Diferendo entre autarquia e proprietários de prédio contíguo impede reposição da estrutura
Já lá vão quase cinco meses desde que a Câmara de Sintra desmontou a ponte que servia de ligação pedonal entre a Portela de Sintra e a Estefânea a fim de proceder à sua reabilitação. Os trabalhos de reparação e tratamento anticorrosivo daquela estrutura metálica tinham uma duração prevista de 50 dias, pelo que, segundo anunciou na ocasião o vereador de Obras Municipais, Luís Duque, a passagem sobre a linha férrea seria reposta nos primeiros dias de Novembro. Porém, tal ainda não aconteceu, facto que está a causar alguma indignação entre os que habitualmente utilizavam a referida ponte. "Era muito utilizada pelos moradores da Portela, nas suas deslocações à zona comercial da Estefânea e, sobretudo, pelos utilizadores do parque de estacionamento junto ao Departamento de Urbanismo da Câmara de Sintra. Sem ela, estas pessoas, muitas delas idosas, têm de dar uma longa volta pela Avenida do MFA ou pela Desidério Cambournac", explica ao JR Armindo José Alves, funcionário de uma dependência bancária. "Deixava aqui o carro e chegava ao banco em cinco minutos. Agora, preciso de mais de um quarto de hora", lamenta. Um comerciante da Estefânea também garantiu ao JR que perdeu "dezenas de clientes" desde que "desmontaram a ponte". "As pessoas vinham da Portela à Estefânea para fazer compras ou beber um café e agora já não o fazem", alega. De resto, este comerciante, que solicitou anonimato, promete avançar com um abaixo-assinado "para exigir a reposição imediata" da referida estrutura. "A Câmara Municipal de Sintra e a Junta de Freguesia de Santa Maria e São Miguel têm de nos ajudar a sobreviver. Assim é que não dá", desabafa em jeito de lamento. Ponte está pronta, mas... Apesar da impaciência dos moradores e comerciantes da zona e do habituais utilizadores daquela passagem pedonal, situação verificada pelo JR durante a tarde da passada quinta-feira, quando visitámos o local, a reposição da estrutura poderá estar longe de acontecer. É que, segundo apurámos, há um diferendo entre a Câmara de Sintra e a família proprietária do edifício da antiga Sintra Garagem, recentemente recuperado. Fonte municipal garantiu ao JR que em causa estará o facto de a ponte (quando implantada) "atravessar terrenos privados". "A estrutura esteve ali durante anos,mas nunca terá havido autorização expressa dos proprietários que agora recorreram à via judicial para fazer valer os seus direitos", explicou a mesma fonte. Confrontado com o assunto, Fernando Seara remeteu qualquer esclarecimento para a próxima semana, enquanto Luís Duque se limitou a confirmar que "a estrutura está pronta a ser instalada". Faltará, portanto, um acordo entre a autarquia e os proprietários em causa. Paulo Parracho
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