sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

ALMADA Natal sem o brilho habitual

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Câmara corta nas luzes, comércio faz contas à vida O Natal de 2011 será o menos iluminado dos últimos anos. A Câmara de Almada cortou na decoração das ruas e a Delegação de Almada da Associação de Comércio e Serviços do Distrito de Setúbal (ACSDS) já não conta com as verbas do programa Modcom (incentivo ao comércio local) para animar, pelo menos, as zonas centrais da cidade. “Os comerciantes não têm capacidade financeira própria para dar continuidade ao programa de animação dos últimos anos”, afirma o presidente da delegação local, Gonçalo Paulino. E seja por falta de animação ou iluminação, o certo é que numa altura em que os funcionários públicos já receberam o subsídio de Natal, desta vez diminuído, e muitas empresas privadas já o pagaram, o comércio local ainda não sentiu melhorias no negócio. “Ainda não dá para avaliar realmente qual vai ser o comportamento das pessoas, mas receamos uma grande retracção nas compras”, comenta o presidente da delegação. Mas tendo em conta outros Natais, pode ser que este comportamento entretanto mude. “Cada vez mais as pessoas compram à última da hora”, acrescenta. Mas o dado actual é preocupante: “Nota-se um abaixamento grande”. Para atrair mais clientes ao comércio tradicional, a Delegação de Almada da ACSDS decidiu, esta segunda-feira, lançar o desafio aos proprietários das lojas para durante o mês de Dezembro abrirem as portas aos sábados, domingos e feriados e durante a semana estarem abertos à hora de almoço. “A Delegação de Almada não tem capacidade financeira para organizar eventos, mas sabemos que é preciso repensar a organização do comércio local”. Uma das ideias é criar uma “imagem de marca por zonas”. Um conceito que deu os primeiros passos como programa Almada Centro mas, “tirando o primeiro ano, a autarquia nunca mais investiu na dinamização deste programa”, critica Gonçalo Paulino. “Não podem ser apenas os comerciantes a assumirem este custos, nós pagamos impostos e temos o direito de exigir mais apoio para este tipo de programas”, acrescenta. Mais ainda quando este ano o Modcom foi suspenso. Já quanto à redução da iluminação de Natal, o representante do comércio local até aceita, mas alerta que “deixar cair todos os investimentos é caminhar para a paralisação da economia”, pelo que espera que a autarquia,em matéria de redução de verbas, “tenha uma acção equilibrada” quanto a outros sectores. Metade do orçamento De facto, o corte na iluminação de Natal é bem visível. A exemplo do que já tinha acontecido no ano transacto, apenas o eixo central da cidade de Almada e o Centro Sul vão ostentar esta decoração, mas com uma redução de custos para “quase metade comparativamente com o ano passado”, afirma António Matos. Segundo o vereador da Cultura, em 2010 a Câmara investiu em luminárias de baixo consumo e gastou 70 mil euros na decoração, o que deu uma redução na ordem dos 47 por cento comparativamente com 2009. Feitas as contas, as luzes do Natal de 2011 deverão custar à autarquia cerca de 40 mil euros. “Estamos a reduzir nos custos de energia para podermos responder a outras rubricas muito mais emergentes a nível social das famílias”, realça o vereador. Mesmo assim, o executivo camarário decidiu não seguir a decisão mais drástica, como aconteceu noutras autarquias, em que a quadra natalícia vai ficar às escuras. “Almada optou por uma medida intermédia”. Já quanto a iniciativas como o “Mercado Amigo da Terra”, a “Feira do Livro” e a apresentação de grupos corais em várias praças da cidade vão manter-se. “São pequenas iniciativas mas ajudam a animar esta época”, comenta António Matos que adianta que a redução de verbas vai aplicar-se também às comemorações de Fim de Ano. “Não vamos ter animação de grupos musicais”,mas está decidido que a entrada em 2012 vai ter fogo-de-artifício no rio, embora “com custos mais reduzidos”. É que apesar de “grande contenção é preciso manter alguma esperança”, mais que não seja para “ajudar a ultrapassar este ciclo económico muito difícil”, acrescenta. Humberto Lameiras

2 comentários:

Anónimo disse...

o que Almada quer é iluminação pública

Anónimo disse...

Como Almadense de gema,custa imenso ver a minha cidade ás escuras,porca,suja sem ninguem a partir das 20 h.Onde está a juventude de almada,o desporto de outros tempos.Cinema de outros tempos .Não é saudesismo mas sim qualidade para se viver.