quarta-feira, 30 de novembro de 2011

EMPREENDEDORISMO SOCIAL Dar emprego às ‘Marias’

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Projecto dá apoio e integração a mulheres residentes nos bairros sociais Para ajudar mulheres desempregadas provenientes de meios desfavorecidos a desempenhar serviços domésticos com segurança e qualidade foi lançado na semana passada o projecto “Marias”. Trata-se de uma aposta no empreendedorismo social por parte da associação com sede na Amadora, Pressley Ridge, que visa o apoio e integração das mulheres, muitas vezes impedidas de ter acesso ao mercado de trabalho devido a dificuldades várias, como a falta de documentação. A Cova da Moura (Buraca) ou Bairro do Casal da Mira (Brandoa) são alguns dos muitos bairros de onde são provenientes as “Marias”. Mulheres que são seleccionadas segundo critérios de exigência e posteriormente enviadas para formação, em várias áreas, como a gestão familiar ou financeira. “Esta aposta surge depois de Gustavo Brito (um colaborador) ter identificado um problema na nossa sociedade que estava a ser negligenciado. Quem recorre a serviços domésticos muitas vezes não cumpre a legalidade, nomeadamente, não efectuando descontos para a Segurança Social ou pagar qualquer tipo de seguros”, explica Kátia Almeida, directora da Pressley Ridge em Portugal. Por isso, esta Organização Não Governamental decidiu actuar nesta área e servirá de ponte, ao longo de dois anos, entre estas mulheres e os clientes. “O Projecto Marias aposta na competência e profissionalismo, procurando criar oportunidades para o enquadramento profissional de uma forma digna e capacitante. A associação tem como função fazer a ponte entre o cliente e as ‘Marias’, facilitando todos os aspectos relacionados ao desempenho das funções destas mulheres, nomeadamente na procura de creches ou ajuda na obtenção de documentação”, explica a responsável. Kátia Almeida acrescenta que “detectámos muitas mulheres que estavam aptas a trabalhar, com uma vasta experiência profissional de qualidade e confiança, mas por serem estrangeiras estavam impedidas de o fazer legalmente e nós ajudamos com a obtenção de documentação”. O projecto, que arrancou no início de Novembro, conta actualmente com 15 mulheres e quatro clientes na Grande Lisboa. Dentro de dois anos, Kátia Almeida espera que sejam 62 “Marias”, estendendo-se a outros locais do país. Nessa altura, admite-se que muitas destas mulheres já estejam autonomizadas sem necessitar de ter a Pressley Ridge como intermediária. Ora, para os clientes esta é “uma forma de actuar responsavelmente porque se está a contribuir para a legalidade destas situações profissionais”, conclui Kátia Almeida. A Fundação EDP é a entidade promotora e mecenas deste projecto e irá financiar as “Marias” enquanto as receitas próprias não forem suficientes para cobrir todas as despesas operacionais.

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