Eleitos ‘laranja’ visitam freguesia da Trafaria e mostram posição contrária à do Governo
O PSD de Almada não concorda com a instalação de um terminal de contentores na Trafaria. Uma hipótese levantada ainda durante o governo socialista de José Sócrates e que agora voltou à agenda política através do Plano Estratégico de Transportes (PET). “A vertente de desenvolvimento desta localidade é de lazer e turismo”, alerta, contudo, Pedroso de Almeida. Para o líder dos vereadores social-democratas em Almada a construção do porto de contentores nesta localidade “não passa de uma hipótese”, mas mesmo assim não lhe agrada que o mesmo tenha sido referido no PET. Com o Plano Regional de Ordenamento do Território da Área Metropolitana de Lisboa ainda por concluir, ficam dúvidas sobre o que terá levado o Conselho de Ministros a considerar, e publicar em Diário da República, a construção deste porto. “Mesmo que seja para um futuro longínquo, este porto irá condicionar o desenvolvimento da Trafaria e da Costa da Caparica”. Pedroso de Almeida reafirmava esta posição do PSD de Almada durante uma visita à freguesia da Trafaria que contou com a presença do deputado e vereador almadense, Nuno Matias, e de representantes da estrutura local laranja. “Estas visitas às freguesias têm por missão perceber melhor a realidade e os problemas locais para agir e propor soluções tanto a nível do Governo como da Câmara de Almada”, referia Nuno Matias que reafirma a defesa da Trafaria como localidade turística. "Independentemente de qual for a posição do PSD nacional, o PSD de Almada defende o desenvolvimento da Trafaria como local turístico, isto é importante tanto para a estratégia regional como nacional", e lembra que o terminal surge no PET “apenas como viabilidade de um investimento na ordem dos 500 milhões de euros”. Por outro lado, para Nuno Matias não faz sentido o Governo investir num terminal de contentores na Trafaria quando já existe capacidade instalada nos portos de Sines, Leixões e Aveiro. Para o PSD a Trafaria reúne condições “excepcionais de rio e mar” pelo que em conjunto com a Costa da Caparica são áreas turísticas de excelência que “têm sido esquecidas pelos vários governos e pelo poder local”, afirma o deputado, numa altura em que está a levantar polémica a eventual intenção do Governo de acabar com a ligação fluvial entre a Trafaria/Porto Brandão e Belém. Uma matéria que os social-democratas de Almada reconhecem sensível, mas que poderá estar a ser empolada. “É preciso ter consciência da realidade económica do país e no sector dos transportes existem dificuldades que obrigam a tomar medidas de rigor”, afirma Pedroso de Almeida. Contudo, também diz que as medidas a tomar “têm de ser coerentes”. A isto Nuno Matias acrescenta que “tem sempre de ser garantida uma rede de transportes que esteja de acordo com as necessidades da população”, quer os transportes continuem a ser públicos ou passem a ser privatizados, mas “sempre com o controlo do Estado”. O certo, acrescenta o deputado, é que os transportes públicos, a nível nacional, “representam um passivo de 20 mil milhões de euros”, o que “é insustentável para o país”. Para além da necessária revisão da rede de transportes, entende que o sistema dos passes sociais também tem de ser revisto, “os passes têm de ser verdadeiramente sociais. Não faz sentido as famílias, independentemente da sua capacidade financeira, pagarem o mesmo”. Uma visão ligeiramente diferente da de Nuno Matias e Pedroso de Almeida tem a responsável pelo PSD da Trafaria. Para Maria Ana Cordeiro, a carreira fluvial da Transtejo na Trafaria “irá fazer muita falta”, porém, se o grupo de trabalho considera que esta carreira deixou de ser financeiramente sustentável, isso “é culpa da autarquia que deixou de investir na freguesia fazendo com que muitas pessoas se fossem embora”. Na sua opinião, “a Câmara de Almada esqueceu a Trafaria”.
Humberto Lameiras
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