Em ano de austeridade, Câmara da Amadora elege acção social, educação e requalificação urbana como áreas prioritárias de investimento
Apesar de uma redução de 9,5 por cento face ao orçamento municipal de 2011, a Câmara da Amadora
prevê aumentar o investimento em áreas fundamentais como a acção social, educação e requalificação do espaço público. O início do desmantelamento do bairro degradado de Santa Filomena e a construção de uma unidade residencial para idosos nos Moinhos da Funcheira são dois projectos que fazem parte da estratégia da autarquia para “melhorar a qualidade de vida dos cidadãos”. Com um orçamento de 93,9 milhões de euros, menos 9,5 por cento face aos 103 milhões de 2011, a autarquia vai continuar a apostar na educação e na acção social, afectando 49 milhões de euros para estas áreas, o que representa um aumento de quatro por cento do investimento. “Num quadro particularmente difícil, com a redução da transferência de verbas do Orçamento de Estado para as autarquias e a diminuição da receita por via da redução e arrecadação de impostos, agravado pelo aumento do IVA, o executivo decidiu manter a aposta nas áreas da educação, acção social e requalificação do espaço público”, referiu Carla Tavares, vice-presidente da autarquia, durante a apresentação do Orçamento para 2012 na Assembleia Municipal. A autarquia espera dar início este ano às obras de construção de uma unidade residencial para idosos, nos Moinhos da Funcheira, e aprovar um projecto para a construção de uma outra no Alto da Mira, tendo em conta o envelhecimento da população. Ainda neste âmbito, “a Câmara pretende iniciar o processo de desmantelamento de Santa Filomena sem qualquer tipo de apoio do Estado”, frisou Carla Tavares, sublinhando que “a autarquia vai continuar a apostar numa política de realojamento integrada, adquirindo fogos dispersos”. A intervenção do bairro do Zambujal será para continuar e terá um peso importante durante este ano. Na área da educação, está prevista a construção de três escolas e um pavilhão desportivo, assim como a requalificação de outras cinco. O município vai manter o Fundo de Coesão Social de 500 mil euros, que se destina a apoiar as famílias em situação de emergência social. Na área da cultura, a autarquia vai avançar este ano com a tão aguardada requalificação do Cineteatro D. João V, na Damaia. João Paulo Castanheira, do CDS-PP, salientou de positivo o início do processo de realojamento do bairro degradado de Santa Filomena, aliás como os restantes partidos da oposição. No entanto, questionou “porque durante sete anos, quando não havia medidas de austeridade, não se fez nada nesta área”. Crítico também em relação ao orçamento apresentado pelo executivo foi o deputado do PSD,Martinho Caetano. No seu discurso acusou a autarquia de se preparar, com este orçamento, para as eleições de 2013, dado o volume das obras de requalificação do espaço público.O social-democrata foi mais longe e lamentou que todos os anos a autarquia demonstre “um ‘superavit’ (lucro) sucessivo de 9 milhões de euros, mas continua a cobrar a taxa máxima de IMI (Imposto Municipal sobre imóveis)”. O orçamento foi aprovado pela Assembleia Municipal, com os votos favoráveis da maioria socialista e do CIPA (Cidadãos Independentes pela Amadora), com a abstenção do Bloco de Esquerda e da CDU e os votos contra do PSD e CDS-PP. Milene Matos Silva
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