Obras de enchimento artificial das praias ficaram a meio
As marés de Fevereiro costumam ser de grandes preocupações para a Costa da Caparica, principalmente para as praias a norte, entre o parque do Clube de Campismo de Lisboa e o INATEL. Há cerca de 5 anos esta zona foi varrida pelas ondas que destruíram as dunas de defesa costeira arrastando alguns apoios de praia e ameaçando inclusivamente casas. Este ano, diz o presidente da Junta, o perigo mantém-se. Segundo António Neves, o Instituto da Água (INAG) comprometeu-se com obras de enchimento artificial com areia das praias, mas a operação que deveria durar 4 anos ficou pelo meio. “Este ano devia ter sido colocado mais um milhão de metros cúbicos de areia e nada foi feito”. E diz o autarca que não tem conhecimento de ter sido feita qualquer monitorização da situação
actual. A semana passada, após uma conferência de imprensa com a presidente da Câmara e o presidente da Assembleia Municipal de Almada, o autarca da Costa da Caparica voltou a relembrar a sua preocupação com a subida do mar e chegou a afirmar que, através da Junta de Freguesia já requereu ao primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, para questionar o INAG sobre as obras de defesa costeira da Costa da Caparica. Após este alerta público do autarca, o Governo veio garantir através da Secretaria de Estado do Ambiente e Ordenamento do Território que as estruturas de defesa “estão a ser monitorizadas” e que “numa eventual situação de risco envolvendo a segurança de pessoas e bens, o Instituto da Água não deixará de intervir nos termos que se mostrarem necessários e convenientes para a sua salvaguarda”. No entanto, António Neves garante ao Jornal da Região que “ainda ninguém do Governo ou do INAG falou comigo sobre as obras de defesa costeira”. Aliás, para o autarca é estranho que “após pedidos de reunião com o INAG e com a Capitania do Porto de Lisboa” e
depois de “ter escrito à ministra do Ambiente a pedir esclarecimento”, ter ficado agora a saber através da imprensa que a defesa costeira está a ser monitorizada. “O que vejo é que os esporões estão a ficar destruídos e não sei o que irá acontecer se tivermos novamente marés grandes”. A tese de António Neves é que o INAG, “por indicação do Governo”, não teve capacidade financeira para continuar a obra de enchimento das praias da Costa da Caparica, e interroga-se se esta verba não terá ido para preencher as praias do Algarve. Caso seja essa a razão, exclama: “Não me agrada que a Costa da Caparica tenha ficado para trás”. Mais ainda quando “existem casas a cerca de trezentos metros da zona de defesa de costa que não está consolidada”. Humberto Lameiras
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