Equipamento está encerrado há largos meses
A fazer tempo para uma consulta, o médico João Amoedo dirige-se ao imponente edifício do antigo Casino de Sintra, baptizado desde 1997 de Sintra Museu de Arte Moderna, e depara-se com o aviso que dá conta que o espaço está encerrado para "mudança de exposição". Mas, este pequeno aviso, também traduzido em língua inglesa, já faz parte do espólio da entrada do edifício há largos meses. Morador em Mem Martins, mas frequentador assíduo das exposições patentes no Sintra Museu de Arte Moderna - Colecção Berardo, João Amoedo não esconde a "decepção" por ‘bater com o nariz na porta’. Com excepção de uma exposição inserida na realização do Congresso da Organização das Cidades Património Mundial, realizado em finais de Novembro, o museu encontra-se de portas fechadas desde o Verão de 2011. João Amoedo teve oportunidade de visitar a última exposição, com os trabalhos distinguidos em várias edições do World Press Cartoon, mas, recorda-se, que o edifício já não albergava, então, o espólio da Colecção Berardo. "É uma pena que este edifício esteja de portas fechadas, tendo em conta o que Sintra representa em termos culturais e estéticos", acentua este munícipe, que espera que quem de direito, nomeadamente os responsáveis da Câmara de Sintra, "ponham a mão na consciência e envidem os esforços necessários para tentarem revitalizar este museu que, para além de estar inserido num espaço arquitectónico muito agradável, pode ter versatilidade, em termos da sua organização interna, para apresentar múltiplas iniciativas para além das exposições de pintura ou de escultura". Com uma vasta panóplia de novos artistas a surgirem em Portugal, este equipamento poderia acolher "espaços de divulgação" desses novos talentos. Embora reconheça as potencialidades do espaço para uma oferta cultural mais diversificada, João Amoedo até não partilha da ideia de quem contesta a existência de um museu de arte moderna em Sintra, com pouca capacidade de atrair visitantes, em especial após a abertura do Museu Colecção Berardo, no Centro Cultural de Belém. "Os dois espaços museológicos não são incompatíveis e, inclusivamente, poderia haver permutas de espólio entre as duas áreas de exposição, como, aliás, acontece em museus europeus e também americanos". Com o Centro Cultural Olga Cadaval ali tão perto, João Amoedo considera mesmo que os dois equipamentos até poderiam articular a respectiva oferta cultural. "Sintra é uma pérola estética, uma referência patrimonial, e não pode ter estes espaços vedados a quem cá mora ou para quem nos visita", conclui este munícipe. Embora sem uma posição oficial, fonte municipal adiantou ao JR que o antigo Casino de Sintra já não deverá reabrir com o espólio da Colecção Berardo e que se encontra em estudo o melhor destino para aquele equipamento cultural.
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