Ligações fluviais mantêm-se, mas com ajustes. Preocupação está agora na proposta de extinção da Linha 2 do Metro
O Governo recuou e vai manter a ligação fluvial entre a Trafaria e Belém, assim como as ligações da Transtejo em Cacilhas, Seixal Barreiro e Montijo. Também no sentido contrário à proposta apresentada pelo grupo de trabalho criado pelo Governo para os transportes, o secretário de Estado que tutela esta pasta deu a saber à Junta Metropolitana de Lisboa (JML) que vai manter a carreira da Carris 753 entre o Centro Sul e a Praça José Fontana, em Lisboa, Para o presidente da JML, Carlos Humberto, isto representa uma “evolução positiva” relativamente ao primeiro documento apresentado pelo grupo de trabalho, mas deixa algumas preocupações no ar. É que apesar do Governo ter dado ouvidos aos protestos dos autarcas e comissões de utentes de transportes, na nova proposta refere a necessidade de serem feitos “ajustes de frequências” e coloca em cima da mesa a possibilidade de acabar com a Linha 2 do Metro Sul do Tejo (MST), entre Corroios e o Pragal. Estes “ajustes” acrescentados ao aumento dos títulos dos transportes já em Fevereiro, leva as comissões de utentes de transportes da Margem Sul, Montijo e Linha do Sado a uma acção junto da população hoje, quinta-feira, no Cais do Sodré. Em seguida pretendem dirigir- se ao Ministério da Economia para protestar contra o aumento dos títulos de transporte e redução de horários. Contactado pelo JR, o Ministério da Economia não deu resposta sobre um eventual corte nas frequências das ligações fluviais e sobre a extinção da Linha 2 do MST. Já quanto à concessionária do Metro, a Metro Transportes do Sul, prefere não comentar a possibilidade avançada pelo Governo. Entretanto Luísa Ramos, da Comissão de Utentes dos Transportes da Margem Sul (CUTMS), afirma estar preocupada também com a hipótese de “corte no número de carreiras no eixo do MST”. Mas a empresa responsável pelo transporte público rodoviário garantiu ao Jornal da Região que “desconhece qualquer plano de redução das carreiras” neste eixo. A porta-voz da CUTMS diz não estar descansada enquanto o Governo não disser quais são os ajustes às frequências, e comenta que “não podemos ter transportes públicos apenas às horas de ponta”. Acrescenta ainda que “não podemos ter umavisão redutora do serviço público”. A hipótese de redução dos horários e o aumento dos títulos de transportes e dos passes sociais leva Luísa Ramos a acreditar que o Governo tem na mira a “privatização dos transportes públicos”, ou seja, “está a aliciar grupos alemães e franceses que já actuam em Portugal”. A hipótese de acabar com a Linha 2 do MST também não faz sentido para o vereador Rui Jorge Martins, responsável pelo pelouro dos Transportes em Almada. Lembra que desde o início do estudo do grupo de trabalho criado pelo Governo que a extinção desta ligação é apontada, mas a autarquia de Almada já informou a JML que não está de acordo com este corte, indicação que será incluída na nova proposta a enviar por este organismo para o Ministério da Economia. Para Rui Jorge Martins, cortar uma das ligações do Metro é uma decisão “contraproducente” à rentabilidade deste transporte pelo que “nem a própria MTS ganha com esta decisão”. Por outro lado, isto obrigaria a que os utentes vindos do lado de Corroios tenham de fazer transbordo na estação da Avenida Bento Gonçalves para seguirem para o Pragal, e esta “não tem condições de segurança para funcionar como plataforma”. Defende o vereador que a rentabilidade do metro está em aumentar o investimento com mais ligações, caso da falada linha para a Costa da Caparica e Seixal. “Quanto mais linhas existirem mais atractivo será este transporte”. Por outro lado, “é necessário que o MST integre a rede do passe social”. Portanto na sua opinião, a hipótese que o Governo está a colocar “é incompreensível”. Humberto Lameiras
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário