quarta-feira, 27 de julho de 2011

AMADORA Novo espaço para integrar toxicodependentes

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Maior capacidade de resposta, numa altura propícia para aumento do consumo de drogas Para aumentar a capacidade de resposta ao número de beneficiários do programa móvel de apoio a toxicodependentes, a Câmara Municipal da Amadora (CMA) e o Instituto da Droga e da Toxicodependência (IDT) assinaram um protocolo, na semana passada, para o funcionamento de um Centro de Recursos para a Inserção destes utentes, que vai passar a funcionar num espaço fixo. O novo espaço, cedido pela autarquia situado junto ao bairro degradado de Santa Filomena, na freguesia da Mina, já permitiu o aumento de 150 para 250 utentes que, diariamente, solicitam este tipo de apoio. Este acordo resulta da necessidade de “aumentar a resposta” do Programa de Substituição de Baixo Limiar já implementado desde 2009, que funcionava numa carrinha móvel junto ao mercado da Mina. “Era local com muita procura, mas também uma zona central frequentada por muitos idosos e famílias que nem sempre compreendiam o nosso trabalho”, referiu Carlos Gil, coordenador do projecto, para justificar a mudança de local. Ainda de acordo com o responsável “este novo espaço tem uma localização excelente, devido à proximidade da estação de comboios, mas também porque se situa nas imediações do bairro de Santa Filomena”. Desde que a unidade móvel entrou em funcionamento, já passaram pelo Programa de Substituição de Baixo Limiar 353 utentes. Todos realizaram o rastreio de tuberculose. Neste momento, existem 250 pessoas acompanhadas. “Este é um tipo de população mais velha, muitos com consumos muito prolongados e patologias associadas. Cerca de 70 por cento não tinha nunca tido ajuda antes e 34 por cento era sem-abrigo”, acrescentou ainda Carlos Gil. Mas o aumento do apoio prestado por este projecto, que resulta de uma parceria entre a Câmara e o IDT, “não decorre de um aumento dos consumos, conforme nos revelam os números, o que significa que estamos a chegar cada vez mais a esta população”, referiu João Goulão, o presidente do IDT, que se mostrou, no entanto, preocupado com os próximos tempos: “Não tenho dúvidas que temos condições sociais para o aumento dos consumos do álcool e substâncias ilícitas nos próximos tempos devido à conjuntura económica”. O novo Centro permite “aumentar a capacidade de resposta” comum crescimento ao nível dos serviços prestados. No mercado, “havia apenas uma consulta de psiquiatria, mas neste novo espaço temos condições para dar uma resposta integrada, com consultas médicas e de enfermagem, psicólogos, assistentes sociais e técnicos psicossociais”, referiu Ana Moreno, do Departamento de Intervenção Social da CMA. Para além deste aumento de serviços, o espaço dispõe também de balneários. “No futuro queremos crescer dando, por exemplo, refeições”, acrescentou Ana Moreno.

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