Fusão de freguesias debatida pela população
A conclusão das obras do mercado e dos planos de pormenor do Torrão, 2.º Torrão e Frente Ribeirinha são algumas das preocupações da população da freguesia da Trafaria. Foram matérias apresentadas no primeiro fórum público deste ano, integrado no ciclo “Opções Participativas”, organizado pela Câmara de Almada. Um debate que no entanto acabou por ser mais marcado pelo debate sobre a agregação da freguesia, com alguns intervenientes a defenderem opções alinhadas com a Lei n.º 44/XII, sobre a Reorganização Administrativa Territorial Autárquica, proposta pelo Governo, enquanto outros não aceitam que a Trafaria perca a condição de freguesia. Diferenças de opinião que deram origem a um debate aceso, principalmente quando o munícipe Alexandre Guerreiro defendeu a tese divulgada pelo CDS que aponta para a “fusão” da freguesia da Caparica/Trafaria, e que a mesma “não implica extinção”; ou seja, recuar até à divisão de território que existia em 1985. De imediato se fizeram ouvir na sala contestações a esta proposta por parte de outros munícipes, com alguém a lembra que “depois do Governo querer isolar a Trafaria tirando-nos a ligação fluvial, agora querem acabar com a freguesia". Mas para a presidente da Junta de Freguesia da Trafaria, Francisca Parreira, este é um argumento que não colhe. “Quando algo se funde algo se extingue” e no caso da freguesia da Trafaria “é impensável recuar no tempo e unir duas freguesias com diferenças assinaláveis”. No mesmo sentido foi a intervenção de José Manuel, natural da Trafaria, que para além de não abdicar da condição de freguesia, ressalvou que a prioridade é resolver alguns problemas relacionados com os esgotos e “impedir a vinda de contentores, do Porto de Lisboa, para a Trafaria”. É que esta localidade “não pode transformar- se numa zona assombrada”. Lembra este trafariense que a terra “já conseguiu vencer muitas lutas e vai conseguir vencer mais algumas”. Uma opinião que abriu a porta à presidente da Câmara de Almada para reafirmar que o município não aceita a redução do número de freguesias de onze para cinco, como tem sido proposto. Maria Emília de Sousa vincou a descentralização da Câmara passou para as freguesias, “com as devidas verbas” e elevou o trabalho destas até nas questões económicas. “Da mesma forma que os concelhos gerem melhor as obras locais que o poder central, também as freguesias conseguem fazer obra economizando mais do que as câmaras”. Para a edil isto só é possível “pela proximidade com a população e melhor conhecimento dos problemas no seu território”. Humberto Lameiras
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