Vendedores aproveitam visita de Joaquim Raposo para expressar alguns receios
Depois de obras de renovação, o Mercado da Reboleira passou a funcionar no primeiro piso do mesmo edifício que ocupa há cerca de 25 anos. Os comerciantes encaram com expectativa esta nova fase da vida daquele equipamento, embora reconheçam ser difícil retomar as vendas de outros tempos. Maria Lopes é uma comerciante, entre os seis que ainda mantêm actividade no Mercado da Reboleira. Para ela as obras de recuperação podem vir a atrair mais clientela. Porém, lamenta a falta de outro tipo de produtos. “Não temos florista, nem outras especialidades que poderiam atrair mais pessoas”, refere. Esta vendedora recorda os tempos em que não havia mãos a medir. “Na altura éramos muitos comerciantes, mas chegávamos ao meio-dia sem uma única alface”, afirma, acrescentando que “agora, apesar de sermos poucos, temos uma forte concorrência na zona envolvente“, diz a vendedora de produtos hortícolas. Lamenta ainda que autarquia tenha contribuído para a redução dos vendedores do mercado, tendo em conta que “ao longo de vários anos não abriram concurso para a ocupação das bancas”, conclui Maria Lopes. Também Fernanda Barros, comerciante há 25 anos, aguarda o aumento do número de clientes, apesar de saber que “a vida alterou-se muito nos últimos anos”. A forte concorrência dos hipermercados e supermercados “infelizmente tem afastado a clientela”, afirma.
Resposta às reivindicações O mercado passou para o primeiro piso, onde foi reformulada a zona de circulação, criadas zonas destinadas à peixaria e produtos de mercearia, assim como construídas bancas de produtos hortícolas. Foi ainda criada uma instalação sanitária para as pessoas com deficiência. De acordo com o presidente da Câmara Municipal da Amadora (CMA), Joaquim Raposo, “as obras são uma resposta às reivindicações da população e dos comerciantes, criando melhores condições de higiene e salubridade”. O autarca fez questão de marcar presença no primeiro dia da nova vida do mercado, onde ouviu mais pedidos por parte dos comerciantes. No final lembrou que “faz parte das políticas da autarquia apoiar os pequenos empresários e esta intervenção vai ao encontro desses objectivos”. Em 2007, os moradores e comerciantes queixavam-se de abandono por parte da autarquia e pediam a revitalização do mercado através da abertura de concursos para a ocupação das bancas e atracção de maior número de clientes. O mercado chegou a funcionar com cerca de duas dezenas de bancas. Neste momento, dispõe apenas de seis contribuintes. No ano passado, a CMA deu início às obras de transferência do mercado do segundo piso, para o primeiro, com o objectivo de intervir no piso superior para aí instalar a nova sede da Junta de Freguesia da Reboleira. No entanto, devido à reorganização administrativa, que prevê a extinção de alguns concelhos e juntas de freguesia, Joaquim Raposo, afirma que “esse projecto está em ‘stand by’ até que haja uma decisão do poder central”. Mas admite que o espaço é grande e pode comportar outros projectos, nomeadamente, “actividades comerciais, desde que não entrem em conflito com as existentes”, sublinha. Milene Matos Silva
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