da Associação de Concessionários da Praia da Costa de Caparica e da Fonte da Telha. Uma das soluções, acrescenta, é o parque de estacionamento com cerca de 750 lugares “não ser pago na época baixa”. Esta é também a opinião do presidente da Junta de Freguesia da Costa da Caparica. Para António Neves “obrigar as pessoas a pagarem estacionamento na época baixa é tirar visitantes” a esta cidade. O resultado é “uma machadada no comércio local”. No entanto, admite a possibilidade do estacionamento no parque ser pago durante o Verão, mas fala também num “melhor entendimento” entre a restauração e a Câmara de Almada; mais concretamente com a Ecalma. Uma das hipóteses é os proprietários dos restaurantes negociarem lugares com a Ecalma e oferecerem senhas aos clientes. Uma ideia que o vereador responsável pela Ecalma, Rui Jorge Martins, diz já ter sido apresentada. “Foi proposto aos comerciantes articularem com a Ecalma a aquisição de senhas de estacionamento, com desconto, e oferecerem- nas aos clientes”. Uma solução que actualmente acontece com alguns restaurantes em Almada. Mas os proprietários dos restaurantes da Costa não estão de acordo com esta sugestão. Lembra João Carreira que este comércio está a viver dias de “grande dificuldade” e mais ainda “depois do aumento do IVA”. Com isto, terem de arcar ainda com tarifas para estacionamento “é quase um outro imposto”, para além de tudo o que têm de pagar por estarem numa frente de praias. Já quanto às críticas sobre as coimas que a Polícia Marítima aplica a quem estaciona na área de domínio marítimo, diz que “tem havido uma boa compreensão” dos seus elementos para as situações esporádicas como cargas e descargas. E o mesmo diz relativamente à GNR. Mas já sobre a Ecalma não tem a mesma opinião. Acrescenta João Carreira que em breve será marcada uma reunião com todos os concessionários para apresentarem à Câmara “medidas de bom senso para atraírem mais visitantes à Costa da Caparica”. Entretanto o vereador Rui Jorge Martins adiantou ao Jornal da Região que “está a ser apreciado um novo regulamento para o estacionamento na Costa da Caparica”. Um documento a ser debatido com os vários organismos que têm jurisdição naquele território. Este regulamento vai ser mais específico à circulação no paredão e vai considerar o movimento de cargas e descargas dos restaurantes segundo a sua localização. Humberto Lameiras

TRANSPORTES ALMADA Governo recua, autarcas e utentes desconfiam

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Ligações fluviais mantêm-se, mas com ajustes. Preocupação está agora na proposta de extinção da Linha 2 do Metro O Governo recuou e vai manter a ligação fluvial entre a Trafaria e Belém, assim como as ligações da Transtejo em Cacilhas, Seixal Barreiro e Montijo. Também no sentido contrário à proposta apresentada pelo grupo de trabalho criado pelo Governo para os transportes, o secretário de Estado que tutela esta pasta deu a saber à Junta Metropolitana de Lisboa (JML) que vai manter a carreira da Carris 753 entre o Centro Sul e a Praça José Fontana, em Lisboa, Para o presidente da JML, Carlos Humberto, isto representa uma “evolução positiva” relativamente ao primeiro documento apresentado pelo grupo de trabalho, mas deixa algumas preocupações no ar. É que apesar do Governo ter dado ouvidos aos protestos dos autarcas e comissões de utentes de transportes, na nova proposta refere a necessidade de serem feitos “ajustes de frequências” e coloca em cima da mesa a possibilidade de acabar com a Linha 2 do Metro Sul do Tejo (MST), entre Corroios e o Pragal. Estes “ajustes” acrescentados ao aumento dos títulos dos transportes já em Fevereiro, leva as comissões de utentes de transportes da Margem Sul, Montijo e Linha do Sado a uma acção junto da população hoje, quinta-feira, no Cais do Sodré. Em seguida pretendem dirigir- se ao Ministério da Economia para protestar contra o aumento dos títulos de transporte e redução de horários. Contactado pelo JR, o Ministério da Economia não deu resposta sobre um eventual corte nas frequências das ligações fluviais e sobre a extinção da Linha 2 do MST. Já quanto à concessionária do Metro, a Metro Transportes do Sul, prefere não comentar a possibilidade avançada pelo Governo. Entretanto Luísa Ramos, da Comissão de Utentes dos Transportes da Margem Sul (CUTMS), afirma estar preocupada também com a hipótese de “corte no número de carreiras no eixo do MST”. Mas a empresa responsável pelo transporte público rodoviário garantiu ao Jornal da Região que “desconhece qualquer plano de redução das carreiras” neste eixo. A porta-voz da CUTMS diz não estar descansada enquanto o Governo não disser quais são os ajustes às frequências, e comenta que “não podemos ter transportes públicos apenas às horas de ponta”. Acrescenta ainda que “não podemos ter umavisão redutora do serviço público”. A hipótese de redução dos horários e o aumento dos títulos de transportes e dos passes sociais leva Luísa Ramos a acreditar que o Governo tem na mira a “privatização dos transportes públicos”, ou seja, “está a aliciar grupos alemães e franceses que já actuam em Portugal”. A hipótese de acabar com a Linha 2 do MST também não faz sentido para o vereador Rui Jorge Martins, responsável pelo pelouro dos Transportes em Almada. Lembra que desde o início do estudo do grupo de trabalho criado pelo Governo que a extinção desta ligação é apontada, mas a autarquia de Almada já informou a JML que não está de acordo com este corte, indicação que será incluída na nova proposta a enviar por este organismo para o Ministério da Economia. Para Rui Jorge Martins, cortar uma das ligações do Metro é uma decisão “contraproducente” à rentabilidade deste transporte pelo que “nem a própria MTS ganha com esta decisão”. Por outro lado, isto obrigaria a que os utentes vindos do lado de Corroios tenham de fazer transbordo na estação da Avenida Bento Gonçalves para seguirem para o Pragal, e esta “não tem condições de segurança para funcionar como plataforma”. Defende o vereador que a rentabilidade do metro está em aumentar o investimento com mais ligações, caso da falada linha para a Costa da Caparica e Seixal. “Quanto mais linhas existirem mais atractivo será este transporte”. Por outro lado, “é necessário que o MST integre a rede do passe social”. Portanto na sua opinião, a hipótese que o Governo está a colocar “é incompreensível”. Humberto Lameiras

OEIRAS Deputados municipais avaliam Tratolixo

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Integração da empresa em nova estrutura multimunicipal apontada como solução A resolução dos problemas da Tratolixo passa por retomar o processo de decisão da sua integração num sistema multi-municipal a criar com a participação da EGF (Empresa Geral de Fomento, sub-holding para a área dos resíduos do grupo Águas de Portugal, na esfera do Estado), seguindo- se, mais tarde, a sua adesão à Valorsul (que gere os resíduos de 19 câmaras da Grande Lisboa). Este é o rumo que o presidente da Câmara de Oeiras voltou a defender perante os jornalistas, à margem da última reunião da Assembleia Municipal de Oeiras (AMO), realizada na passada terça-feira e onde este assunto esteve em destaque. A estratégia, definida desde Março do ano passado com a anterior ministra do Ambiente (Dulce Pássaro), acabaria por sofrer os atrasos inerentes à posterior evolução política, com a mudança de Governo e o facto de ainda não estar nomeado o conselho de administração da Águas de Portugal ou da própria EGF. Aposição é comum aos presidentes de câmara dos quatro municípios que constituem a Tratolixo – Mafra, Cascais e Sintra – os quais se reuniram no passado dia 20 para discutir os planos futuros daquela empresa e os problemas mais imediatos, entre os quais a falta de financiamento que está a atrasar a entrada em pleno funcionamento da nova central de tratamentos e gestão de resíduos da Abrunheira, em Mafra. Desse encontro resultou a decisão de solicitar uma reunião com a actual ministra do Ambiente (Assunção Cristas) para “dar seguimento ao processo e assegurar o financiamento que falta” no projecto, orçado em cerca de 100 milhões de euros. “O sindicato financeiro que financiava as obras suspendeu o financiamento e faltam ainda 24 milhões”, concretiza Isaltino Morais. “Quanto mais tarde entrar em funcionamento maior é a nossa tarifa”, fez notar o edil, especificando o que está em causa: “Os municípios da Tratolixo pagam quase 50 euros por tonelada, enquanto os municípios integrados na Valorsul pagam 24!”. A discussão deste assunto na reunião da AMO seguiu-se, precisamente, a uma visita recente às instalações da nova estrutura na Abrunheira (concelho de Mafra), a qual inclui uma estação de tratamento de águas residuais e uma central de digestão anaeróbia (solução técnica que permite reaproveitar os resíduos para produzir energia renovável e composto agrícola e recuperar materiais recicláveis na fase do pré-tratamento). A gestão municipal nesta área não escapou a críticas contundentes. Sobre eventuais responsabilidades a apurar, o presidente da Câmara de Oeiras lembrou aos jornalistas que foi sua a iniciativa de, em 2006, substituir a administração de então daquela empresa. “Foi pedida uma auditoria, que vai ser feita agora, justamente à forma como funcionou o desenvolvimento do projecto, quer ao nível dos fundos comunitários quer ao nível do sindicato bancário”, informou, ainda o autarca. Para já, reforçou Isaltino, “o essencial é que surja a decisão política de avançar para a criação do sistema multimunicipal com a EGF (esta com 51% do capital e os municípios com 49)”. Recorde-se que a EGF integra 11 empresas de tratamento e de valorização de resíduos que prestam serviços a 174 municípios, abrangendo 60% da população do território continental. Jorge A. Ferreira

OEIRAS Contra a crise: investir na música

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Festival Optimus Alive aposta em cartaz ainda mais forte para chamar público estrangeiro A missão está definida: “Pôr Portugal no mapa internacional e ajudar a economia nacional”. As palavras são de Álvaro Covões o responsável pelo festival Optimus Alive, que na semana passada reuniu os jornalistas para apresentar a edição 2012, agendada para os dias 13, 14 e 15 de Julho, no Passeio Marítimo de Algés. Com um cartaz ainda mais forte do que as edições anteriores, e onde saltam à vista nomes como “The Cure” e “Radiohead” que há muito tempo estão no topo dos desejos do público do Alive para ver em Portugal,Álvaro Covões garante que só comum cartaz imponente como este é que consegue atrair o público internacional. “Neste momento, já temos três mil estrangeiros garantidos, mas só do Reino Unido queremos cinco mil”. O responsável confessou que este ano, pela primeira vez, a organização recorreu a uma empresa de relações públicas inglesa para fazer a divulgação do festival no exterior. “Não basta fazer bons eventos, temos que divulgá-los bem lá fora. A disponibilidade financeira interna não é a melhor, por isso temos que apostar noutros públicos. A esta distância de seis meses do festival, já 600 ingleses compraram o passe de três dias e também perto de 500 espanhóis”. Confiante no sucesso de mais uma edição, sobretudo nesta altura em que o evento já está entre os 12 Melhores Festivais da Europa, Álvaro Covões anunciou também que está a trabalhar com a “TAP com vista a conseguir trazer todo esse público para cá”. Por vários países europeus existe à venda um ‘pack’ que integra o bilhete para o festival e passagem de avião e outro que acrescenta ainda a estadia em hotel. Álvaro Covões não tem medo da crise: “As pessoas continuam a viver e precisam desta terapia de grupo. Todos temos necessidade de fazer férias, de fazer desporto, de ir a espectáculos”. Também para os responsáveis autárquicos, “o Optimus Alive é sinónimo de desenvolvimento económico e toca a todos os oeirenses, desde o proprietário do hotel ao dono da mercearia”, enfatizou Paulo Vistas, o vice-presidente da Câmara de Oeiras, que não tem dúvidas que, a propósito do Optimus Alive, “Oeiras será visitado por milhares de pessoas”. Paulo Vistas deixou claro o orgulho de ver “Oeiras como um destino cultural a nível internacional”, tanto mais que, como diz, “é um concelho paredes- meias com a capital e tem esta visibilidade”. Novidade nesta edição do Alive é também a existência de um bilhete que integra a viagem de ida e volta na Linha de Cascais. Até ao momento, o cartaz, sempre em actualização, já tem confirmados os nomes de Radiohead, The Cure, Snow Patrol, Stone Roses, Justice (em estreia em Portugal), Florence and The Machine, Metronomy e Caribou. Ana Raquel Oliveira

quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

CASCAIS Moradores preocupados com o futuro das Grutas da Alapraia

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Câmara não avança com prazo para concretizar musealização que custa 1,6 milhões de euros Moradores da Alapraia estão preocupados com o futuro das grutas locais e da zona envolvente. Dizem que aquele perímetro “está esquecido pela Câmara de Cascais que garantiu que ia investir muito dinheiro nesta zona, mas o que vemos é que taparam duas grutas e fecharam as outras. Ninguém as pode visitar”. Também o Largo das Grutas deveria ser requalificado, defende Nísia Blanco, que classifica como “triste” o estado de degradação em que está o largo com um fontanário que remonta a 1943. Também “um museu, que iria servir para documentar as grutas, nunca chegou a avançar”. A munícipe manifesta-se “indignada” com a situação actual das Grutas da Alapraia: “Taparam duas grutas que era possível visualizar e constatar a sua profundidade e fecharam uma outra (gruta 1) que já não deixam visitar. Antes vinham cá escolas e turistas. Agora estão abandonadas”. As Grutas Artificiais de Alapraia, identificadas como “Necrópole de Alapraia”, enquadram-se num conjunto de vestígios arqueológicos pré-históricos que apresentam um novo conceito aplicado na época a este tipo de monumento: o de escavar em vez de construir. São ao todo quatro, descobertas em fases diferentes, sendo que as grutas II, III e IV foram objecto de estudo na primeira metade do século XX. Confrontado pelo JR com as queixas dos moradores da Alapraia, a Câmara de Cascais, através do Gabinete de Imprensa, esclarece que as grutas III e IV foram tapadas “no âmbito de uma intervenção de conservação e restauro, uma vez que, tratando-se de concavidades, estavam a ser utilizadas como lixeira apresentando já danos nas paredes”. Por seu turno, a gruta I está vedada ao público por “motivos de salvaguarda para prevenir a entrada de pessoas e animais, sendo aberta sempre que tal é solicitado no âmbito de programas de divulgação do património”. Sobre as intervenções realizadas nas Grutas da Alapraia e zona envolvente, o município esclarece que já foram investidos 320 mil euros, incluindo o projecto de musealização da autoria do arquitecto João Mendes Ribeiro. O investimento municipal já realizado contempla “o valor investido na aquisição do casal saloio na década de 80; a aquisição de outro casal saloio em 2005, a adjudicação do projecto de arquitectura e especialidades do futuro pólo museológico, e ainda trabalhos de consolidação estrutural de uma das casas do Largo e trabalhos arqueológicos e estudo/publicação de espólio”. Envolvendo um investimento de um milhão e 600 mil euros, o projecto prevê a criação de um centro interpretativo com as vertentes arqueológica e etnográfica, “estabelecendo uma continuidade entre a vivência pré-histórica do local e a comunidade rural que nele habitou tantos séculos depois”. Se um dos casais saloios será adaptado a núcleo etnográfico, a vertente arqueológica será assegurada através da construção de um edifício contemporâneo que “virá dar resposta às exigências das novas funcionalidades do espaço, nomeadamente no que diz respeito às imprescindíveis condições de recepção dos visitantes, cuidando, contudo, para que as estruturas pré-existentes possam ser mantidas e valorizadas”. A autarquia esclarece, no entanto, que não está , “fruto das contenções orçamentais”, definido um prazo para a concretização da musealização das Grutas da Alapraia. Francisco Lourenço

CARCAVELOS Câmara compra antigo Hospital Ortopédico Dr. José de Almeida

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Investimento de 6,15 milhões de euros na unidade de saúde e no Quartel da Parede A Câmara de Cascais vai comprar os edifícios do antigo Hospital Ortopédico Dr. José de Almeida, em Carcavelos, e do Quartel da Bateria da Parede à Estamo (Imobiliária do Estado) por 6,15 milhões de euros. A autarquiapre tende recuperar o património e dar-lhe novos usos na área da Saúde e da Segurança. Os contratos de compra e venda foram aprovados no dia 9 de Janeiro em reunião de Câmara e viabilizados, esta segunda-feira, em sede de Assembleia Municipal de Cascais. Vão ser enviados agora para o Tribunal de Contas para fiscalização prévia. No antigo Hospital Ortopédico Dr. José de Almeida, o município de Cascais vai instalar o Centro de Saúde de Carcavelos, actualmente a funcionar em condições precárias no piso inferior das instalações da Junta de Freguesia. Em declarações ao JR, o presidente da Câmara de Cascais explicou que o município comprou a totalidade do antigo hospital ortopédico – dois prédios urbanos rústicos, um com 25mil m2 e outro com 18 500 m2 – e também uma parcela do ex-Forte da Junqueira, onde se insere o Jardim do Junqueiro. “Tanto no caso do Hospital como da Bateria falamos de imóveis classificados de interesse municipal”, destaca Carlos Carreiras. O montante investido nesta compra é “3,55 milhões de euros, pagos ao longo de seis anos”, pormenorizou. O edil explica o objectivo do negócio: “No caso do Pinhal do Junqueiro, será mantida e até melhorada a sua componente de espaço verde destinado aos moradores. No caso do hospital, iremos disponibilizar ao Ministério da Saúde uma das edificações para que possa acolher a extensão do Centro de Saúde da Parede, em Carcavelos, que funciona hoje numa situação precária, dando assim uma resposta urgente a uma ambição antiga da população”. “Dado o bom estado das instalações, serão realizadas apenas obras decorrentes da adaptação e que se estima serem de pouca magnitude”, salientou Carlos Carreiras que não avançou datas para a instalação da unidade de saúde no edifício do antigo hospital: "Estamos numa fase em que é precoce avançar datas até porque este processo não depende exclusivamente da Câmara de Cascais e há outras entidades envolvidas ao nível central". Aproveitando o espaço deste equipamento, pretende também a edilidade ali criar um pólo de investigação ligado à saúde. Francisco Lourenço

Utentes preparam protesto na Damaia

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A Comissão de Utentes do Centro de Saúde da Damaia (CUCSD) convocou uma concentração para dia 9 de Fevereiro em protesto contra a transferência de utentes sem médico de família para a unidade da Buraca. “Enquanto a situação não ficar resolvida não vamos arredar pé da porta do Centro de Saúde da Damaia”, promete José Flores, porta-voz da comissão de utentes. “Na reunião, que tivemos em Outubro com a directora do agrupamento dos centros de saúde da Amadora, foi-nos prometida a reintegração de pelo menos 15 mil utentes. No entanto, num documento que nos foi fornecido, apenas admite um total de 14mil. Neste momento só estão a ser reintegradas as crianças até aos 6 anos e os idosos a partir dos 80 anos”, lamenta o responsável. José Flores vai mais longe e acrescenta que “queremos a reintegração de todas as pessoas da Damaia, não se justifica que estejam a ser enviadas para a Buraca, um centro de saúde que não tem condições e tem neste momento 34 mil utentes, enquanto a Damaia tem menos de 15 mil e num novo edifício”. Todas as pessoas sem médico de família (cerca de 8 mil) inscritas no Centro de Saúde da Damaia foram transferidas em Outubro para o “velhinho” Centro de Saúde da Buraca, que funciona num prédio de habitação, sem elevadores. Uma das soluções apontadas pela comissão de utentes é a “actualização e limpeza dos ficheiros”, defende José Flores admitindo que “neste momento, há 24 mil utentes inscritos no Centro de Saúde da Damaia, mas de acordo com os últimos dados dos Censos, na freguesia residem apenas cerca de 21 mil habitantes”. Com a actualização dos ficheiros, “estaria garantida a reintegração de mais utentes”, conclui.

AMADORA Dúvidas sobre TDT mantêm-se

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Apagão da emissão analógica a 1 de Fevereiro Apesar de preparados para a chegada da Televisão Digital Terrestre (TDT), os habitantes da Amadora são bastante críticos em relação à forma como tem sido conduzido o processo por parte das entidades oficiais. Há quem já tenha televisão paga, há quem já tenha comprado o aparelho descodificador, mas há também quem ainda não esteja preparado para o apagão da emissão analógica, previsto para 1 de Fevereiro. Porém, todos partilham da mesma opinião: a forma como tem sido conduzido o processo de introdução da TDT não tem sido clara, nem favorece os telespectadores. Avelino Ramos, morador na freguesia da Mina há cerca de 40 anos, sente-se desiludido porque “pensava que a introdução do sinal digital viesse servir para retirar as antenas do topo dos telhados”. Mas, em vez disso, “está tudo na mesma”. Este morador diz-se preparado para receber o novo sinal, embora o tenha feito em apenas dois dos seus quatro televisores. No entanto, o que mais o preocupa é o facto de “a população idosa, que tem uma reforma mínima e está pouco informada, está mais vulnerável às burlas”. Também residente na Mina, Maria Otília diz não estar preocupada com o apagão feito a partir do emissor do Monsanto. “Não vejo muita televisão, prefiro ler um livro e ouvir os noticiários na rádio”, refere a educadora de infância, reformada há um ano, acrescentando que “quando for introduzida a mudança deixarei de ver a pouca televisão que via”. Maria Otília critica também o facto de “a introdução destas inovações, na maioria dos casos, só servir para enganar as pessoas”. Conclui, por isso, que “quando acabar, acabou”. Por outro lado, para evitar o apagão em sua casa, José Luís Teixeira aderiu à televisão paga ainda durante o mês de Novembro. “Tenho três televisores e para evitar comprar três aparelhos descodificadores, decidi subscrever um serviço de televisão paga para ficar com TV”, adianta. Actualmente paga cerca de 10 euros por mês pelos quatro canais e telefone fixo. Sem querer pagar para ver televisão, Joaquim José preparou-se para o apagão do sinal analógico com a compra de descodificadores para os seus televisores, mas reconhece que “muitas pessoas não estão preparadas por falta de informação e porque não querem pagar mais”. Este morador da freguesia da Venteira reconhece que o novo serviço tem mais qualidade, mas esperava dispor de mais canais. Embora não tenha que se preparar para o apagão do dia 1 de Fevereiro, uma vez que tem televisão paga há vários anos, João Afonso, também morador da Venteira, lamenta que “se as coisas funcionassem neste país, seriam libertados mais dos canais de sinal fechado”. E lembra que na sua terra de origem, perto da fronteira com Espanha, já passou pelo mesmo processo, mas neste momento tem “muitos mais canais e de qualidade”. O administrador da Autoridade Nacional das Comunicações (ANACOM), Eduardo Cardadeiro, em declarações, na semana passada, à agência Lusa, adiantou que mais de 400 mil lares, em todo o país, ainda não migraram para a televisão digital terrestre (TDT), cuja introdução no país arrancou no dia 12 de Janeiro. Segundo o administrador daquele organismo com o pelouro da TDT, dos 1,2 milhões de famílias que necessitavam de fazer a migração, "cerca de 90 por cento já o terão feito e as restantes têm até 26 de Abril para aderirem ao novo sistema". A primeira fase de introdução da TDT em Portugal arrancou no dia 12 de Janeiro, na faixa litoral de Portugal continental, com os emissores a serem desligados de uma forma faseada. No dia 1 de Fevereiro será desligado o emissor de Monsanto e os retransmissores do Areeiro, Barcarena, Caparica, Carvalhal, Cheleiros, Estoril, Graça, Montemor-o-Novo, Odivelas, Sintra, Malveira, Sobral de Monte Agraço, Coruche e Cabeção. A partir de 22 de Março arranca a segunda fase, com a cessação dos emissores e retransmissores das regiões autónomas dos Açores e da Madeira. A última fase acontece a 26 de Abril, altura em as transmissões analógicas do restante território continental serão desligadas. Milene Matos Silva