Autarquia desiste da ligação Reboleira-Dolce Vita Tejo
A Câmara da Amadora (CMA) anulou o concurso para a construção de uma linha de metro de superfície, que iria ligar a estação da CP da Reboleira e o Centro Comercial Dolce Vita Tejo, por falta de condições na “regulamentação do sistema de transportes públicos municipais", segundo anunciou o vereador dos Transportes da autarquia, Gabriel Oliveira. Era um dos grandes projectos para este mandato. Um investimento de cerca de oito milhões de euros e que seria financiado pelo grupo Chamartín, proprietário do Centro Comercial Dolce Vita Tejo, em quase quatro milhões e meio de euros, sendo a restante montante garantido através de fundos comunitários. No entanto, o projecto do Metrobus, cuja circulação é feita em carruagens equipadas com pneus, foi anulado no início deste ano, segundo confirmou o vereador responsável pelo projecto. "A lei existe, mas não está regulamentada. O Governo tem que dizer, por exemplo, quais os critérios para poder haver transportes públicos municipais, se pode haver limites de anos, se pode haver concessões. Isto para não corrermos o risco de avançar com o Metrobus e depois não se poder utilizar", explicou Gabriel Oliveira. Este projecto, apresentado em Setembro de 2010, previa a ligação entre a estação da CP da Reboleira ao Centro Comercial Dolce Vita Tejo, em 2013, atravessando as freguesias da Venda Nova, Falagueira (estação de metro Amadora-Este), Mina, São Brás e Brandoa. Numa segunda fase, em 2015, chegaria a Odivelas, mas o mesmo argumento foi usado pela Câmara local para também ter abandonado o projecto. O concurso para a construção estava, segundo o vereador, em fase de lançamento. Gabriel Oliveira explicou que o facto de a lei não estar regulamentada poderia levar a autarquia a "entrar em processos complicados de indemnizações com as operadoras" que actualmente servem o município. O vereador criticou ainda as “constantes” alterações à legislação na área dos transportes: "Não conseguimos acompanhar a legislação que está em vigor. Não podemos correr o risco de ter uma solução, que é cara, e que só pode avançar se a legislação não estiver a ser alterada todos os dias". O vereador considerou que este modelo de transporte nas áreas urbanas é uma solução que “mais tarde ou mais cedo o Governo vai ter que adoptar", uma vez que se trata de uma solução mais económica se comparada com o metropolitano. "Cada quilómetro de metropolitano custa à volta de 50 milhões de euros. Este custa 500 mil. Isto sem esquecer o custo das estações, uma vez que no metro de superfície limitam-se a ser abrigos de autocarro, enquanto no metropolitano custam trinta milhões", disse. Milene Matos Silva, com Lusa
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