Urgência continua como ‘calcanhar de Aquiles’ da unidade hospitalar Amadora-Sintra
De acordo com um inquérito de satisfação de utentes do Hospital Fernando da Fonseca, vulgarmente conhecido por Amadora-Sintra, num total de dois mil e quinhentos inquiridos, a média de insatisfação baixou nas valências de consulta externa, urgências e cirurgia ambulatória, mas manteve-se nos internamentos, quando comparados os dados com o ano anterior. Um resultado que a direcção classifica como “muito positivo”, embora admita que este estudo servirá para melhorar o que está menos bem. Acreditado pelo protocolo de Manchester King’s Fund, desde 2001, obrigando ao rigoroso cumprimento de regras para a prestação dos cuidados de saúde, o Amadora-Sintra sempre foi criticado pelo funcionamento das urgências, alvo de múltiplas críticas por parte dos utentes. É este o serviço que acolhe a maior insatisfação dos utentes inquiridos, embora tenha melhorado substancialmente em relação ao ano de 2010, com uma avaliação global de 7,34, numa classificação de 1 a 10. “Acima de tudo são queixas pelo elevado tempo de espera, mas isto deve-se ao facto de existirem falsas urgências, que acabam por dificultar o bom funcionamento do serviço”, explicou Fátima Pinheiro, directora de qualidade da unidade de Saúde. A funcionar com um sistema de triagem em que os doentes são atendidos de acordo comas prioridades, “na urgência não temos queixas sobre a qualidade da prestação dos cuidados de saúde”, garante a responsável. Com capacidade para prestar apoio a uma população de cerca de 350 mil habitantes, a unidade de saúde Amadora-Sintra abrange cerca de 600 mil habitantes. “Temos sempre que nos debater com os problemas do subdimensionamento da unidade e essa será sempre uma decisão do Ministério da Saúde”, referiu. A urgência é o ‘calcanhar de Aquiles’ de todos os hospitais e o Amadora-Sintra não é excepção. “Temos uma média de 400 urgências por dia e temos ainda picos de afluência. Por muito que se melhore vamos estar sempre subdimensionados para a população que abrangemos”, acrescenta ainda a responsável do Hospital Amadora-Sintra. Mas, para melhorar este serviço, a administração do hospital resolveu investir cerca de quatro milhões de euros na melhoria das instalações das urgências, onde deixou de existir papel e o doente já não anda a circular de gabinete em gabinete. “Mas as obras foram levadas a cabo depois da realização deste inquérito. Pensamos que os resultados para o ano serão substancialmente melhores”, acrescenta. Segundo o inquérito feito através de entrevista telefónica a 2520 inquiridos, utentes que tiveram um episódio no primeiro semestre de 2010 nas valências de consulta externa, cirurgia de ambulatório, urgências ou internamento, a média do grau de satisfação é alto. Muito embora, a urgência seja o serviço com maior grau de insatisfação global (17,8 por cento dos utentes deu nota negativa). O internamento é a valência que tem o mais elevado grau de satisfação. No entanto, quando comparados os dados relativos ao ano passado foi o único a reduzir ligeiramente, embora sem relevância estatística. “Vamo-nos centrar na análise estatística dos resultados, mas iremos cruzá-la com outras fontes de informação de que dispomos para tomar medidas, desde que exequíveis, para melhorar as respostas”, conclui Fátima Pinheiro.
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