quarta-feira, 13 de julho de 2011

AMBIENTE Transformar resíduos em energia

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Nova central anaeróbia recebe lixo de Cascais, Mafra, Oeiras e Sintra Produzir energia eléctrica para abastecer cerca de 2500 famílias é uma das mais-valias da Central de Digestão Anaeróbia (CDA) que se encontra em fase de testes na Abrunheira, concelho de Mafra, e vai receber os resíduos sólidos urbanos (RSU) indiferenciados dos concelhos de Cascais, Mafra, Oeiras e Sintra. O último grande investimento da Tratolixo, na ordem dos cem milhões de euros (com 25 milhões de financiamento comunitário), foi apresentado, na passada semana, à comunicação social, mas só estará a funcionar em pleno no início de 2012. A partir dessa ocasião, a CDA tem capacidade para receber 200 mil toneladas de resíduos, que vão permitir a produção de energia, através de biogás, e de composto agrícola e a valorização de materiais recicláveis (plástico, resíduos biodegradáveis, papel-cartão, vidro,metais ferrosos e alumínios). "Esta unidade será a maior do país, com capacidade para receber 160 mil toneladas de recolha indiferenciada, aquilo que pomos no caixote de lixo sem qualquer separação, e 40 mil toneladas de recolha selectiva de resíduos biodegradáveis, que têm a sua origem nos restaurantes, nas cantinas, nos mercados", salienta Domingos Saraiva, presidente do conselho de administração da Tratolixo, dando conta que estão a ser construídas unidades similares em Coimbra e Aveiro. "Temos aqui, em Mafra, tecnologia de ponta que está em pé de igualdade como que de melhor se faz na Europa no tratamento de resíduos", reforçou o administrador da Tratolixo, empresa intermunicipal de capitais públicos (detida a 100% pela AMTRES– Associação de Municípios de Cascais, Mafra, Oeiras e Sintra para o Tratamento de Resíduos Sólidos). A CDA é uma das componentes do Ecoparque da Abrunheira, que estará totalmente executado em final de 2011, composto ainda por um Ecocentro, para receber resíduos de alguma dimensão (monos) dos munícipes de Mafra; três Células de Confinamento Técnico, vulgarmente conhecidas por aterros e que servem para receber o refugo do processo de tratamento e valorização, que ocupam cerca de 11 hectares; e uma Estação de Tratamento de Águas Residuais Industriais, que visa o tratamento das águas provenientes da CDA e das Células de Confinamento Técnico, com as águas a serem reutilizadas no próprio ecoparque. A nova infra-estrutura, cuja construção arrancou em Agosto de 2008, vai criar cem postos de trabalho, "a maioria delas com formação, não só externa como interna, porque estamos perante uma unidade industrial", sublinha Domingos Saraiva. ACDA recebe os lixos indiferenciados, depositados nos normais contentores de recolha de resíduos, que são sujeitos a uma separação dos materiais ainda recicláveis e ao isolamento do orgânico que "por processo químico, através do sistema de digestão anaeróbia, produz biogás que faz accionar motores que produz em energia e que é lançada na rede pública". Outro processo mecânico permite a produção de composto, "que se destina à agricultura, devidamente controlado, que pode ser utilizado em vinhas, árvores de fruto e outras aplicações desde que não tenha contacto directo com o produto". O material rejeitado poderá, no futuro, ser aproveitado como combustível nas unidades de produção de cimento, em vez de ser encaminhado para aterro. A produção de energia na CDA da Abrunheira na ordem de 18,3 Gigawatt hora/ano, o suficiente para abastecer cerca de 2500 famílias, soma-se ao biogás já produzido no Aterro de Trajouce, esgotado desde 2003, que origina energia para cerca de 700 famílias. Recorde-se que, desde o encerramento do Aterro de Trajouce, parte dos resíduos são encaminhados para outros sistemas de tratamento de resíduos,como a Valorsul, Amarsul e Valnor. A Tratolixo tem em carteira o projecto de reabilitação do Ecoparque de Trajouce, incluindo a remoção de 150 mil toneladas de resíduos indevidamente depositados. Os quatro concelhos produzem, anualmente, 480 mil toneladas de RSU.

1 comentário:

Greenplan Consultoria Ambiental. Certificados Energéticos, Acústicos e Projectos Térmicos disse...

A greenplan congratula-se com esta notícia.

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