Reorganização administrativa do concelho divide opiniões
O movimento Cidadãos Independentes Pela Amadora (CIPA), que alcançou dois mandatos no concelho nas últimas eleições autárquicas, realizou, no sábado, um encontro onde foi apresentado o projecto para a reorganização da Administração Local. O CIPA defende a fusão de cinco das onze freguesias, passando a existir seis. Na proposta apresentada, São Brás seria a única freguesia que não viria a fundir-se com qualquer outra. Carlos Feio, do CIPA, durante o encontro que decorreu sábado, no salão dos Bombeiros Voluntários da Amadora (BVA), perante uma plateia de cerca de quatro dezenas de pessoas, explicou que “seguindo um critério populacional defendemos que o município de 11 passe a ter apenas seis freguesias, através da fusão das já existentes, suprimindo as fronteiras interiores, mas não mexendo nas exteriores”. Para o responsável, esta seria a reorganização “mais pacífica e sem afectar as populações”. Respeitando critérios culturais e históricos, mas também, tendo em conta, a existência de equipamentos e vias de comunicação, os responsáveis do partido chegaram à conclusão que a fusão pode ser feita da seguinte forma: Falagueira-Mina, Reboleira-Venteira, Alfornelos-Brandoa, Damaia-Venda Nova e Alfragide-Buraca, mantendo-se São Brás. Durante a apresentação Carlos Feio esclareceu que “defendemos a aglutinação dos nomes, acumulando os dois e dispondo-os por ordem alfabética”. Este foi o primeiro debate realizado no concelho a abordar esta questão. “Para nós, esta seria a reorganização mais ajustada à realidade do nosso concelho, com uma distribuição da população mais equilibrada”, afirmou Carlos Feio, acrescentando que “cada freguesia ficaria com uma população média de 30 mil habitantes”. Os munícipes participantes nesta acção mostraram algumas preocupações quanto à divisão proposta pelo CIPA, nomeadamente ao nível das respostas sociais. Essa foi uma das questões também abordada pelo presidente da Junta de Freguesia da Falagueira, Manuel Afilhado, presente no encontro. “Se fosse presidente de uma junta que viria a integrar os três bairros mais complicados da Amadora,como a Quinta da Lage, Casal do Silva e Santa Filomena (Mina), teria dúvidas em aceitar esta reorganização”, salientou acrescentando, no entanto, que “ainda não tenho nenhum ideia formada sobre o assunto porque até agora ainda não houve nenhuma discussão sobre esta matéria”. O autarca lembrou que o presidente da Câmara prometeu um debate com todos os presidentes de junta. “Espero que se concretize”, afirmou.E salientou a importância da realização da acção do CIPA. Também presente no debate esteve o presidente da Junta de Freguesia de São Brás, Amílcar Martins. “A proposta do CIPA é muito válida”, admitiu, no entanto, defendendo que “a Amadora não necessita de reduzir as freguesias. O Governo está a passar a ideia errada de que se vai poupar com esta reorganização, mas as juntas representam apenas 0,10 por cento do Orçamento de Estado. Com esta redução passaremos a gastar apenas 0,4 por cento”. E questionou: “O que poupamos com isto?”. A reorganização que está a ser estudada pela CMA passa pela eliminação das actuais fronteiras e pela divisão de acordo com as respostas de equipamentos de cada área. Em questão pode estar a redução para cinco ou seis freguesias. Milene Matos Silva
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