Crise está a levar muita gente a abandonar animais domésticos
Quem não tem condições para ter um cão em casa, pelos mais variados motivos, pode, assim mesmo, usufruir da sua companhia por apenas 10 euros por mês, através da campanha de apadrinhamento que está a ser desenvolvida pela Associação dos Amigos dos Animais e do Ambiente da Amadora (AMIAMA). São inúmeros os esforços da AMIAMA para doar os cães abandonados e encontrados na rua, mas também para angariar fundos para os que ainda permanecem no abrigo, de forma a dar-lhes mais conforto e uma vida digna. Como solução, a direcção da associação está a promover, para além das habituais campanhas, o apadrinhamento dos cães que ainda permanecem na instituição de forma a garantir a sua alimentação e cuidados de saúde. Por apenas 10 euros por mês, o padrinho garante que o seu afilhado possa ter diariamente comida e acesso a medicamentos ou tratamentos. Em troca, os padrinhos podem passar o fim-de-semana na sua companhia ou apenas levá-los a passear durante algumas horas. Mariana Pais, presidente da associação, refere ser esta “uma boa forma que ajuda a angariar verbas”, mas acima de tudo, promove o convívio e o lazer de animais que passam a semana fechados. “Já que não podem ter um lar pelo menos passeiam ao fim-de-semana”, acrescenta a responsável. Há mais de um ano que Luísa Pereira apadrinhou o Tony, um cão encontrado na rua com cerca de seis anos. Tem dois cães em casa, um dos quais foi buscá-lo à AMIAMA. Motivo pelo qual não pode levar mais, mas ajuda sempre que necessário. Todos os domingos passeia o seu afilhado, mas também outros cães do abrigo. Voluntária e madrinha, já tinha adoptado um cão cego e cardíaco, “aquele que ninguém queria”, refere. “Levei-o porque ele não se estava a adaptar às condições da AMIAMA,que apesar de serem boas, não são iguais às proporcionadas por um lar”, explica. Vive num apartamento, em Alfragide, e garante que “só não tem condições para ter animais quem não quer”. Esta campanha tem-se revelado “um sucesso”, de acordo com Mariana Pais, que acrescenta: “Todos os ‘Patudinhos’ que estão na AMIAMA têm um padrinho, alguns têm mesmo mais do que um, porque nem todos podem vir passeá-los”. A responsável sublinha ainda que “temos tido alguns casos em que os padrinhos levam os seus afilhados aos fins-de-semana e acabam por adoptá-los, o que é também um dos nossos objectivos”. O abrigo da AMIAMA, com capacidade para cerca de 80 cães, acolhe todos os animais errantes, porém a maioria é muitas vezes deixada à porta ou mesmo nas imediações. Mariana Pais diz que há cada vez mais situações, mas recusa a desculpa da crise: “É apenas mais uma desculpa, porque quando me ofereço para doar sacas de ração para que as pessoas mais carenciadas possam continuar a manter os seus animais domésticos, elas muitas vezes recusam”. Oq ue leva ao limite a capacidade de resposta do abrigo. “Recolhemos sempre mais animais do que aqueles que conseguimos doar”, remata. Mariana Pais é a presidente da AMIAMA desde 2009. Quando chegou à instituição encontrou dívidas, herança da direcção anterior. “Neste momento, já conseguimos equilibrar as contas da associação e todas as campanhas são necessárias para que isso aconteça”, assegura. A AMIAMA vive do trabalho voluntário.Neste momento, já são mais de 30 pessoas que dão o seu tempo para ajudar a instituição e os seus animais. Milene Matos Silva
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