quinta-feira, 20 de setembro de 2012

OEIRAS ‘É essencial preservar as casas saloias’


Exemplar em Terrugem de Cima está em risco

Um dos últimos exemplares das tradicionais casas saloias existentes no interior do concelho, situada na Rua Sete Chaves, Terrugem de Cima, na freguesia de Paço de Arcos, está em risco de descaracterização. Fernando Lopes, um dos responsáveis da Espaço e Memória –Associação Cultural de Oeiras, tem feito tudo o que pode para manter esta “casa torreada, de quatro águas, com telha de meia cana, beiral duplo e saqueado”, correspondente “ao modelo mais antigo e tradicional”, a salvo do reboco de cimento ou da demolição. Depois de vários alertas, voltou a chamar a atenção para o imóvel no âmbito do Orçamento Participativo (OP) em curso. Recentemente, recebeu da Câmara de Oeiras a informação de que a proposta passara à 2.ª fase de votação electrónica. Mas a aparente boa notícia continha uma parte menos positiva: “Relativamente à proposta 'Recuperação de casas de origem saloia de Oeiras', por si submetida, esta foi classificada como 'Viável com ajustamentos' visto que apenas se mostra viável o levantamento e inventariação da arquitectura popular (saloia) do Concelho de Oeiras, considerando-se que fará sentido a mesma ser equacionada no âmbito da revisão do Plano de Salvaguarda do Património Cultural Ambiental e Construído de Oeiras. A recuperação da casa na Rua das Sete Chaves não pode ser considerada viável no âmbito do OP uma vez que o imóvel é propriedade privada”. Apesar de satisfeito pela passagem à fase seguinte – a próxima votação decorrerá entre 1 e 21 de Outubro no ‘site’ http://op2012.cm-oeiras.pt/ – Fernando Lopes apela à Câmara para tentar ir mais além do que a simples inventariação de uma casa cujo valor patrimonial e histórico foi confirmado por vários especialistas. “A autarquia tem feito um esforço para requalificar e preservar casas no centro da vila, pelo que faria todo o sentido investir um pouco, também, nesta vertente das casas saloias, que fazem parte do património identitário do concelho e da região em que este se insere”, frisou ao JR. Na sua opinião, o facto de estar habitada e de ser propriedade particular não é motivo para impedir que o imóvel seja recuperado realçando as suas características arquitectónicas tradicionais. “Penso que nem seria preciso uma grande verba e até se poderia envolver privados no projecto, o qual, de resto, teria também uma preocupação social, tendo em conta as deficientes condições sociais e de habitabilidade que, aparentemente, ali se verificam”. “O essencial é preservar a memória das casas de origem saloia que também fizeram parte da paisagem arquitectónica e humana do concelho de Oeiras”, conclui Fernando Lopes, em jeito de repto a quem de direito.
Jorge A. Ferreira

Problemas acústicos na EB1 do Alto de Algés


Câmara avança com trabalhos até Setembro de 2013

Os problemas acústicos que no ano lectivo passado suscitaram múltiplas queixas de educadoras de infância, docentes e encarregados de educação na EB1/JI do Alto de Algés, bem como a falta de sombra no recreio do jardim-de-infância, são falhas que ainda não estão resolvidas no início da nova época escolar. Melhor parece ser a situação na EB1/JI de Porto Salvo, onde, segundo apurou o JR, durante o mês de Agosto foram colocadas placas de absorção de som em quase metade das salas de aula. Por resolver continua, no entanto, o problema da climatização, algo que a mera ventilação existente não tem resolvido de forma satisfatória. No caso da Escola EB1/JI do Alto de Algés, uma das bandeiras do mandato do actual executivo camarário e que foi inaugurada no ano passado, a falta de isolamento de som – que só existe na sala de música e no refeitório – provocou sintomas como “dores de cabeça, cansaço e dificuldade de concentração com reflexos na aprendizagem”, segundo relatos de vários intervenientes. Em Novembro de 2011, em carta dirigida ao Agrupamento de Escolas de Miraflores, três educadoras de infância referiam condições acústicas “péssimas em todo o espaço do edifício” do JI por falta de tratamento acústico. “Esta circunstância gera um eco permanente e provoca uma enorme dificuldade em ouvir e em ser compreendido. Uma simples gargalhada ecoa de forma tão intensa que parecem ser quatro ou cinco em simultâneo”, lê-se na missiva, enviada depois de alertas anteriores, feitos por pais e encarregados de educação junto da Câmara, não terem surtido resultado. Contudo, o defeito mantém-se. “É brutal a forma como o som entra a vibrar no ouvido, passados dois minutos
já só apetecia sair da sala polivalente”, relatou no início desta semana, Rita Antunes, mãe de uma criança que vai frequentar, pela primeira vez, o Pré-Escolar naquele estabelecimento. “E o pior é que este ano deixou de haver a sala do CAF [Complemento de Apoio à Família], pelo que, provavelmente, todas as crianças, após o período normal de aulas, vão ser colocadas nas duas salas polivalentes, onde este problema é muito notório”. Maria do Rosário Matos, membro da anterior direcção da Associação de Pais (que está demissionária desde o final do passado ano lectivo) confirma as queixas. “A reverberação sonora excessiva provocava cansaço nas crianças, que chegavam a casa com dores de cabeça e de ouvidos; os próprios professores escreveram uma carta a queixarem-se de que chegavam a meio do dia de trabalho muito desgastados”, disse ao JR. Um estudo encomendado pela Associação de Pais ao Instituto de Qualidade foi no mesmo sentido. “Eles concluíram que todas as salas sem excepção estavam claramente acima dos índices máximos previstos por lei”, informa Maria do Rosário Matos. Enviado o estudo à Câmara, “responderam que o empreiteiro não teria cumprido o que estava estipulado no projecto inicial”. No jardim-de-infância, além das deficiências acústicas, subsiste, ainda, a falta de sombra no recreio exterior, sujeito a altas temperaturas no Verão. A este propósito, as educadoras acima referidas referiam na mesma carta que as crianças “regressam das actividades no exterior bastante prostradas e queixam-se com frequência de dores de cabeça”. O JR contactou a directora do Agrupamento de escolas de Miraflores para perceber o ponto da situação. Fátima Rodrigues deu conta de que a falta de sombra está em vias de ser resolvido através da colocação
de toldos, para o que uma empresa da especialidade já se terá deslocado à escola. Quanto ao problema acústico, adiantou que a solução passa pela “colocação de placas no tecto”, uma medida que “se a Câmara a não fizer, tanto os pais, como o próprio agrupamento, com as verbas disponíveis, estão preparados para avançar”. Fátima Rodrigues lembrou, por outro lado, o alargamento da oferta no pré-escolar, de três para quatro salas, permitindo passar o acolhimento de 70 para 95 crianças. A respeito do mesmo assunto, a Câmara de Oeiras informou o JR de que “existe uma programação para desenvolver vários trabalhos, nomeadamente a resolução dos problemas de acústica que decorrerão até Setembro de 2013”, acrescentando que “algumas situações já foram corrigidas nas duas escolas”, referindo-se, também, à EB1/JI de Porto Salvo. Jorge A. Ferreira

Semana da mobilidade em Cacilhas


Dia Europeu Sem Carros assinalado com passeio de bicicleta entre Almada e Lisboa

Viagens a troco de lixo, passeios de bicicleta, caminhadas a pé, espectáculos e muitas outras actividades preenchem a Semana Europeia da Mobilidade que começou no dia 16 e terá o seu ponto alto no próximo dia 22 de Setembro com o Dia Europeu Sem Carros que, pela segunda vez, vai decorrer em Cacilhas. “Considerámos interessante voltar a esta freguesia onde em 2010 assumimos medidas permanentes que trouxeram mais-valias profundas a esta zona”, comenta Catarina Freitas, directora do Departamento de Estratégia e Gestão Ambiental Sustentável (DEGAS). Há dois anos a cidade de Almada recebia da Comissão Europeia o prémio da Semana Europeia da Mobilidade, destacando-se entre as 2221 cidades mundiais participantes, das quais 66 são portuguesas, precisamente pelas acções desenvolvidas na Rua Cândido dos Reis, em Cacilhas. Previa já a pedonalização desta artéria, obra que foi inaugurada no passado mês de Julho. Esta rua histórica da freguesia será o centro das actividades deste ano. No dia 22 Almada e Lisboa vão ligar-se de bicicleta num passeio "Duas Margens, Duas Rodas", a partir das 15h30. O percurso, em ritmo de ver o que já se conhece mas com olhos de ver, tem início na estação de comboios Roma-Areeiro, em Lisboa, e inclui viagens gratuitas na Fertagus e nos barcos da Transtejo. O passeio de bicicleta, que inclui passagem pela zona verde do Alfeite, termina em ambiente de festa na artéria principal de Cacilhas. “Uma das melhores ruas da cidade”, classifica Catarina Freitas. Neste mesmo dia esta artéria recebe o Mercado de Rua onde se podem encontrar produtos de agricultura biológica ou de produção agrícola local, artesanato contemporâneo e regional ou produtos de comércio justo de todo o mundo. Realiza-se ainda a Feira do Vinil, vários concertos, animação de rua, a Volta dos Petiscos entre muitas surpresas. A semana dedicada à mobilidade e melhor qualidade ambiental termina às 21h30 com o Espectáculo Multimédia “Uma Rua de Histórias…”, com projecção na fachada no Centro Municipal de Turismo. Mas o encerramento da edição deste ano está reservado para a “Festa anos 80” com o DJ Paulo B.R.O.S. Como medidas permanentes da Semana Europeia da Mobilidade 2012, que tem como lema “Mobilidade na Direcção Certa”, fica o plano sobre logística urbana que oferece soluções para ruas dedicadas às pessoas e comércio, o ‘site’ “Almada Pedonal+Metro – Percursos a pé do MST para locais de interesse em Almada”, O Guia de Transportes Públicos e o percurso ciclável entre Cacilhas e o Parque da Paz.
Humberto Lameiras

CAPARICA Transpraia reúne apoios para renascer


Movimento de cidadãos defende viabilização do comboio turístico da Costa da Caparica

O ponto de partida do Transpraia “tem de voltar para a frente urbana da Costa da Caparica”. Esta é a vontade do movimento de cidadãos que no passado sábado se reuniu junto às oficinas deste comboio tradicional que há mais de meio século percorre a frente de praias entre a Costa da Caparica e a Fonte da Telha. “Temos de preservar o património local e o Transpraia faz parte da história da Costa e do concelho”, afirma Sandra Simões promotora deste movimento “apartidário”. Entretanto, o presidente da Junta de Freguesia da Costa da Caparica, que esteve presente neste acto público, afirmou ao Jornal da Região que ainda esta semana vai “pedir uma reunião com carácter de urgência à sociedade CostaPolis para debater o Transpraia”. Para António Neves existe solução para viabilizar este comboio turístico “desde que haja vontade da Câmara de Almada e do Governo – na pessoa da senhora ministra do Ambiente, Assunção Cristas”; ambas entidades accionistas do CostaPolis. Para o movimento “Vamos impedir que acabem com o TransPraia na Costa da Caparica”, foi “um erro deslocar o ponto de partida” deste comboio e o mesmo diz o seu proprietário, António Pinto da Silva. Mas após cerca de cinco anos a chamar a atenção das autoridades de que o Transpraia ia acabar por descarrilar na ruína, mostra-se “céptico”. No entanto, admite estar “sensibilizado” com o carinho que rodeia este comboio, mas alerta: “Não aceito que usem o Transpraia como aproveitamento político”. António Pinto da Silva não compreende a motivação que atirou o Transpraia para longe da vista dos turistas e interroga-se sobre o que impede que este possa ter ponto de partida junto à lota, ou mesmo em frente ao Hotel Costa da Caparica usando parte do espaço canal reservado para o Metro Sul do Tejo. Uma ideia coma qual o presidente da Junta de Freguesia pretende apresentar junto da Sociedade CostaPolis. “É essencial a coesão cívica e social para esta questão”, acrescenta António Neves. Aliás, o autarca lembra que a CostaPolis “tem cerca de 8 milhões de euros para investir até 2013, portanto, parte desta verba pode ajudar o Transpraia”. Ao mesmo tempo o proprietário deste comboio assume algum investimento, caso lhe seja restituída uma localização rentável. Curiosamente, enquanto por cá se parece esquecer o Transpraia, há quem venha de fora juntar-se ao movimento pelo património da Costa da Caparica. Conta António Pinto da Silva ter sido surpreendido por uma família portuguesa a viver em Inglaterra que veio dar o seu apoio em favor da continuação deste comboio. “Disseram-me que fazem parte de um grupo que defende os comboios tradicionais e vão divulgar a situação do Transpraia”. Quanto à petição a decorrer no Facebook já reuniu quase 1100 assinaturas, mas em papel Sandra Simões diz que já conta mais de cinco mil assinaturas, que serão entregues na Câmara de Almada e Ministério do Ambiente. Entretanto este movimento conta também com o apoio da Associação Gandaia, constituída para defender o património da Costa da Caparica, que para além de querer evitar o fim do Transpraia considera que este deve percorrer uma extensão de linha para além da frente de praias da Costa da Caparica. Lembre-se que antes do início das obras do Polis o Transpraia tinha o apeadeiro na zona de praia junto à Rua dos Pescadores, a artéria mais central da cidade da Costa da Caparica.
Agora está junto do Bairro do Campo da Bola, quase escondido atrás do pavilhão de um concessionário. 
Humberto Lameiras

terça-feira, 18 de setembro de 2012

SINTRA Ensino de excelência


Conservatório de Música de Sintra distinguido com Medalha de Mérito Municipal

A comemorar o 30.º aniversário de ensino oficial de música, o Conservatório de Música de Sintra foi distinguido com a Medalha de Mérito Municipal-Grau Ouro em reconhecimento pelo seu trabalho
de excelência no domínio da formação. A entrega da distinção teve lugar na passada quarta-feira, no Palácio Nacional de Queluz, numa cerimónia em que foi formalizada, ainda, a cedência de um edifício e terreno municipal para a construção de novas instalações da instituição. Criada em 1975, a Escola de Música Leal da Câmara viu reconhecidos os seus cursos pelo Ministério da Educação em 1982, sendo até hoje a única escola do concelho a possuir alvará para o ensino artístico especializado, tendo mudado a sua denominação, em 2007, para Conservatório de Música de Sintra-Associação de Música e Dança. Já distinguida pela Câmara de Sintra, em 1988, com a Medalha de Mérito Municipal-Grau Prata e com a Medalha de Mérito da Junta de Freguesia de Rio de Mouro, em 2005, o galardão agora atribuído “é um reconhecimento da nossa actividade e, acima de tudo, uma honra constatar que o nosso trabalho é reconhecido pela comunidade e também pela Câmara de Sintra”, realçou Raquel Coelho, presidente da direcção da instituição. Segundo Marco Almeida, vice-presidente do município, “o Conservatório tem sabido cumprir, ao longo de mais de três décadas, uma missão de serviço público na área da cultura e, em particular, da música”, sendo uma “instituição que é uma referência local, nacional e também internacional com a presença em diferentes países”. Com sede na Rinchoa (Rio de Mouro), o Conservatório conta actualmente com 400 alunos, com uma oferta escolar que varia da Música para Bebés e cursos de Iniciação Zero (Pré-Escolar) e Iniciação Musical (1.º Ciclo) até aos Cursos Básicos e Secundários, com possibilidade de aprendizagem de diferentes instrumentos: bateria, bombardino, contrabaixo, clarinete, flauta de bisel, flauta transversal, fagote, guitarra clássica, oboé, percussão, piano, saxofone, trompete, trombone, tuba, trompa, violino, viola de arco e violoncelo.
Para além da actividade formativa em sede própria, a instituição colabora com escolas do concelho na promoção do ensino da música, através de apresentações musicais e sessões pedagógicas, além do envolvimento no âmbito das actividades de enriquecimento curricular, em escolas do 1.º Ciclo, em articulação com a Câmara de Sintra. A parceria estende-se ao projecto “Bolsas de Estudo”, dedicado a alunos que integram bandas filarmónicas e orquestras ligeiras e que pretendam aperfeiçoar os estudos musicais. Durante a cerimónia, que contou com a actuação da Orquestra de Cordas Juvenil e o Coro Leal da Câmara (a comemorar 20 anos em 2013), foi formalizada a cedência de edifício e terreno municipal, junto ao Centro Lúdico de Rio de Mouro, para construção das novas instalações da instituição. Para Raquel Coelho, “é um passo muito importante e significativo para o projecto das novas instalações. Podemos dizer que vamos começar agora um novo desafio, rumo à excelência”. Como investimento ainda por quantificar, “mas seguramente alguns milhões de euros”, as novas instalações devem ser uma realidade em 2017 e, para o efeito, o Conservatório de Música de Sintra conta com “a boa vontade de toda a comunidade, permitindo que este projecto possa unir as pessoas em torno da causa, do ensino artístico especializado”. Também Filipe Santos, presidente da Junta de Freguesia de Rio de Mouro, se congratula com este novo desafio do Conservatório de Música de Sintra, “uma instituição de relevo que tem levado o nome do concelho de Sintra e de Rio de Mouro, em particular, por todo o nosso país e mesmo por essa Europa fora”. Para angariar fundos para as novas instalações, o Conservatório vai, entretanto, promover uma caminhada no próximo dia 30 de Setembro, a partir das 9h30, na Peninha, em pleno Parque Natural de Sintra-Cascais. As inscrições, mediante um pagamento de cinco euros, podem ser efectuadas, até esta quinta-feira, dia 20, através do ‘e-mail’ conservatoriodemusicadesintra@gmail.com ou directamente nas instalações da instituição,
situadas na Praceta das Amoreiras, n.º 6 (Rinchoa). 
João Carlos Sebastião

QUELUZ Ponte sem saída


Nova ligação entre Queluz e Amadora implica um investimento de cerca de 600 mil euros

Mais de três meses e meio após o encerramento da ponte do Lido, devido a um buraco na estrutura, a circulação entre Queluz e Amadora continua condicionada, dificultando o acesso ao IC19. A situação tem tendência para se agravar com o arranque do ano lectivo, devido ao aumento do tráfego na zona, próxima das escolas EB1 n.º 2 de Queluz e Secundária Padre Alberto
Neto. Os comerciantes desesperam com as quebras de facturação e parecem condenados a fechar portas. Após um primeiro anúncio de que uma nova ponte seria construída até meados de Setembro, o assunto voltou à baila na última sessão da Assembleia Municipal, realizada na passada quinta-feira. Fernando Seara revelou que a autarquia ai mesmo avançar com a construção de uma ponte alternativa, que implica um investimento de 600 mil euros. Apesar dos custos, a opção recaiu numa solução definitiva, em vez de uma provisória, "cujo custo diário seria
insuportável para a Câmara e para os munícipes". "Foram feitos todos os procedimentos: levantamento topográfico; articulação com o Exército; reuniões com a Câmara Municipal da Amadora, com delimitação de obra que cabe a Sintra e a que cabe à Amadora, porque implica uma redefinição do acesso à Amadora", enunciou o presidente da Câmara, dando conta que foi "desencadeado um ajuste directo de concepção/construção para a nova ponte". A ligação vai ser construída em terrenos municipais, cedidos aos Bombeiros Voluntários de Queluz, e militares. Em condições normais, a construção da nova ligação levaria cerca de dois anos a concluir. Embora sem querer avançar com uma previsão, Fernando Seara acabou por enunciar que espera que a obra possa ser concretizada "até ao final do ano". O edil respondia ao munícipe Miguel Couto que, após uma intervenção no início de Julho, voltou a interpelar o município sobre a resolução da situação do encerramento da ponte filipina. "Uma ponte que continua a ser essencial porque se trata da única entrada de Queluzem direcção ao Hospital Fernando da Fonseca", alertou o munícipe, já cansado das garantias, "tanto da Câmara de Sintra, como da Amadora, de que vão resolver o problema", mas sem que isso se traduza em intervenções no terreno. Durante o período
de férias, em que deveria estar a decorrer a construção da ponte alternativa, Miguel Couto enunciou que "houve um freguês que escreveu um cartaz a dizer ‘Vejam que as obras estão a correr muito bem’. E não está. Nada está feito...". Também Eugénia Louro interpelou o presidente da Câmara sobre a expectativa para a resolução do problema, que afecta quem circula na zona, mas também constitui uma ameaça sobre o comércio local. Bruno Araújo, proprietário de um café mesmo em frente à ponte filipina, é um dos empresários com ‘a corda na garganta’. "Vou ser obrigado a fechar o café sem ter culpa nenhuma", revela este empresário, preocupado se a situação continuar, por muito mais tempo, sem resolução. Interpelado pelo JR, nem consegue quantificar a quebra na facturação, mas olha para o lado e aponta para o encerramento de outros estabelecimentos comerciais. "Começo mesmo a perder a esperança", adianta Bruno Araújo. "Estou na expectativa, mas também não vou conseguir aguentar muito mais tempo", conclui. Sobre a dificuldade de circular na zona, vaticina que, a partir desta semana, a situação vai agravar-se. "A partir de 2.ª-feira (dia 17 de Setembro), é que vai ser o bom e o bonito, quando começarem as escolas, porque aqui há desde o 1.º Ciclo até ao 12.º ano", alerta Bruno Araújo. Desde o encerramento da ponte, os automobilistas são obrigados a dar "uma volta de dois a três quilómetros" em vez dos "50 metros da ponte", congestionando outras vias da Amadora. O presidente da Junta de Freguesia de Queluz, Barbosa de Oliveira, tem acompanhado o processo e conhece bem "todas as limitações e negociações" tendentes à construção da nova ponte. Uma ligação essencial para os queluzenses e para muitos munícipes de outras freguesias. "A zona norte do nosso concelho vem toda para Queluz para entrar no IC19". "Queluz está emparedada, só tem uma saída para o IC19 neste momento ou, então, tem de andar no interior da Amadora", lamenta o autarca, também preocupado com os prejuízos dos comerciantes locais "que estão a perder uma receita muito grande, com o negócio resumido às pessoas que moram na zona". Barbosa de Oliveira está preocupado com o agravamento da situação quando "chegarem as chuvas" e espera que rapidamente seja possível construir a ponte alternativa, desejavelmente até
ao final do ano. 
João Carlos Sebastião

quarta-feira, 12 de setembro de 2012

MONTE ESTORIL Hotel Atlântico vai dar lugar a residências de luxo


A demolição já começou. O Hotel Atlântico, edifício de referência no panorama hoteleiro da década de trinta do Monte Estoril, vai dar lugar a uma nova unidade hoteleira de cinco estrelas e a 25 apartamentos com qualidade ‘premium’ e de grandes dimensões, numa intervenção que se estima durar cerca de dois anos. Atlântico Estoril Residence é o nome do projecto que pretende modernizar o Monte Estoril sem lhe tirar a nobreza de destino turístico. Prevista está também uma alteração na Avenida Marginal com a possível inclusão de uma rotunda em frente ao edifício do Atlântico Estoril Residense, com o objectivo de fazer fluir o trânsito da Marginal e facilitar as entradas e saídas para a nova unidade e também para o Monte Estoril. Os promotores (Porta da Frente e Christie’s) apostaram na recuperação do 'glamour' e do prestígio conquistados pelo octogenário Hotel Atlântico. “A equipa de arquitectos liderada por João Paciência encarregou-se de desenvolver uma proposta estético-criativa assente no conceito ‘Recriar uma Imagem, Reinventar um Espaço’”. O restabelecimento da tradição hoteleira, aliado à criação de unidades imobiliárias para residentes em permanência, foi o ponto de partida do projecto, revelam os promotores do empreendimento. Espaço e luz são os denominadores comuns aos 25 apartamentos
de luxo que vão ocupar os pisos superiores do edifício.  "As tipologias vão do T2 ao T5 e as áreas oscilam entre os 185 e os 405 metros quadrados”, explicam os promotores. Todas as residências desfrutam de amplas vistas para a orla marítima. Os residentes vão beneficiar da prestação integrada dos serviços do hotel e de todas as suas infra-estruturas (spa, restaurante, bar, piscinas, etc.). De acordo com os promotores, a unidade hoteleira de cinco estrelas “foi concebida para integrar todas as valências topo de gama indispensáveis num espaço turístico de alto luxo no século XXI”. “Nos dois primeiros pisos, entre várias áreas ajardinadas, para além do spa, existe um restaurante, um ‘coffee-shop’ e toda uma frente de quartos (T0), virada para o mar, com vista e acesso para a piscina exterior de água salgada. O piso cave acolhe as zonas técnicas de apoio a todo o edifício e os amplos espaços de estacionamento para os residentes permanentes e os clientes do hotel”, revelam. O presidente da Câmara de Cascais, em declarações ao  JR, disse que o novo projecto para o antigo Hotel Atlântico “é uma intervenção muito importante para Cascais. Permite requalificar a oferta hoteleira e turístico residencial e captar clientes com alto poder de compra que poderão beneficiar a economia local”. Carlos Carreiras realça ainda que estamos perante “um projecto com uma grande qualidade arquitectónica”. 
Francisco Lourenço

Gelados Santini aumentam produção


Novo laboratório em Carcavelos

O ministro da Economia, Álvaro Santos Pereira, inaugurou, no passado dia 6 de Setembro, o novo laboratório de produção dos gelados Santini, situado no Mercado de Carcavelos. Esta nova unidade vai permitir aumentar a produção do 'Gelatti Più Fini del Mondo', para dar resposta ao aumento da procura que resultou da abertura da loja da marca no Chiado. Para o Verão de 2013, está prevista a entrada em funcionamento de uma nova loja em simultâneo com a inauguração do renovado Mercado Municipal. Tudo começou na praia do Tamariz. Seis décadas depois, a “marca Santini” apresenta três lojas: Cascais, Chiado e São João do Estoril e inaugurou agora uma nova unidade de produção que vem substituir a localizada em São João do Estoril. A construção do novo laboratório iniciou-se em 29 de Junho deste ano e representa “um novo passo rumo à consolidação da marca Santini enquanto produtora do ‘Gelatti Più Fini del Mondo’”, explicou Filipe de Botton, sócio da marca desde 2009. “A saída do seu pequeno laboratório de São João do Estoril passou a ser inevitável desde o dia em que abriu a loja no Chiado, em Julho de 2010. A passagem para Carcavelos fez com que o espaço de produção triplicasse e, com isso, a Santini viu resolvido o seu problema de armazenamento de matéria-prima e produto acabado”, salientou. Muito em breve, à produção de gelados junta-se a produção de cones, segundo a receita original do fundador Attilio Santini. Na inauguração, Filipe de Botton frisou que “o novo laboratório é um marco também pela sua dimensão e que nos permite expandir a marca a nível nacional”. A nova unidade tem uma área de 800 metros quadrados, representa um investimento de 1,2 milhões de euros e permitiu a criação de 20 postos de trabalho. Na inauguração da nova unidade, Isabel Santini, filha do fundador Attilio Santini, falou do sonho do pai na difusão da marca, mas realçou também que “a minha mãe foi a trave que segurou o edifício, que segurou o meu pai, esteve na sombra, mas que foi muito importante”. O presidente da Câmara de Cascais, Carlos Carreiras, frisou que Attilio Santini “mostrou-se um grande empreendedor”: “Lembro-me que a filha me disse que o pai tinha chegado a Portugal com 20 escudos”. Para Carlos Carreiras, a abertura desta nova unidade vem reforçar a aposta na criação de novas cadeias de valor e, consequentemente, de mais postos de trabalho. “A nova unidade é um bom exemplo de como, conjugando esforços de poderes públicos e privados, é possível trabalhar no sentido da regeneração e reinvenção do espaço urbano”, sublinha ainda o presidente da Câmara de Cascais, acrescentando que a marca Santini vai reforçar ainda mais a capacidade de “projectar interna e externamente o nome de Cascais.” Por seu turno, Álvaro Santos Pereira reforçou que a marca Santini “mostra o espírito empreendedor de muitas das nossas marcas”. O ministro da Economia disse que “são precisos investimentos como este em que se investe forte numa marca”. O responsável governamental considerou, ainda, importante que “as empresas apostem na inovação e criatividade como o Santini”. “Mais do que uma loja, marca ou gelado, Santini é uma causa. Uma causa que envolve todos – colaboradores, proprietários e, mais do que tudo, clientes e amigos que, ao longo de mais de seis décadas, souberam contribuir (e de que maneira!) para que esta casa fosse uma referência indelével de Cascais e sinónimo de qualidade e perseverança”, salientou Filipe de Botton. Com a parceria entre as duas famílias – Santini e Botton – o negócio desenvolveu-se com a abertura de novas lojas, o lançamento do ‘home-delivery’, a criação dos ‘cocktails’ Santini e a mais recente criação da pão de forma ‘Vantini’.
Francisco Lourenço

quinta-feira, 6 de setembro de 2012

OEIRAS Ciclopatrulhas pedalam contra a criminalidade


Meios de vigilância da PSP mantêm crime em ‘maré baixa’ nas zonas balneares

Os casos de criminalidade associados ao natural aumento da população junto às zonas balneares nos meses de Verão têm estado ‘em maré baixa’ no concelho. E o uso, recente, de patrulhas em bicicleta, é apontado como um dos maiores contributos para que as ocorrências que podem estragar um dia de praia estejam em níveis ‘residuais’. Embora ainda sem dados absolutos e tratados em toda a sua dimensão, a PSP de Oeiras avançou ao JR que, “considerando o tipo de crimes que normalmente poderão estar relacionados com o aumento do número de população flutuante durante a época estival, temos a salientar apenas uma redução no número de furtos (-19%), sendo que os restantes indicadores se mantiveram em linha com os resultados do ano passado”. Os dados, referentes ao período entre 1 de Junho e 28 de Agosto, “correspondem à análise da criminalidade, ainda não oficial, nas zonas balneares do concelho de Oeiras”. Segundo o comissário Rui Pereira, adjunto do comando da Divisão Policial de Oeiras, tudo aponta para números ‘residuais’ nesta vertente da acção de vigilância policial. “Tem havido uma evolução positiva de há cerca de três anos para cá, com novos meios e novas estratégias”, justifica. Os recursos usados este ano pela PSP para vigiar as zonas balneares mais procuradas pelos munícipes – os quais, aliás, se mantêm activos até ao final da época balnear – incluem um Posto de Atendimento Móvel, localizado no Jardim de Oeiras (junto à Praia de Sto. Amaro de Oeiras); Equipas de Patrulhamento Apeado, junto dos principais itinerários pedonais (normalmente percursos entre as estações de comboios e as praias); Equipas de Patrulhamento Auto, que reforçam a vigilância junto dos parques de estacionamento; Ciclopatrulhas, que de forma rápida e próxima do cidadão fornecem um apoio às ocorrências junto da linha de praia, parques de estacionamento e percursos pedonais; e, finalmente, Equipas de Intervenção Rápida, em prontidão junto das praias para fazer face a eventuais alterações da ordem pública. As ciclopatrulhas foram introduzidas na vigilância das praias em Oeiras a meio da época balnear do ano passado. Seguindo, de resto, o exemplo de outros concelhos com praias no seu território que tiveram bons resultado com a adopção deste sistema. “Dão muito maior mobilidade ao agente sem pôr em causa a proximidade com o cidadão – as pessoas não podem falar facilmente para um carro que circula em patrulha...”, analisa Rui Pereira. No caso de Oeiras, há uma equipa de dois elementos da força de segurança a circular de bicicleta entre as praias da Torre e de Santo Amaro e outra equipa em Caxias, sendo que esta, por razões de geografia do terreno, por vezes também usa motociclo. O patrulhamento faz-se dentro dos horários dos agentes e dependendo das necessidades, umas vezes da parte da manhã, outras no período da tarde.  
Jorge A. Ferreira

Praias da Costa salvas de afogamentos


Reforço da vigilância tem sido fundamental para evitar mortes

Pelo segundo ano consecutivo as praias da Costa da Caparica não sofreram nenhuma morte por afogamento. O registo dos primeiros três meses da época, de 1 de Junho a 31 de Agosto, representa assim um balanço “bastante positivo” para esta zona, mas não deixa o comandante Nuno Leitão, do Instituto de Socorros a Náufragos (ISN), descansado. É que a época balnear só termina a 30 de Setembro e “há zonas de praia” na frente atlântica de Almada que “são bastante perigosas”, afirma ao Jornal da Região. Por isso deixa mais uma vez o alerta de que “os banhistas têm de respeitar as regras mais elementares de segurança”. E relembra que esta zona balnear era onde ocorriam mais acidentes mortais. Com cerca de 250 mil pessoas diariamente nos 28 quilómetros de frente de praias, o trabalho dos nadadores-salvadores nos últimos dois anos está a ser coordenado dentro de um projecto que envolve três associações de nadadores-salvadores reconhecidas pelo ISN (Caparica-Mar, Costa do Sol e Âncora) e um protocolo de intercâmbio com a Sociedade Brasileira de Salvamento Aquático, que tem 20 elementos nas praias nacionais sendo que 13 estão nas associações da Costa da Caparica. “Fizemos uma análise global dos salvamentos aquáticos coordenados pelo ISN e, para além de estabelecermos protocolos, foram disponibilizados mais meios pela autoridade marítima”, refere Nuno Leitão, que destaca ainda o trabalho feito pela equipa de cinco fuzileiros que vigiam a frente de praias da Costa da Caparica. “Operam como meio complementar” com duas viaturas de socorro a banhistas, três moto-quatro e
uma moto-de-água. No total estas praias são vigiadas por cerca de uma centena de nadadores-salvadores que, diariamente, são chamados a intervir a muitas acções de socorro quer de salvamento no mar, ou picada de peixe-aranha, ou indisposição física. Um dos casos que obrigou à intervenção dos nadadores-salvadores foi o contacto de várias pessoas com os tentáculos venenosos da hidromedusa caravela-portuguesa, que este ano passou pela costa de Almada. Uma situação considerada anormal nas águas da Margem Sul. Duas mortes nas praias de Lisboa No entanto nos três primeiros meses da época balnear morreram por afogamento nas praias do país nove pessoas, seis de nacionalidade portuguesa, duas inglesa e uma alemã. Cinco das mortes ocorreram em praias marítimas não vigiadas e outras duas em praias fluviais não vigiadas. Duas das situações foram na área de Lisboa; praia de Santo Amaro, Oeiras, no dia 10 de Junho, em que morreu um jovem de 17 anos e a 26 de Agosto morreu outro jovem de 21 anos na Praia Grande, Sintra. De acordo com o comandante Nuno Leitão, as mortes registadas em praias marítimas vigiadas aconteceram por incumprimento das regras de segurança. O responsável do ISN falava aos jornalistas à margem da cerimónia do balanço dos primeiros três meses da época balnear, que decorreu em Tavira, com a presença do ministro da Defesa, José Pedro Aguiar Branco. No ano passado não se registaram mortes em praias vigiadas, mas morreram seis pessoas em praias marítimas não vigiadas e uma numa praia fluvial não vigiada. Contudo, Nuno Leitão sublinhou que Portugal é dos países com menor taxa de mortalidade verificada nas praias, que classifica como “seguríssimas”.  
Humberto Lameiras, com Lusa

PORTELA DE CARNAXIDE Família Global ajuda mais 43 famílias


Instituição reforça apoio alimentar, enquanto aguarda por novas instalações

Com uma “pressão diária” de novos pedidos de inscrição nas listas de espera para apoio alimentar, a Projecto Família Global (PFG), com instalações na Portela de Carnaxide, viu-se obrigada a solicitar mais apoios ao Banco Alimentar Contra a Fome. O objectivo é integrar, a partir do corrente mês, mais 43 famílias neste tipo de apoio. “Significa um aumento de 23%”, informa Carlos Ribeiro, presidente da direcção da APG. Paralelamente, verifica-se uma diminuição na quantidade de bens doados por parte dos sócios da instituição ou de terceiros. “Apesar de sempre ter constituído uma pequena parcela do que é distribuído e consumido vermos estes donativos a reduzirem-se implica mais investimento nas aquisições próprias”, sublinha aquele responsável Segundo Carlos Ribeiro, apesar dos bens fornecidos pelo Banco Alimentar – maioritariamente, em produtos não perecíveis a curto prazo que vão compor os cabazes alimentares distribuídos regularmente – “o Projecto Família Global sempre tomou a seu cargo a aquisição de produtos de talho e peixaria, bem como ovos e outros produtos frescos, necessários às refeições confeccionadas na cozinha comunitária”, as quais se destinam ao apoio domiciliário e aos almoços e lanches de colaboradores e das crianças acolhidas na creche. Porque, “infelizmente, o precioso apoio do Banco Alimentar nunca foi suficiente para suprir as necessidades”. Só que, entretanto, a despensa, “que nunca conseguimos caracterizar como cheia” revela-se cada vez mais complicada de gerir. “Dificilmente a adjectivávamos, também, de vazia, pois, até a um passado recente, nos foi possível gerir de forma equilibrada as existências e as necessidades, mas essa realidade inverteu-se”. A solução está tão perto e tão longe ao mesmo tempo: as novas instalações destinadas a acolher e alargar os serviços da instituição estiveram em construção – nas proximidades da sede actual da associação –, mas a falta de financiamento bancário que se verificou no país com a crise em curso levou a que a obra, resultante de uma parceria entre a Câmara Municipal de Oeiras e investidores privados, esteja parada há muito tempo. “Alimentamos a esperança de que, também em Carnaxide, o cidadão anónimo, isolado ou em grupo, se solidarize com a nossa causa para que possamos continuar a ajudar quem mais necessita”, conclui o presidente da PFG, que escreveu, recentemente, uma carta de pedido de apoio a cerca de 60 empresas livreiras e da área alimentar, precisamente para tentar colmatar falhas na despensa e no fornecimento de material escolar às crianças.

AMADORA População discute fusão de freguesias


Proposta de reorganização administrativa apresentada pela Câmara Municipal prevê redução de cinco freguesias

No ano em que celebra o seu 23.º aniversário, o município da Amadora tem pela frente a reorganização administrativa, decorrente de uma imposição do Poder Central. Para antecipar uma decisão do Governo, o executivo Municipal já elaborou um projecto que prevê a redução de 11 para seis Freguesias. As fronteiras vão mudar num território com pouco mais de 24 quilómetros quadrados, mas estas reformas não ditarão o fim das políticas de proximidade. Só no último ano, a Câmara Municipal apoiou a criação de dois pólos de juntas de freguesia, em zonas que estavam muito afastadas da sua sede. Na altura, em que já se falava, por parte do Poder Central em reduzir freguesias, o presidente da Câmara, Joaquim Raposo, defendia cada vez mais a importância de criar estes pólos para que a população possa estar mais próxima dos serviços. Carenque e Damaia de cima passaram a disponibilizar de alguns serviços das respectivas juntas. Uma tendência que se deverá manter com o desaparecimento de cinco freguesias. “Cientes e conhecedores do nosso território, não quisemos deixar em mãos alheias essa tarefa, por isso a Câmara decidiu partir dos pressupostos do Livro Verde e apresentar o seu projecto de reorganização administrativa”, justificou o presidente da Câmara Municipal da Amadora, Joaquim Raposo. Para elaborar a proposta que a autarquia apresentará ao Governo, os serviços técnicos da Câmara Municipal tiveram em conta a adaptação dos critérios legais, decorrentes da lei aprovada pelo Governo, à realidade do território. Para isso, foram tidas em conta as barreiras físicas, como as linhas de água ou a morfologia do território, as barreiras construídas, como a linha de caminhos-de-ferro, a existência de equipamentos ou infra-estruturas, como centros de saúde, a densidade populacional ou a história do concelho. O estudo propõe a criação das freguesias de Mina d´Água (que resulta da fusão das freguesias da Mina e de São Brás), Santa Teresinha e São Francisco (fusão da Brandoa com Alfornelos), Águas Livres (junta Damaia e parcelas da Buraca e da Reboleira) e Falagueira-Venda Nova (agregação da Falagueira com a Venda Nova). A Venteira mantém-se e recebe parte do território da Reboleira. Já Alfragide fica com o bairro do Zambujal que pertence à Buraca. Ao mesmo tempo que esta nova organização do território se deverá implementar, o projecto da autarquia prevê também que haja um reforço de competências e de recursos financeiros para as juntas de freguesia. Sendo a redução de freguesias uma obrigatoriedade imposta pelo Governo, a CMA quis tomar a iniciativa de elaborar uma proposta, para que mais tarde ela seja considerada pelo Governo, antecipando assim aquilo que poderia vir a ser feito pelo Poder Central. “Partimos de um princípio que é este: a reforma é para se fazer e, por isso, ela vai-se fazer, de uma forma ou de outra. É evidente que prefiro tomar a iniciativa, fazê-la de acordo com um conjunto de critérios e de princípios que são os nossos”, explica o presidente da autarquia, Joaquim Raposo. Muito se debateu sobre esta questão, com alguns partidos da oposição a apresentarem os seus próprios projectos. “Partimos do princípio do zero. Olhámos para o território da Amadora como se não existissem Freguesias, os 24 quilómetros quadrados de área, da população que temos, dos equipamentos, das condicionantes e desenhámos um novo mapa”, acrescentou o autarca. Embora tenha sido votado pelo executivo camarário por maioria, a proposta será agora apreciada pela população que poderá dar o seu parecer até ao final do mês, através de reuniões que irão decorrer nas onze freguesias. Depois a proposta final será apreciada pela Assembleia Municipal da Amadora. 
Milene Matos Silva

AMADORA Escolas já têm quadros interactivos


Autarquia investe 400 mil euros para instalar meios tecnológicos nas escolas do 1.º Ciclo

É um sinal dos tempos modernos. Escolas do Ensino Básico do concelho da Amadora substituíram os velhos quadros a giz por painéis electrónicos interactivos. Em tempo de férias, na preparação do regresso às aulas, o JR faz um balanço do que foi o último ano nas salas de aula da Amadora. Já são 92 salas de aula das escolas de 1.º Ciclo do Ensino Básico do município da Amadora que dispõem dos quadros interactivos que permitem, ao mesmo tempo que os alunos aprendem os conteúdos das diferentes disciplinas, a utilização de novas tecnologias que tem como objectivo final uma maior interactividade entre alunos e professores. Este projecto está inserido no plano tecnológico do 1.º Ciclo que arrancou no último ano lectivo, resultado de uma candidatura conjunta dos municípios que integram a Área Metropolitana de Lisboa. Para a sua concretização, que implica a implementação de uma rede de comunicações sem fios, a Câmara Municipal da Amadora (CMA) adquiriu ainda 92 quadros e mais de uma centena de computadores. "A utilização destes quadros oferece aos professores a possibilidade de criar lições inovadoras e dinâmicas pela incorporação de ficheiros de texto, imagens e som, assim como a utilização de ‘links’ com carácter educativo disponíveis na Internet", refere a autarquia em comunicado. Para que a Internet e as novas tecnologias cheguem mais rapidamente aos alunos, neste momento 30 estabelecimentos de ensino já dispõem desta tecnologia em pelo menos duas salas de aula. “As escolas estão a utilizar
e estão a entender estas novas tecnologias como uma mais-valia para a passagem de competências aos alunos”, salienta Carla Tavares, vice-presidente da autarquia e responsável pela área da educação. Este processo levado a cabo pela CMA visa “garantir a generalização do uso do computador e da Internet em banda larga potenciando o acesso ao conhecimento, a redução da infoexclusão, visando ainda a utilização de uma nova ferramenta de ensino”, refere ainda o documento. Até ao momento, a autarquia já investiu no plano tecnológico cerca de 400mil euros em aquisição de infra-estruturas de comunicação e redes, assim como em computadores e quadros interactivos. Segundo atestam vários estudos mundiais, “a introdução de quadros interactivos nas salas de aula permite um maior envolvimento dos alunos, aumentando a sua motivação ao mesmo tempo que promove a aprendizagem colaborativa”, dá nota o documento. Ainda a preparar o ano lectivo, a autarquia procedeu à requalificação de alguns estabelecimentos de ensino, aproveitando o período de férias. As obras de maior dimensão ocorreram na EB1/JI Águas Livres, na Damaia, e na EB1/JI Moinhos da Funcheira, em São Brás. Milene Matos Silva

PRESIDENTE DOS SMAS ALMADA EM ENTREVISTA ‘Aqui a água é mais barata pela eficiência de gestão’


José Gonçalves admite baixar os preços da água e critica a possibilidade de privatização de um sector fundamental

A água em Almada pode baixar de preço. Quem o afirma é o presidente dos Serviços Municipalizados de Água e Saneamento (SMAS) de Almada. Em entrevista ao Jornal da Região, José Gonçalves garante que vai lutar contra as intenções do Governo em privatizar a água e parece já ter um plano. Está convicto que com a privatização os cidadãos vão pagar mais e serão pior servidos.
Os SMAS de Almada comemoraram, no ano passado, 60 anos de serviço público municipal. Que legado ficou dessas comemorações?
Foram lançados vários projectos para o futuro, mas um dos mais marcantes foi o “Beba Água da Torneira”. É um projecto ambiental que visa chamar a atenção para a qualidade da água no concelho de Almada e os procedimentos inerentes à sua gestão. Inicialmente aderiram a este programa 24 entidades e, neste momento, já são 60 aderentes; como escolas, colectividades, empresas, unidades hospitalares e os vários serviços municipais.
Este programa é um selo de garantia dos SMAS sobre a água que consome no concelho?
Fomos uma das primeiras entidades do país a terem um plano de segurança da água, portanto desde há muitos anos que temos um plano de controlo da qualidade da água. Isto significa que o percurso da água é monitorizado permanentemente desde a captação até à casa das pessoas, o que nos permite conhecer não só a qualidade da água na rede, mas também aplicar um conjunto de acções de prevenção de risco. Podemos afirmar que o projecto “Beba Água da Torneira” chama a atenção para um produto acessível, económico e de qualidade sempre garantida. 
Como controlar a qualidade da água na torneira do consumidor quando em causa pode estar a rede interna dos edifícios?
O projecto tem duas grandes componentes: sensibilização e informação.Os SMAS informam as entidades neste projecto sobre a qualidade da água e também informação específica sobre a água que sai nas suas torneiras. Podemos assim identificar problemas que levam à perda de qualidade por causa da deterioração da rede interna dos edifícios e avançamos soluções. 
E o universo dos consumidores como pode integrar este projecto? 
Temos 107 mil contratos, pelo que não existe condição imediata para os integrar a todos neste projecto. Mas qualquer cidadão que queira saber qual a qualidade da água na torneira da sua casa basta contactar os SMAS e estamos disponíveis para a analisar. Em breve vamos enviar a todos os nossos consumidores um folheto sobre a responsabilidade partilhada entre os SMAS e os proprietários, onde chamamos a atenção para avaliar cada caso. 
Em Abril deste ano afirmou ao Jornal da Região que o preço da água em Almada não ia aumentar – houve de facto um acréscimo no valor da factura mas relacionado com a taxa de saneamento. Aliás, chegou mesmo a dizer que a tendência, no concelho, era o preço da água baixar. Isto contraria a ministra do Ambiente, Assunção Cristas, que tem afirmado que o sector só será rentável se o preço da água aumentar.Quem tem razão?
Temos nós!Não se deve cobrar às pessoas mais do que o necessário para o bom funcionamento do sistema. Os SMAS conseguem ter o sistema da água a funcionar cobrando menos taxas aos consumidores. Se o preço da água for generalizado deixa de ser considerado o custo social da exploração. Este é um factor decisivo na determinação do preço e a política nacional que visa generalizar o preço retira este factor de ponderação.
Mas como consegue reduzir o preço da água?
Cobramos aos cidadãos menos pela água porque conseguimos eficiências na sua gestão, o que nos permite prestar o mesmo serviço taxando menos na água. A gestão e o investimento são factores de ponderação das taxas. Este é o mesmo princípio que nos leva a dizer que a taxa de saneamento tem de crescer nos próximos anos porque não podemos partilhar as taxas da água com a de um outro serviço cuja exploração é mais onerosa. 
O que explica o saneamento ser mais caro que a captação da água?
As ETAR têm de funcionar permanentemente, têm exigências técnicas grandes e custos de manutenção muito elevados. Por exemplo: só a remodelação da ETAR da Quinta da Bomba, neste momento a decorrer, implica um investimento de 11 milhões de euros. 
Todos os consumidores do concelho estão integrados na rede de saneamento?
Neste momento sim. Em Janeiro tínhamos 98 por cento do saneamento ligado à rede, com o novo regulamento –aprovado este ano – assumimos a gestão da rede a 100 por cento. Ou seja, mesmo as habitações que têm fossa passaram a pagar saneamento sendo a recolha assegurada pelos SMAS. Com isto o conjunto da factura manteve-se porque as pessoas que não pagavam saneamento passaram a fazê-lo, o que permitiu alguma sustentabilidade. Mas no futuro certamente será necessário aumentar a taxa de saneamento, sendo que a eficiência na gestão global será maior. 
Já reconheceu que a luta para manter a gestão do ciclo da água como serviço público municipal vai ser difícil. Será que os defensores da privatização do sector estão um passo
mais à frente? 
Nos últimos meses os defensores da água pública ganharam maior posição. Embora os defensores da privatização sejam o Governo da República, estão com dificuldades em implementar essa orientação. O facto de a senhora ministra Assunção Cristas ter dito que a prioridade era a privatização do sector e ainda não ter dado passos definitivos nesse sentido é indiciador das dificuldades que enfrenta na sociedade portuguesa. As pessoas sabem que onde o sector foi privatizado houve perda de qualidade do serviço e passaram a pagar mais. Não há nenhum bom exemplo a favor da concessão do sector, o objectivo da privatização é somente o lucro. 
Por isso afirma que é um erro desmunicipalizar o sector? 
Almada é um dos exemplos onde este sector tem elevados indicadores de gestão e elevados indicadores de cobertura, porque é municipal. Se um dia for privatizado a orientação do negócio será outra e a população ficará a perder. 
E se surgir legislação a forçar a privatização?  
Mesmo que a fórmula actual tenha de mudar por força da legislação, em Almada estamos convictos que vamos conseguir que o sector continue público e municipal. 
Humberto Lameiras

terça-feira, 4 de setembro de 2012

MONTELAVAR Senhora da Nazaré, 17 anos depois


Montelavar acolhe santa peregrina, entre 15 e 23 de Setembro, numa manifestação de fé e devoção

Dezassete anos depois, a paróquia de Montelavar volta a acolher a imagem de Nossa Senhora da Nazaré, cumprindo mais uma etapa do Círio da Prata Grande. Os festejos arrancam no próximo dia 15, com o círio proveniente de Santo Isidoro (Mafra) a entrar em Montelavar já durante a noite, como manda a tradição, num dos momentos altos emtermos religiosos. A chegada a Montelavar está prevista para as 21h00, com o acolhimento a ter lugar meia hora depois na igreja da freguesia, onde são esperadas milhares de pessoas e muita emoção à mistura. Após as festas de 1995/1996, os fiéis aguardam com expectativa o regresso da veneranda imagem. "A expectativa em Montelavar é elevada, por se tratar de um círio com muito impacto nas 17 paróquias que a imagem visita, de 17 em 17 anos, assumindo-se como uma festa de grande relevo e interesse para as populações da nossa região", salienta Armando Silvestre, juiz das festas, que se vão prolongar até 23 de Setembro. Apesar dos tempos de crise, que condicionaram ao nível da oferta artística, o programa foi delineado de acordo com a relevância dos festejos. "O programa tem qualidade, tem dignidade e muito respeito pela situação em que nos encontramos", realça o responsável da Comissão de Festas de Nossa Senhora da Nazaré. Uma crise que se sente com muita acuidade nesta região, um dos pólos nacionais da transformação das rochas ornamentais, que tem visto o desemprego assumir números assustadores. "Montelavar encontra-se numa zona industrial bastante penalizada pela crise", lamenta Armando Silvestre. A vertente religiosa das festas contempla a realização de duas procissões, nas tardes de domingo (dia 16 e 23), após a celebração de missa a cargo do padre Avelino Alves, pároco de Montelavar. "São também dias religiosos de alto nível, nas cerimónias que rodeiam a imagem de Nossa Senhora da Nazaré". O ponto alto será, no entanto, o círio entre Santo Isidoro e Montelavar. Com saída da localidade do concelho de Mafra a partir das 13h00, a imagem será transportada num veículo especial da Confraria de Nossa Senhora da Nazaré, uma berlinda, percorrendo os 17 quilómetros que separam Santo Isidoro de Montelavar "a passo de cavalo". Com o acompanhamento da Charanga da GNR, o círio vai efectuar algumas paragens em localidades do concelho de Mafra, incluindo em frente à basílica, "onde os anjos cantam para o povo". Cerca das 20h00, está prevista a chegada a Pero Pinheiro e, uma hora depois, a Montelavar, com o acolhimento na Igreja Matriz previsto para as 21h30. 
João Carlos Sebastião

SINTRA Bombeiros-ciclistas


Corporação de Sintra está mais próxima de turistas e residentes da Vila Velha

Pelo segundo ano consecutivo, os Bombeiros Voluntários de Sintra estão mais próximos de turistas e residentes na Vila Velha, em Sintra, durante a época de Verão. Aos domingos, desde o início de Agosto e até ao próximo dia 16 de Setembro, dois elementos da corporação vão percorrer o centro histórico de bicicleta para prestar um socorro imediato em caso de emergência. Numa área classificada como Património da Humanidade, visitada por milhares de pessoas, os acessos tornam-se, muitas vezes, uma dor de cabeça, mesmo para as viaturas de emergência. Com dois elementos em permanência na Vila Velha, a circularem de bicicleta, os Bombeiros de Sintra conseguem reduzir o tempo de resposta, efectuando, desde logo, uma primeira triagem que permite accionar, em casos mais graves, outros meios de emergência pré-hospitalar. "É muito complicado chegar ao centro da Vila com qualquer meio, seja uma ambulância ou um veículo de combate a incêndios", sublinha Nuno Encarnação, 2.º comandante da corporação de Sintra. No próprio dia em que se deslocou ao encontro da equipa de reportagem do JR, para dar conta do projecto, a viatura deste operacional foi obrigada a ficar imobilizada junto à entrada do Parque das Merendas, na Volta do Duche, enquanto um reboque retirava, sob a coordenação de efectivos da GNR, um veículo particular da zona exclusiva de paragem de autocarros de turismo. Um bloqueio logo pela manhã "e a tendência é para piorar ao longo do dia", lamenta o 2.º comandante. "A mais-valia efectiva é a rapidez do socorro prestado a qualquer pessoa que se sinta mal", reforça o responsável da corporação, a qual, com o projecto em curso aos domingos, entre as 9h00 e as 18h00, também assume maior visibilidade perante a população. Longe vão os tempos em que os Bombeiros Voluntários de Sintra estavam instalados em pleno centro histórico, no edifício actualmente ocupado pelo Museu do Brinquedo. Dotados de uma pequena mochila de primeiros-socorros, que se complementam em termos de material, os dois operacionais acorrem a situações de quedas na via pública ou de problemas momentâneos de saúde, como consequência das altas temperaturas ou de qualquer outra situação. As ocorrências têm sido escassas, mas, em meados de Agosto, foi mesmo necessário accionar uma ambulância para o largo do Palácio da Vila. "Foi uma senhora que teve uma crise convulsiva, que foi socorrida de imediato pelos elementos que estavam aqui de prevenção. Complementarmente, a ocorrência foi triada pelo INEM, por se tratar de uma emergência pré-hospitalar, e o CODU (Centro de Orientação de Doentes Urgentes) decidiu accionar a ambulância INEM sediada nos Bombeiros de Sintra". Com dois turnos, de manhã e de tarde, o projecto vive do empenhamento dos elementos do corpo de bombeiros, como salienta Nuno Encarnação. "É um projecto para continuar" nos próximos anos, garante, mas que só é possível graças "ao esforço e dedicação" dos elementos destacados conforme a disponibilidade. Também importante se revela o apoio de comerciantes locais e de órgãos autárquicos como as juntas de freguesia de São Martinho e de Santa Maria e São Miguel. Num dos últimos domingos, Bruno Feixeira e Oleksandr Davydian eram os bombeiros-ciclistas de serviço. Bruno já era repetente, enquanto Oleksandr, de nacionalidade ucraniana, a dar os primeiros passos como bombeiro de 3.ª classe, estreava-se a pedalar na Vila de Sintra. Bruno Feixeira realçou ao JR que o projecto "tem estado a correr bem", com uma receptividade muito positiva por parte da população. "Ficam contentes por nos verem cá porque sabem que, se precisarem, estamos prontos a prestar a primeira assistência". Em duas rodas, tudo se torna menos difícil, "facilita a chegada ao local", porque, em condições normais, "demoramos sempre 10/15 minutos do nosso quartel até à Vila, devido ao trânsito que se faz sentir". Há quatro anos no nosso país, Oleksandr não esconde a satisfação por integrar o projecto, mas, mais do que isso, por pertencer ao corpo de bombeiros e, assim, servir o próximo. 
João Carlos Sebastião

quinta-feira, 30 de agosto de 2012

MIRAFLORES Associação promove leitura e artes


Clareira Encantada está instalada no Parque da Quinta de Santo António

Meio escondido pela vegetação luxuriante que é imagem de marca do Parque Urbano da Quinta de Santo António, em Miraflores, mas também graças à discrição das suas linhas arquitectónicas, o edifício que alberga a Clareira Encantada – Associação Infantil de Miraflores passa quase despercebido, sobretudo a quem não se aventure a contrariar o declive natural daquela área verde (nas traseiras do centro comercial Dolce Vita). Lá bem no alto, num espaço outrora destinado a funcionar como salão de chá, mas que acabou por permanecer abandonado anos a fio, descobre-se, ainda com surpresa para muitos oeirenses certamente, uma biblioteca, uma ludoteca com jogos e filmes para ver (mesmo que sejam em cassetes vídeo, o que para muitos dos miúdos é uma “novidade”…), ‘workshops’ diversos para experimentar, actividades para aprender a tocar guitarra, yoga, hip-hop, música… A vertente de leitura e divertimentos é gratuita e a Clareira Encantada está de portas abertas os sete dias da semana (das 13h30 às 19h00 aos dias úteis, e das 11 às 17h00 aos sábados e domingos) a quem queira usufruir da sala que, embora não muito grande, está bem composta de livros e jogos para as crianças. Quanto às outras actividades, são pagas,mas a quantia cobrada é bastante acessível, à média de 5 euros por aula/sessão. “Somos uma associação sem fins lucrativos, mas não temos apoios e precisamos de um mínimo de receita que, na realidade, se expressa através de doações e não da cobrança de preços de mercado”, faz questão de esclarecer Cristina Porto. “Temos uma biblioteca de portas abertas a uma comunidade a quem prestamos um conjunto de serviços que consideramos importantes e úteis, gerando recursos que apenas têm dado para cobrir despesas correntes, ainda assim com muita dificuldade”, acrescenta. O projecto da associação, constituída em Março de 2010, mereceu o acordo da Câmara, que cedeu o espaço no alto da Quinta de Santo António por um período de cinco anos. “No próximo mês de Outubro cumprimos o segundo ano”, informa Cristina Porto, moradora na zona de Miraflores e formada na área de Acção Educativa. Apesar das dificuldades, o balanço é positivo. Sobretudo tendo em conta a base de partida do projecto. “Passei aqui por este espaço quando ele estava abandonado e vandalizado, achei um desperdício e resolvi apresentar esta proposta”, recorda a presidente da Clareira Encantada. O facto de pretender trabalhar com crianças, pais e avós num parque que, por si só, atrai as famílias, podendo, portanto, ser um bom complemento às actividades lúdicas ali preexistentes terá pesado para a aceitação que a iniciativa teve na Câmara. Incentivar à leitura e promover a interacção entre as diferentes gerações são objectivos da associação, que planeia iniciar já em Setembro novas actividades, nomeadamente, Educação Musical para crianças dos 6 aos 10 anos, aulas de Taichi/Chikung para os avós, e aulas de meditação e relaxamento. Sem apoios financeiros, a grande fonte de receitas tem sido uma tenda instalada em anexo ao edifício principal, cujo uso a associação cede para a realização de festas de aniversário (100 euros por três horas, beneficiando dos serviços de apoio da instituição como uma pequena cozinha, fraldário, louça, decoração, jogos e livros, com animação extra paga à parte para quem o pretenda). “Temos esta envolvente do próprio parque, mais a biblioteca e a ludoteca, portanto é um local que facilmente convida à animação e ao convívio entre as crianças e os pais e avós”, salienta Cristina Porto. Segundo estipula o contrato assinado com a Câmara, duas manhãs por semana, a Clareira Encantada disponibiliza as suas instalações às escolas da região que pretendam usufruir do espaço. Nessa perspectiva de abertura à comunidade “também já acolhemos exposições e organizámos eventos de solidariedade”, adianta a sua presidente que, a troco de um salário mínimo e de muito prazer pelo que faz, assume ali o papel de mulher dos sete ofícios: “Estou com as crianças, mas também faço limpeza, pinto e recupero coisas que nos dão e que vou pedindo pelo Facebook ou que as pessoas da comunidade nos trazem...”.
Jorge A. Ferreira

CRUZ QUEBRADA Antigo acesso à praia continua a ser perigoso


Festejos em honra do Senhor Jesus dos Navegantes decorrem até domingo

Na sequência de alguns acidentes fatais, mas também devido à crescente afluência à praia da Cruz Quebrada, a REFER procedeu, em meados de Julho, ao encerramento do acesso poente ao areal a partir da linha de caminho-de-ferro. A intenção era boa, mas não parece estar a resultar em pleno. Em poucos minutos presente no local, o JR assistiu a algumas manobras arriscadas por parte de pessoas que preferem contornar o bloqueio criado à anterior passagem do que acederem, em segurança, às passagens inferiores desniveladas existentes a poucos metros de distância, tanto a poente como a nascente. Testemunha privilegiada dos atravessamentos da linha férrea, Fernando Carriço, que gere o Bar da Raia, no interior da estação da Cruz Quebrada, deposita pouca fé na medida tomada pela REFER. “Tinha de ser uma barreira mais alta, uma grade de ferro, por exemplo, que impedisse mesmo qualquer tentativa de passagem, porque há muita gente que, mesmo vendo os avisos, não abdica de ir pelo caminho a que estavam habituados”, disse ao JR, embora admitindo que algumas pessoas possam não ver devidamente os cartazes de alerta, talvez demasiado extensos e, ainda por cima já com grafitos a dificultarem a leitura. “Talvez devessem ter poucas palavras e uma seta enorme, senão as pessoas não percebem ou nem se dão ao trabalho de ler...”. O comerciante dá alguns exemplos do que não deveria estar a acontecer, mas que é uma realidade: “Já vi avós a passarem com os netos pelo muro,que é um palmo de largura, passam os miúdos para baixo e depois descem eles também”. Uma situação que,
garante, se multiplica por muitas vezes ao fim-de-semana. A talho de foice, um cliente do bar lembra outro caso: “No outro dia um homem até ficou amarelo porque quase caía à linha, depois de ser apanhado de surpresa pela passagem de um comboio a alta velocidade – segundo disse, pensava que todos os comboios param na estação, o que não é verdade”. Fernando Carriço recorda, ainda, a última colhida de que tem registo, há cerca de dois meses. “Era um jovem, que ia de capuz e com auscultadores, passou por detrás do comboio de onde acabara de sair e não viu, nem ouviu, o outro que vinha em sentido contrário”. Depois disso, aconteceu outra morte, mas “foi suicídio”... Para a REFER, o objectivo da intervenção foi baixar o risco de acidente, que vinha aumentando com o crescendo de pessoas que atravessavam a linha não como utentes da via férrea, mas como forma de aceder à praia. Para além do barramento do acesso ao areal com pedras e um pequeno muro, a REFER viria a complementar a intervenção concretizando, a 25 de Julho, o processo de automatização do atravessamento de nível naquela estação, numa operação “inserida num conjunto de acções implementadas visando a melhoria das condições de segurança e mitigação do risco dos atravessamentos de nível com vista à redução do número de acidentes”, segundo explicou, então, a empresa. Embora a medida não esteja a resultar em pleno na Cruz Quebrada, pelo menos algumas pessoas acataram as instruções e seguem agora, em segurança, para o túnel de acesso. “Eu passei a vir pelo caminho recomendado, são só uns metros... mas continuo a ver um senhor de idade a descer e a trepar o muro junto à linha para aceder à praia”, disse ao JR Mercedes Coelho, moradora na zona.
Jorge A. Ferreira