Análises confirmam boa qualidade das águas
Há uma boa onda a varrer as praias até agora menos cotadas de Oeiras. Análises efectuadas, recentemente, pelos Serviços Municipalizados de Água e Saneamento (SMAS), apresentaram valores bacteriológicos sem riscos para a saúde nas colheitas realizadas em Abril, Maio e na primeira quinzena de Junho, para todas as zonas balneares examinadas (dez). Resultados inéditos, relacionados, sobretudo, com a entrada em funcionamento da ETAR de Alcântara, e que já estão a ter reflexos no número de pessoas que tem optado pelos areais menos na moda, como Algés e Cruz Quebrada. Precisamente, a maior pacatez que estas praias ainda permitem, bem como o facto de serem mais acessíveis de comboio (em termos de custo do bilhete, para quem vem de Lisboa) são outras razões invocadas pelos veraneantes destas praias “periféricas”. “Dantes eu também ficava admirada como é que as pessoas tomavam banho em águas que tinham muita sujidade, mas agora vê-se que estão mais limpas”, diz Rosa Craveira, de 50 anos, a apanhar banhos de sol, essencialmente, na Praia da Cruz Quebrada. Moradora nos Olivais, em Lisboa, estando de férias, resolveu ficar ali mesmo em vez de seguir até Paço de Arcos, onde trabalha e de que cuja praia é fã. “Mas esta fica mesmo junto à estação e, além disso, é muito pacata, as pessoas que cá vêm é só para banho e descanso, sem algazarra”, justifica a veraneante, concluindo: “Não é por acaso que já se nota muito mais gente a frequentar esta praia do que antes”. Quem também ficou muito satisfeito com a boa-nova trazida pelos SMAS foi o presidente da Junta da Cruz Quebrada-Dafundo. “Quem viu a nossa praia no ano passado e a vê este ano... é uma grande diferença!”, resume Paulo Freitas do Amaral. O autarca salienta que, para além da entrada em funcionamento da ETAR de Alcântara, a melhoria de condições também passou pelo fim das barracas e respectivos esgotos que ali existiam, o que sucedeu por acção do mar, primeiro, e de várias entidades públicas, a seguir, com “o trabalho de alerta” da Junta de Freguesia em plano de destaque. Assim, o autarca vê as boas notícias dos SMAS como mais uma motivação para continuar a pressionar as entidades públicas sobre o que falta ali fazer. Sobretudo, a reconstrução do pontão parcialmente destruído desde 1983 e que, dizem muitos dos habitantes da zona e utentes da praia, leva a que as areias, através dessa falha, se vão depositar mais à frente, já no Dafundo, não permitindo que o areal da Cruz Quebrada se torne maior. “Temos tido várias comunicações com o Porto de Lisboa sobre essa questão e a resposta é que está quase, que já existe orçamento, mas o certo é que tem sido adiado o lançamento do concurso para a reconstrução e, ultimamente, deixámos de ter notícias”, informa Paulo Freitas do Amaral, que também já contactou a Refer para a remoção dos tijolos e outros escombros que ainda se vêem num canto da praia. Um esforço de que já participou a Câmara de Oeiras. Para além de ter realojado um dos habitantes das barracas antes ali existentes, recentemente “responderam positivamente ao nosso pedido de colocarumtractor a limpar a praia e, ainda, sacos de lixo”, reconhece o autarca que, entretanto, também promoveu uma acção de limpeza no areal, com base no voluntariado, que juntou cerca de 15 munícipes.
Nome feio vira cisne em Algés Na fronteira entre os concelhos de Oeiras e Lisboa, o desgraçado epíteto de nome malcheiroso que era dado ao areal de Algés é cada vez mais injustificado. As análises do SMAS deram, igualmente, luz verde aos banhos. Pelo menos, por enquanto, pois há que aguardar – tal como em relação a outras praias – por confirmações regulares. Quem não está para esperar mais é, entre muitos outros banhistas, Paula Peixoto, 42 anos, moradora na Ajuda (Lisboa), para quem, aliás, se trata de um nostálgico reencontro com a infância. “Quando eu era pequena vinha para cá com os meus pais, mas deixei de vir desde então. Mas este ano disseram-se que a água estava melhor e já cá vim quatro vezes este Verão”, diz a veraneante, que trouxe a filha pequena consigo. Infelizmente, esta munícipe também tem outros motivos, menos agradáveis, para este regresso ao passado. É que, desempregada “há bastante tempo”, acaba por encontrar no areal de Algés uma forma económica de lazer. “O ano passado ainda tinha carro e podia ir para outras praias, mas tive de o vender... não está fácil”, assume Paula Peixoto, garantindo que, por estes ou outrosmotivos, certo é que “esta praia fica cheia ao fim-de-semana quando está bom tempo”. Ainda que o areal esteja pejado de avisos do Porto de Lisboa alertando que se está perante um “local interdito para fins balneares por a qualidade da água comportar riscos para a saúde pública”, ou uma “área não concessionada, sem nadador-salvador” e, ainda, proibida para cães...
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