Secretário de Estado da Economia visita Sintra, promete apoios, mas deixa empresários sem respostas concretas para os seus problemas
Os empresários da região de Pero Pinheiro, Montelavar e Terrugem, principal centro transformador de rochas ornamentais do país, entregaram um caderno reivindicativo ao secretário de Estado da Economia, Almeida Henriques, que visitou o concelho de Sintra na passada sexta-feira. Entre outras medidas, os industriais reclamam mais apoios e incentivos para a internacionalização das suas empresas e para formação profissional, acesso a fundos comunitários, pagamento do IVA só após o recebimento de facturas e mais facilidade no acesso ao crédito. O caderno reivindicativo terá sido entregue durante uma reunião com Almeida Henriques, que juntou uma dezena de empresários e que contou ainda com a participação do presidente da Câmara. De resto, Fernando Seara guiou o governante num conjunto de visitas a empresas de média e grande dimensão, de vários sectores de actividade, terminando o périplo, precisamente, em Pero Pinheiro, com uma atenção especial ao sector da pedra, um dos mais afectados pela crise nacional. Naquela região, há quem fale em quebras de produção e facturação de mais de 50 por cento, com consequente reflexo nos níveis de desemprego ali verificados. "Muitas das empresas trabalhavam para o mercado nacional, mas coma crise que afecta o sector da construção civil há uma falta de trabalho gritante", revela Jorge Galrão, líder de uma das maiores empresas da zona. A solução, diz o empresário, "passa pelo reforço das exportações", embora a "instabilidade dos mercados externos" e a "concorrência forte vinda de países emergentes, como a China, Índia ou mesmo o Brasil", apontada por outro industrial, João Américo Urmal, possam colocar em causa todo o esforço de internacionalização das empresas locais. É por isso necessária uma verdadeira estratégia, na qual "os empresários sejam os principais dinamizadores, mas em que o Governo proporcione condições efectivas que permitam dar a volta por cima", sugere Jorge Galrão, apontando a dificuldade no acesso ao crédito por parte das empresas como "grande entrave" ao seu crescimento. Para estas e outras questões, Almeida Henriques não trazia grandes soluções, segundo referiram os participantes na reunião, mas em declarações aos jornalistas o secretário de Estado reconheceu que as empresas da região "têm uma capacidade produtiva superior à sua facturação" e que "necessitam de apoios para poderem exportar". Nesse sentido anunciou a intenção de "colocar os fundos do QREN ao serviço da economia" e prometeu uma linha de crédito destinada às pequenas e médias empresas no valor de 1500 milhões de euros. Por outro lado, o secretário de Estado sugeriu a reabilitação urbana como solução para a revitalização do sector da construção civil, sendo essa uma saída para a indústria das rochas ornamentais, havendo também aí um programa governamental "de mil milhões de euros". Nessa matéria, Fernando Seara aproveitou para destacar o esforço de alguns proprietários do centro histórico de Sintra e da Estefânea, onde o número de edifícios em reabilitação "é significativo". Para além disto, o edil prometeu durante a visita "agilização de procedimentos" e "licenciamentos mais céleres" nos projectos de expansão e ampliação de empresas e apontou a isenção de derrama para empresas com negócios de valor igual ou inferior a 150 mil euros como mais uma ajuda à revitalização da economia: "A Câmara perde três milhões de euros de receitas, mas estes, teoricamente, entram na economia...", salientou.
Paulo Parracho
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