Novo estabelecimento vende a preços simbólicos e dá a quem não pode comprar
Aberta a todos os fregueses, com preços simbólicos e cartão de descontos em múltiplos estabelecimentos comerciais, a Loja Solidária de Linda-a-Velha, inaugurada no passado sábado, pretende dinamizar e centralizar os mecanismos de distribuição de artigos e géneros alimentares a quem mais precisa. Anseio antigo, a criação deste novo instrumento de coesão social tornava-se cada vez mais premente devido à crise. Mais recentemente, à urgência juntou-se a oportunidade, quando o posto de atendimento da Câmara de Oeiras mudou de local deixando vago o espaço que ocupava no Mercado Municipal. Rapidamente, um grupo de cerca de 20 voluntários – do Banco de Voluntariado daquela freguesia – assumiu grande parte do trabalho de adaptação da sala, transformando-a, em menos de dois meses, numa loja semelhante a qualquer outra... excepto nos preços: muitas peças a um euro, algumas a três euros e cinco euros para excepções (como uma televisão ou carrinhos de bebé). Produtos que o cidadão comum é convidado a adquirir, assim contribuindo para amealhar verbas a usar em acções de solidariedade, mas que terão preços ainda mais reduzidos (a metade) para as famílias carenciadas sinalizadas pelos técnicos de Acção Social. Em
última instância, serão mesmo cedidos gratuitamente às pessoas que não possam, de todo, adquiri-las pelo menor custo. “Optámos por dar apenas em último caso porque o acto de compra valoriza os produtos e responsabiliza mais todos os intervenientes”, explicou ao JR, Carlos Moreira, presidente da Junta de Freguesia, uma das três entidades que estão a gerir a novel estrutura, criada no âmbito da Comissão Social de Freguesia (CSF) – as outras duas são a Academia Recreativa e o Banco de Voluntariado local. “O que nos faltava era o espaço, cedido pela Câmara, o resto foi rápido”, resume aquele autarca, mostrando, com orgulho no trabalho dos voluntários, os móveis fornecidos por duas 'boutiques' da freguesia, mais um pequeno vestiário, uma casa de banho, um gabinete e um armazém no piso superior, tudo pintado de fresco em tons claros e onde os produtos estão expostos com dignidade. “Fizemos questão de que quem entra se sinta numa loja perfeitamente igual às outras...”. Para valorizar o gesto solidário de fazer compras naquela loja, foram criados o cartão Cidadão Solidário e o dístico Empresa Solidária, destinados às pessoas e aos estabelecimentos que ajudem com produtos ou dinheiro – no primeiro caso a partir de 10 euros por ano e no segundo desde 30 euros – proporcionando um sistema de descontos nas lojas aderentes e a estas um reconhecimento como empresa solidária. Para além de receber doações de roupas, brinquedos ou livros, a Loja Solidária terá, também, uma componente de recolha e distribuição de géneros alimentares às famílias sinalizadas na freguesia. Estas são, de momento, “cerca de 200, mas com tendência a aumentar”. “O objectivo é distribuir um cabaz de alimentos mensalmente”, adianta Carlos Moreira, destacando o “papel primordial” da Nestlé e da Sumol/Compal nesta vertente. “Além destes cabazes regulares, estamos já a preparar um cabaz de Natal, brinquedos para as crianças, e uma ceia natalícia inédita entre nós (a realizar na Escola Prof. José Augusto Lucas) para a qual vamos convidar todas as famílias
carenciadas e idosos que vivem sozinhos”. No dia de inauguração ficou, desde logo, visível a capacidade de mobilização da nova Loja Solidária, pois cada convidado trouxe um produto alimentar, originando uma recolha significativa. Estiveram presentes, entre outros, a presidente do Conselho Nacional para a Promoção do Voluntariado, Elza Chambel, os vereadores Ricardo Barros e Ricardo Rodrigues, os presidentes das juntas de freguesia de Queijas e Oeiras, para além de representantes de empresas e de quase todas as instituições da CSF. A Loja Solidária estará aberta às terças-feiras, das 16 às 20h00, e aos sábados, das 10 às 13h00.
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