Os proprietários dos restaurantes da Costa da Caparica dizem que o negócio está a ir por água abaixo e responsabilizam a autarquia de contribuir para a falta de clientes. Um dos problemas está na falta de espaços para viaturas e, pior ainda, a obrigatoriedade de pagamento no parque de estacionamento construído no âmbito do Programa Polis, nas traseiras do restaurante "O Barbas". A maior onda de protestos vem da parte dos proprietários dos estabelecimentos na frente de praias urbanas, que se queixam ora das coimas passadas pela Polícia Marítima sobre as viaturas que estacionam junto aos restaurantes, ora das multas da GNR ou da Ecalma (Empresa Municipal de Estacionamento e Circulação de Almada). A única hipótese deixada aos clientes é usarem o parque de estacionamento pago. “A autarquia tem de acarinhar o comércio da Costa da Caparica. Obrigar os visitantes a pagarem pelo estacionamento é criar maiores problemas a uma zona turística que tem de competir com a concorrência da Linha do Estoril e de Sesimbra”, alega João Carreira, presidente da Associação de Concessionários da Praia da Costa de Caparica e da Fonte da Telha. Uma das soluções, acrescenta, é o parque de estacionamento com cerca de 750 lugares “não ser pago na época baixa”. Esta é também a opinião do presidente da Junta de Freguesia da Costa da Caparica. Para António Neves “obrigar as pessoas a pagarem estacionamento na época baixa é tirar visitantes” a esta cidade. O resultado é “uma machadada no comércio local”. No entanto, admite a possibilidade do estacionamento no parque ser pago durante o Verão, mas fala também num “melhor entendimento” entre a restauração e a Câmara de Almada; mais concretamente com a Ecalma. Uma das hipóteses é os proprietários dos restaurantes negociarem lugares com a Ecalma e oferecerem senhas aos clientes. Uma ideia que o vereador responsável pela Ecalma, Rui Jorge Martins, diz já ter sido apresentada. “Foi proposto aos comerciantes articularem com a Ecalma a aquisição de senhas de estacionamento, com desconto, e oferecerem- nas aos clientes”. Uma solução que actualmente acontece com alguns restaurantes em Almada. Mas os proprietários dos restaurantes da Costa não estão de acordo com esta sugestão. Lembra João Carreira que este comércio está a viver dias de “grande dificuldade” e mais ainda “depois do aumento do IVA”. Com isto, terem de arcar ainda com tarifas para estacionamento “é quase um outro imposto”, para além de tudo o que têm de pagar por estarem numa frente de praias. Já quanto às críticas sobre as coimas que a Polícia Marítima aplica a quem estaciona na área de domínio marítimo, diz que “tem havido uma boa compreensão” dos seus elementos para as situações esporádicas como cargas e descargas. E o mesmo diz relativamente à GNR. Mas já sobre a Ecalma não tem a mesma opinião. Acrescenta João Carreira que em breve será marcada uma reunião com todos os concessionários para apresentarem à Câmara “medidas de bom senso para atraírem mais visitantes à Costa da Caparica”. Entretanto o vereador Rui Jorge Martins adiantou ao Jornal da Região que “está a ser apreciado um novo regulamento para o estacionamento na Costa da Caparica”. Um documento a ser debatido com os vários organismos que têm jurisdição naquele território. Este regulamento vai ser mais específico à circulação no paredão e vai considerar o movimento de cargas e descargas dos restaurantes segundo a sua localização. Humberto Lameiras
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