sexta-feira, 1 de julho de 2011

SMAS Torneira aberta a novos projectos

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Novo edifício técnico e projecto Água Vida Os Serviços Municipalizados de Água e Saneamento (SMAS) de Oeiras e Amadora preparam-se para avançar com dois projectos muito diferentes entre si, mas de impacto muito significativo, seja no quotidiano de uma boa parte dos seus trabalhadores e das suas actividades, seja na imagem da instituição e até do próprio concelho. O novo Edifício dos Serviços Técnicos, a erguer em Leceia, e o emblemático pavilhão Água Vida, previsto para junto a uma das entradas do Parque dos Poetas, foram recentemente apresentados em reunião de Câmara por Nuno Campilho, administrador dos SMAS e, apesar de algumas críticas e dúvidas de parte dos vereadores da oposição, acabariam por abrir caminho rumo à sua execução, a qual terá, também, ritmos diferenciados. O preço é que será, sensivelmente, o mesmo: cerca de quatro milhões de euros cada um… Com horizonte mais próximo quanto ao início de obras de construção – o que poderá acontecer no 2.º semestre do próximo ano – o Edifício dos Serviços Técnicos surgirá perto do reservatório de água dos SMAS em Leceia. Vai acolher as funcionalidades que têm estado nas instalações da empresa municipal no Casal do Deserto (perto do Lagoas Park, em Porto Salvo), as quais são necessárias para dar lugar a novas casas para o realojamento de algumas dezenas de moradores no âmbito da 1.ª fase do Plano de Renovação Urbana daquele bairro que a Câmara de Oeiras tem na forja. “Concretizada a aprovação do projecto, segue-se a adjudicação e a abertura do concurso para a obra”, situa Nuno Campilho, detalhando um pouco mais a utilização do futuro Edifício de Serviços Técnicos: “Vai albergar a componente técnica ligada à parte oficinal, como sejam viaturas, os bate- chapas que trabalham com as tampas dos esgotos, entre outros, e uma componente administrativa ligada à gestão das redes: água e saneamento, entrega de projectos, laboratório… Portanto, tudo o que não seja a parte comercial, financeira, de administração, direcção, pois isso fica onde está actualmente”. A descrição do projecto – a implantar numa área bruta de construção de 5410 m2 com vista sobre Barcarena e o vale – explica que o edifício “é constituído por dois volumes que assumem características distintas em termos de materialidade e aberturas, criando à distância, uma imagem de um conjunto de volumes abstractos, o qual, dialoga com a escala dos depósitos de água que lhe são próximos”. Água Vida Quanto ao projecto Água Vida, pretende ser “um marco dos dois concelhos abrangidos pelos SMAS, mas também da própria Área Metropolitana de Lisboa e até do país”, estabelece Nuno Campilho. Até porque não se encontra facilmente algo semelhante. “Há o Pavilhão da Água instalado no Parque da Cidade, no Porto, que é o mesmo que estava na Expo 98”, referencia o nosso interlocutor, confiante de que os visitantes vão entender que valer a pena vir a Oeiras ver o Água Vida. “Quem vem visitar o Oceanário também poderá associar ao seu passeio uma passagem pelo Água Vida, faria sentido integrar essa rede”, antecipa o administrador dos SMAS, esclarecendo que “tal como nós não vamos ter peixes, o Oceanário não tem o que nós nos propomos ter, que é a abordagem da água na perspectiva do serviço público de abastecimento, desde a sua recolha até à deposição, e não única e exclusivamente enquanto elemento fulcral da natureza”. Naturalmente,num projecto com tanta água, os conteúdos não podem correr o risco de serem “uma seca” para os visitantes, sobretudo para as crianças. “Serão fundamentais”, garante Nuno Campilho, justificando a quantia próxima de um milhão de euros que poderá ser despendida só nesta área, que terá uma “forte dimensão lúdica e interactiva, incluindo a reprodução de todo o ciclo da água, com espaços para 'workshops', iniciativas científicas com manipulação, experiências virtuais e físicas, além de um pequeno núcleo museológico...”. A tudo isto acresce “um edifício lindíssimo, ele próprio um elemento expositivo”. A proposta, segundo o projecto, passa por “uma pele abstracta convertida num ícone urbano gerando uma nova referência no imaginário da cidade”.Mas uma pele “em constante movimento, transformando-se subtilmente com o vento, o movimento do Sol e a posição relativa do observador”. Já no coração do edifício encontra- se a Fábrica da Chuva, que deverá converter-se “na referência de identidade do museu”. Trata-se de “um dispositivo harmonioso e optimista, à imagem de alguns dos inventos renascentistas”, um espaço vertical que “vai mudando de forma conforme sobe, procurando a luz natural, revestido por uma bandeja contínua em espiral de aço inoxidável”... O projecto emblemático – que em reunião de Câmara foi aprovado por maioria, com quatro abstenções e nenhum voto contra – não deverá, no entanto, começar a ser materializado tão cedo. “As verbas estão cativadas, a ideia está adjudicada, vamos abrir concurso para os conteúdos, depois projecto final e obra. Diria que em 2013 se poderá começar a obra”, revela Nuno Campilho, com indisfarçável entusiasmo.

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