Aposta em obras de requalificação e diversificação de actividades pode estar na base do crescimento da procura
E se, de repente, algumas dezenas de pessoas saltassem para a sua frente com balões, confetis, máquinas fotográficas, palmas e gargalhadas, quando fosse a entrar no Parque da Pena? Isso seria sinal que era, no mínimo, um visitante especial. Foi isso que aconteceu, no passado dia 28 de Novembro, a Galina Zagaikan Projorova, uma turista russa completamente apanhada de surpresa, aliás como pretendia a Parques de Sintra- Monte da Lua (PS-ML). A tarde foi de festa e há muito que a equipa da PSML ensaiava o momento. Faltavam poucos minutos para as quatro da tarde quando a excursão em que estava previsto estar o visitante ‘um milhão’ chegou às bilheteiras do Parque da Pena. Assim que Galina atravessou o portão, uma série de confetis coloridos rebentaram por cima da sua cabeça. Emocionada, a turista repetiu vezes sem conta ser “uma surpresa real caída do céu”. Com 50 anos, Galina estava de visita a Sintra, “e a Portugal também”, pela primeira vez, como fez questão de nos contar num espanhol perfeito, de quem vive há 20 anos na Catalunha onde, aliás, tem um restaurante. Talvez por isso, foi com visível à-vontade que cortou o bolo 3D que representava o Palácio da Pena, “o espaço mais visitado dos parques históricos de Sintra”, como destacou António Lamas, o presidente do conselho de administração da PSML. António Lamas estima que, até ao final do ano, sejam contabilizados um milhão e 70 mil visitantes, “até porque Dezembro é um mês especial, festivo, de maior procura”. No últimos anos, o número de visitantes nos parques históricos de Sintra tem vindo a demonstrar um crescimento muito acentuado, algo que para este responsável se deve à política que a empresa tem vindo a desenvolver. “O turismo no geral tem crescido e aqui mais do que na média e mais do que no concelho. Para mim, isso é a prova de que a política que temos é a acertada: fizemos mais restauros completos; abrimos mais pólos de interesse, as obras são feitas à vista do público e tudo isso atrai mais visitantes”. António Lamas relembrou que este crescimento é ainda mais importante quando a Parques de Sintra não recebe dinheiro algum por parte do Governo, sendo as receitas das bilheteiras o sustento daquele património e, por isso, “a chave” para a manutenção dos espaços. A grande maioria dos visitantes são estrangeiros e daqui sobressaem os espanhóis e os brasileiros. “O número de visitantes portugueses não tem diminuído, mas como cresce o número total de visitantes, acaba por diminuir esta percentagem”. António Lamas considera que os os monumentos sintrenses são, normalmente, visitados uma vez na vida, "geralmente, na altura da escola e parece que são arrumados: ‘a Pena já vi’”, mas este responsável alerta que essa postura não é a correcta, visto estarem constantemente a ser criados novos atractivos, como a recente demonstração do trabalho dos cavalos belgas em curso no Parque da Pena.
Ana Raquel Oliveira
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