‘Segurança Social devia alargar apoio às valências de fisioterapia e acompanhamento psicológico’
O presidente da Liga dos Amigos do Hospital Garcia de Orta (LAHGO), Fernando Neves, considera que os serviços prestados à população pelas instituições particulares de solidariedade social (IPSS) podem ser ampliados a mais valências, com “mais benefícios financeiros” para as mesmas e para o Estado e “melhor qualidade de vida para o utente”. Um desafio que afirma já ter lançado à Segurança Social e que gostaria que fosse reforçado pelas outras instituições do concelho. Actualmente as IPSS que prestam serviços de apoio aos utentes no domicílio abrangem as áreas da alimentação, higiene pessoal, higiene ambiental e lavagem de roupa. Serviços que são protocolados com a Segurança Social que participa com uma verba por utente à instituição. Ora Fernando Neves entende que este protocolo deve ser estendido ao serviço de fisioterapia ao domicílio e acompanhamento psicológico. “Se as verbas forem bem geridas todas as instituições podem prestar estas duas valências”, afirma. Aliás, a Liga “já o está a fazer assumindo todos os encargos,mas a Segurança Social tem obrigação de apoiar e ao mesmo tempo reduz encargos do Estado”. No caso da fisioterapia, explica o presidente da Liga, o utente, que normalmente se desloca de ambulância, “paga 21 euros se o serviço for feito dentro do concelho”, para além disto “tem ainda de pagar a sessão de fisioterapia que custa cerca de 15 euros, já com a comparticipação do Estado”. Um tratamento que “em muitos casos pode ser feito em casa do utente”, afirma Fernando Neves. Desta forma “baixam os custos de deslocação e aumenta a comodidade do utente”. Neste momento a LAHGO tem três fisioterapeutas, com equipamento transportável, que se deslocam a casa das pessoas. “Suportamos o ordenado das fisioterapeutas e as deslocações”.Ou seja, na Liga, esta valência no total custa ao utente entre “4 a 14,4 euros”. Mas se a Segurança Social “pudesse suportar uma parte do valor que o utente paga segundo o seu rendimento, este serviço seria mais económico para ambas as partes”. O mesmo é válido para o serviço de acompanhamento psicológico, uma área “cada vez de maior importância porque muitos dos utentes ou têm os parentes longe ou já não os têm”. Diz Fernando Neves que a Liga presta este serviço “gratuitamente”, mas as outras instituições não têm base económica para isso. “Nós conseguimos rendimento através das máquinas de venda automática no hospital e também da parafarmácia, das duas lojas de artigos ortopédicos e uma pequena cafetaria”, mas também diz que a comparticipação da Segurança Social “é suficiente”, o necessário é “alterar a fórmula de gestão”, e acrescenta: “Tem de haver uma maior abertura”. Com a Liga a assegurar apoio a 105 utentes através do acordo com a Segurança Social na sua área de influência, Fernando Neves revela que consegue estender este apoio a mais utentes. “Quando há pessoas fragilizadas temos obrigação de as ajudar”. É esta mesma lógica que o presidente da Liga pretende que aconteça nas áreas da fisioterapia e apoio psicológico. “A Segurança Social devia apoiar também estas valências”, reafirma, um apoio que deve abranger “não só a Liga, mas todas as IPSS”. Isto “com vantagem financeira para todas as partes”. A questão já foi colocada à Segurança Social, mas “ainda não obtivemos resposta”, diz.
Humberto Lameiras
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