Executivo municipal aprova moção por unanimidade
“Socialmente injusta, ambientalmente errada, urbanisticamente infeliz, e, económica, financeira e orçamentalmente irracional”. É assim que a Câmara Municipal de Oeiras qualifica a anunciada supressão e redução de alguns serviços de transporte público da Carris e da CP no concelho, nomeadamente, a carreira 714 (Praça da Figueira-Outurela) e a 76 (Algés-Cruz Quebrada/Dafundo). Para deixar bem clara a sua perspectiva, a autarquia aprovou, por unanimidade, na reunião realizada no passado dia 11, uma moção condenando as alterações previstas. Dando conta de que foi “recentemente informada” das alterações a efectuar na Carris através da Secretaria de Estado das Obras Públicas, Transportes e Comunicações, a Câmara recorda que as mesmas surgem “na sequência da redução do número de comboios em circulação na Linha de Cascais”, resultando, ambos os cortes, numa “forte diminuição da oferta de transporte público não apenas aos munícipes de Oeiras, mas também a todos aqueles que, trabalhando ou estudando neste município, vêem a sua mobilidade reduzida”. Dado especialmente gravoso “por se verificar numa época de grandes dificuldades económicas”. “Não por acaso, a Câmara tem recebido dezenas de reclamações diárias protestando contra esta decisão”, salienta a autarquia, manifestando, por outro lado, “profundo descontentamento” pelo facto de não ter sido informada nem consultada. A moção, apresentada pelo próprio presidente Isaltino Morais, frisa que “uma rede eficiente de transporte público colectivo é um elemento fundamental da vida da cidade”, sendo função dos agentes políticos “incentivar, e nunca condicionar ou reduzir” a sua procura. O documento lembra, ainda, dados concretos como sejam o compromisso da Carris em manter a carreira 76 após a interrupção de serviço por parte do eléctrico 15 (na sequência das cheias de 1996), a “elevada utilização” daquela mesma carreira (5116 passageiros diariamente) ou o impacto “gravíssimo” no quotidiano dos residentes da Cruz Quebrada-Dafundo e dos estudantes da Faculdade de Motricidade Humana (que deixam de ter acesso àquele trajecto através do passe social, uma vez que o operador licenciado para aquela área, a Vimeca, não utiliza este mesmo sistema de descontos). A falta de explicação plausível para os critérios na base das medidas previstas – “nem mesmo o economicista, que parece estar na base de todas as decisões de agentes públicos hoje (recorde-se a elevada utilização das carreiras em causa)” – e a redução dos comboios que servem as estações do concelho de Oeiras são outras críticas destacadas pela moção, onde a Câmara manifesta, ainda, “a forte determinação em articular com os demais municípios da Área Metropolitana de Lisboa para o desenvolvimento, nesta região, de uma real política de transportes metropolitana”, bem como “instar quem de direito a assumir as suas responsabilidades governativas”. Jorge A. Ferreira
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