Populares e autarcas exigem conclusão do Polis
A indefinição sobre a continuidade do Programa Polis, os riscos decorrentes da erosão costeira e a falta de transportes públicos estiveram à cabeça das preocupações levantadas pela população no encontro Opções Participativas dedicado à cidade da Costa da Caparica. Mas sobre estas questões os autarcas lembraram que pouco mais podem fazer do que tomar nota e continuar a pressionar o Governo para que ponha em marcha compromissos anteriormente assumidos pelo Estado. “Temos persistido junto da tutela para que a Sociedade CostaPolis reúna para nomear os órgãos de gestão para poder decidir a continuidade do programa e exigir a manutenção e reparação da obra a quem de direito”, afirma o presidente da Junta da Costa da Caparica. Para António Neves é necessária uma decisão “urgente” e o mesmo diz a presidente da Câmara de Almada. Maria Emília de Sousa defende que a Costa da Caparica pode ser um destino turístico de qualidade, mas para isso é preciso que o Polis avance. O problema é que a Sociedade CostaPolis, após a extinção da Parque Expo “está sem conselho de administração”. Aliás, de uma sociedade que depende em 60 por cento do Estado e 40 por cento da autarquia, apenas o elemento nomeado pela Câmara é conhecido. É que outro dos elementos nomeados pelo Estado era a ex-presidente da CCDR-LVT, Teresa Almeida, que já não está em funções. “O Polis está a marcar passo há mais de um ano, mas não vamos desistir”, afirma a edil que relembra que em conjunto com o presidente da Junta da Costa de Caparica e com o presidente da Assembleia Municipal pediram “uma audiência ao primeiro-ministro” que remeteu resposta para o mega Ministério de Assunção Cristas. Porém, “ainda não tivemos resposta”, acrescenta António Neves. Entretanto os autarcas dizem já ter contactado também com o Ministério das Finanças e Ministério da Defesa, ao mesmo tempo que insistem ser recebidos por Pedro Passos Coelho. Isto porque na Costa da Caparica “há vários ministérios envolvidos”, mas até agora “ainda não tivemos resposta”, reafirma a presidente da Câmara. Outro dos problemas apontados neste encontro foi a erosão dunar. “As pessoas estão muito preocupadas”, afirma António Neves, que aponta a defesa costeira entre a praia Norte e a de S. João como em “elevado risco de colapso”. Sobre isto Maria Emília de Sousa leu as diligências que têm sido feitas junto da ministra Assunção Cristas. “Em Setembro dissemos que era importante o Orçamento de Estado ter verba para a última fase de alimentação artificial de areias para as praias”. E como já não existe Governo Civil, órgão que anteriormente acompanhava o processo, a autarquia deu conhecimento ao Ministério da Administração Interna sobre o perigo de, em caso de avanço, o mar causar danos em pessoas e bens. Mas o carácter de urgência pedido para a continuidade do Polis mereceu a mesma resposta para o risco da erosão dunar, dizem os autarcas que continuam à espera de respostas. Já quanto aos transportes públicos para a Costa da Caparica, António Neves afirma que esta cidade turística “não pode estar dependente apenas dos TST” e Maria Emília de Sousa reafirmou a necessidade do Metro Sul do Tejo chegar a esta localidade. A edil diz existirem dinheiros do QREN para a obra e que esta implica pouco mais do que “montar carril entre a zona da Universidade da Caparica e a Costa da Caparica”, uma vez que esta operação decorre em terrenos já definidos para receberem o Metro. “No projecto ficou previsto o espaço canal e há também material circulante para fazer esta operação”. Aliás, já se sabe que o Metro, se chegar à Costa da Caparica, vai conjugar com a rotunda a ser construída na estrada 377-2 à entrada da cidade. O MST seguirá pela Avenida 1.º de Maio, Avenida General Humberto Delgado até ao início do Bairro do Campo da Bola onde inverte por dentro até ao actual cruzamento que dá acesso ao IC20. “Tudo depende da vontade do Governo avançar”, lembrou a edil. Mas ao que se sabe o Governo não está muito virado para a execução de obras. Humberto Lameiras
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