Instalações provisórias da Unidade de Saúde Familiar de São Brás prontas em Abril
Um antigo ringue situado em pleno coração de São Brás, a freguesia com mais habitantes do concelho da Amadora, vai acolher provisoriamente uma Unidade de Saúde Familiar que irá funcionar em contentores amovíveis. A vice-presidente da Câmara Municipal da Amadora (CMA), Carla Tavares, aponta esta como a “solução possível”, tendo em conta a conjuntura económica, para “dar resposta às necessidades da população”. Dadas as fortes restrições orçamentais levadas a cabo pelo Governo, a autarquia da Amadora cedeu o terreno de um antigo ringue desportivo situado ao lado da Escola Básica de 1.º Ciclo Artur Martinho Simões, para que a ARSLVT (Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo) pudesse instalar aí vários contentores amovíveis para acolher uma Unidade de Saúde Familiar que terá perto de dez médicos de família. “Decidimos avançar com a cedência daquele terreno porque era o único espaço disponível no centro da freguesia que já estava equipado com esgotos, água e luz. A par desta cedência, a autarquia disponibilizou um outro terreno, junto à Santa Casa da Misericórdia, para a instalação definitiva da unidade, no entanto, devido à situação que o país vive não se prevê a sua construção tão cedo”, adiantou Carla Tavares. Para já, a autarca assegura que “esta era uma solução necessária” porque “vivemos numa crise e é importante optimizar recursos. Mesmo que provisórias, as instalações servem a população e isso é que é necessário”. Carla Tavares vai mais longe e explica que “estes contentores têm todas as condições de funcionamento, melhores até que algumas unidades de saúde do concelho”. Curiosos são os olhares de quem passa pelo antigo ringue. As obras estão avançadas e a previsão é que entre em funcionamento em meados do mês de Abril. A população embora tema que as instalações provisórias podem passar a definitivas aplaude a iniciativa devido à falta de médicos e as dificuldades em obter uma consulta no Centro de Saúde da Amadora (Venteira). Acácio Carvalho, morador há mais de duas décadas na freguesia, considera que “fazia muita falta um centro de saúde, tratando-se esta de uma das maiores freguesias da Amadora, com mais população”. Este residente reconhece não ter problemas com a marcação de consultas na sua unidade de saúde por ter médico de família atribuído, mas assiste a longas filas daqueles que não têm a mesma sorte. Carlos Santos é um dos muitos utentes afectados pela falta de médicos de família. Nem sempre consegue consulta porque por vezes “vou para o centro de saúde às 6 horas e já tenho mais de duas centenas de pessoas à minha frente”. No entanto, este morador há 30 anos na freguesia não compreende porque “estão a construir agora umas instalações provisórias, para mais tarde voltar a construir outras? Assim, estão a gastar o dinheiro duas vezes”. Também Rosário Cláudio, outra moradora, teme que “o provisório passe a definitivo”, mas mantém a esperança que o acesso aos médicos de família melhore. “Pode ser que resolva os problemas de marcação de consulta”, considera. Milene Matos Silva
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