Para atenuar quebras do negócio, comerciantes pedem que Câmara devolva o trânsito à cidade
O imposto extraordinário anunciado pelo ministro das Finanças vai cortar 50 por cento ao subsídio de Natal dos portugueses e, pelas contas do Governo, vai resultar num encaixe de mil milhões de euros para o Estado. Mas um dos reversos da medalha desta medida de esforço para o país cumprir o défice orçamental de 5,9 por cento, é o comércio perder cerca de 600 milhões de euros no último trimestre deste ano. As contas são feitas pela Confederação do Comércio e Serviços de Portugal, que prevê que o maior impacto negativo será no comércio tradicional. “Este imposto vai provocar uma grande desaceleração no consumo”, afirma o presidente da Delegação de Almada da Associação de Comércio e Serviços do Distrito de Setúbal (ACSDS). Diz Gonçalo Paulino que os últimos natais não têm sido bons para o comércio e a quebra da procura este ano “será ainda maior”. Para menorizar estes efeitos “é provável que surjam promoções antes da época de Natal”. Com o subsídio de Natal a servir para muitas famílias equilibrarem as suas contas, também os comerciantes contam com esta época para aumentarem a facturação e fazerem frente aos meses mais mortos. Os números têm apontado para uma quebra, a nível nacional, de 40 por cento no negócio e com os clientes agora com menos subsídio de Natal na carteira, praticamente todos os segmentos do comércio serão penalizados. Para tentar evitar a rotura total, os comerciantes vão ter de investir menos na aquisição de ‘stocks’. “É um risco muito grande fazer grandes investimentos quando não se sabe quanto será a diminuição da procura”, refere Gonçalo Paulino. Um corte que poderá reflectir-se na própria animação de Natal nas ruas centrais de Almada. “Vai ser muito complicado”, avança. É que nos últimos dois anos o comércio local pôde contar com o apoio financeiro do MODCOM para promover acções de rua e chamar clientes às lojas, mas este fundo promovido pelo Governo para a revitalização do comércio acabou. “Esperamos que a autarquia possa investir num programa para animar a época de Natal, porque os comerciantes não têm verba disponível”, afirma o presidente da delegação de Almada da ACSDS. Entretanto os comerciantes querem que a Câmara tome medidas para resolver a actual circulação de peões e veículos no eixo central da cidade de Almada e, ao mesmo tempo, crie condições para atrair as grandes marcas a investirem nesta zona. “As lojas- âncora atraem clientes e ajudam a dinamizar o comércio local”, alega Gonçalo Paulino. Por isso, recomendam que a autarquia “isente de taxas as lojas das grandes marcas por um período de 10 anos”. Esta é uma das medidas referidas num documento da delegação de Almada da ACSDS, já apresentado aos vereadores, e que, diz Gonçalo Paulino, “é também do conhecimento da presidente da Câmara”. Trata-se de uma proposta de alteração de acessibilidades e estacionamento em Almada centro. Neste documento a delegação considera que para as pessoas voltarem a frequentar a cidade é preciso que “o eixo central volte a ser aberto ao trânsito” e que a zona pedonal passe a ser “prioritária de peões”. Para isso é preciso “limitar a velocidade do trânsito a 30 quilómetros” e “consolidar o piso existente”, definindo melhor o espaço para veículos e para pessoas. Os comerciantes pretendem ainda que sejam criados “espaços de estacionamento de curta duração” ao longo do eixo central da cidade e que seja redefinida a circulação na Praça do MFA. É ainda sugerido que os táxis voltem a ter praça na Rua Fernão Lopes e que seja reaberto o acesso ao parque de estacionamento da Praça Gabriel Pedro através da praça do MFA. Outra das medidas referidas no documento é o reforço da campanha de informação a promover as novas acessibilidades.
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário