Assembleia de Freguesia de Cruz Quebrada-Dafundo aprova moção contra supressão da carreira 76
A possibilidade de vir a ser suprimida a carreira 76 da Carris – que liga Algés à Faculdade de Motricidade Humana (na Cruz Quebrada) – no âmbito da reestruturação da oferta das empresas públicas de transportes colectivos que o Governo tem na forja, já está a ser alvo de luta e protesto por parte das populações actualmente servidas pelos autocarros alocados àquele troço, através, nomeadamente, dos seus órgãos eleitos a nível local. De facto,em face das notícias vindas a público, a Assembleia de Freguesia da Cruz Quebrada-Dafundo decidiu não ficar de braços cruzados à espera da eventual confirmação daquela medida e, na sua última reunião, de carácter extraordinário, realizada no passado dia 4, aprovou – apenas com dois votos contra, dos eleitos pelo PSD – uma moção no sentido de organizar e mobilizar a população daquela freguesia para acções de protesto contra o corte anunciado. Apresentada pelo PS e tendo recolhido votos a favor do IOMAF, PS e da CDU, o documento, intitulado “Transporte para todos na freguesia da Cruz Quebrada-Dafundo”, sublinha que a anunciada supressão da carreira 76 da Carris “representa um autêntico ataque às necessidades básicas das populações mais carenciadas e necessitadas”. Passando da teoria à prática, a moção inclui já uma proposta para “que se crie uma comissão organizacional, transversal a todos os partidos, que mobilize a população numa acção concreta, de modo a chamar as atenções dos responsáveis por esta decisão e de toda a comunicação social, por esta medida gravosa para a nossa Freguesia”. Para Paulo Freitas do Amaral, presidente (independente) da Junta da Cruz Quebrada-Dafundo, o facto de ainda não haver uma decisão final do Poder Central não invalida a tomada prévia de posições claras a marcar o sentimento das populações sobre esta matéria. Até porque as notícias não deixam dúvidas quanto à intenção de cortar e ajustar carreiras na Carris em 2012, sendo que tudo aponta para a supressão do 76. De resto, os ‘reajustamentos’ nesta linha não são de agora: em Março deste ano havia desaparecido um dos três autocarros adstritos a este percurso. Com efeitos que foram, entretanto, atenuados pela passagem do Combus naquele mesmo itinerário. “O Governo invoca que o comboio pode fazer a vez da carreira 76. Mas não é bem assim, pois dois terços dos moradores da nossa freguesia moram no Dafundo e, portanto, ficam distantes da estação da Cruz Quebrada cerca de 1 km, sendo que a de Algés também fica longe”, salienta Paulo Freitas do Amaral. Ou seja: “O Dafundo fica a meio caminho entre as duas estações de comboio, envolvendo distâncias consideráveis e penosas para uma freguesia em que 55% das pessoas são idosas, tendo muitas delas, naturalmente, dificuldades de se deslocarem por falta de mobilidade e problemas de saúde diversos. Não faz sentido obrigá-las a andarem à chuva e ao frio, ou ao sol abrasador”. Além do mais, acrescenta o autarca, há uma Unidade de Saúde Familiar a funcionar no Dafundo que torna mais pertinente a questão da mobilidade neste troço, sem esquecer os alunos e funcionários da Faculdade de Motricidade Humana. Mais sentido teria – aproveita para lembrar Paulo Freitas do Amaral – “a reactivação do troço do eléctrico, voltando a trazer este meio de transporte não poluente desde Algés até perto da Faculdade de Motricidade Humana (FMH) e do Jamor, na Cruz Quebrada”. Uma medida que “traria turistas que vêm de Lisboa até Algés, daria outra visibilidade ao Aquário Vasco da Gama, dinamizaria o comércio em toda esta faixa de território e daria mais mobilidade à população”.
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