quarta-feira, 30 de maio de 2012

CASCAIS Largo Cidade Vitória acolhe novos quiosques


Vendedores ambulantes estão receosos quanto aos efeitos da mudança nos respectivos negócios

A venda ambulante da antiga Rua Direita e a que se fazia nos pontos de venda da Baía de Cascais passaram agora para os novos quiosques instalados no Largo Cidade Vitória, onde se situam as instalações da Junta de Freguesia de Cascais, que foram inaugurados no passado dia 17 de Maio. A Câmara de Cascais concentrou a venda ambulante licenciada e dotou esses comerciantes de outras condições de trabalho. A intenção da autarquia é também a de ordenar o espaço público no centro da vila de Cascais e dinamizar o Largo Cidade Vitória. Dez novos quiosques fazem, assim, parte da nova imagem da baixa histórica de Cascais. Estes novos pontos de venda representaram um investimento municipal de 90 mil euros e vão manter as actividades de artesanato, roupa, conchas e búzios, atoalhados e transporte sustentável (‘segway’). Segundo Carlos Carreiras, presidente da Câmara de Cascais, “a inauguração destes quiosques corresponde ao cumprimento de uma promessa antiga, tão antiga como as aspirações dos vendedores ambulantes, que há décadas marcam presença no nosso espaço público, em terem melhores condições de trabalho. Nesse sentido, a instalação destes quiosques, de 'design' moderno e funcional, vai, em primeiro lugar, dar a estes vendedores condições de trabalho dignas, como o acesso a pontos de electricidade, possibilidade de horário prolongado, abrigo do tempo”. Com um 'design' que foge ao traçado comum da baixa histórica de Cascais, o estilo dos quiosques suscitou uma divergência de opiniões. Joana Silva, responsável por um quiosque da Baía de Cascais, ainda se está a adaptar ao novo local: “Preferia a Esplanada dos Pescadores na Baía, porque já estávamos há 40 anos ligados àquele local”. Sobre o novo ponto de venda, disse que “é pena serem pequenos, se fossem um pouco maiores seria melhor”. E o estilo? “É o estilo moderno que a autarquia adoptou”. Alzira Vale praticava a venda ambulante na Rua Direita “há mais de 30 anos” e todos os dias montava e desmontava a banca. Disse ao JR que “era desagradável porque estava numa esquina e apanhava vento. Em termos de comodidade, estou bem melhor. Mas, em termos de venda, vamos ver. O quiosque é bonito”. Canisse Ussena recorda que estava na Rua Direita desde 1985. “Acho bons estes quiosques, mas penso que não estão protegidos da chuva. O espaço é pequeno, mas é melhor do que nada”, salientou este vendedor. Maria Teresa Cavaco, há 30 anos na Baía, disse que “vamo-nos adaptar se Deus quiser. O espaço é pequeno, mas paciência”. Por sua vez, Julia Alão realça que “para quem esteve na rua durante 30 e tal anos, estou muito satisfeita”. Para o presidente da Associação Empresarial do Concelho de Cascais, Armando Correia, “estes quiosques vêm concentrar uma situação que temos vindo a dizer que não era o mais bonito para o 'glamour' que Cascais tem”. A inauguração contou com a presença do vice-presidente da Câmara de Cascais, que visitou cada um dos quiosques e ouviu os comerciantes. Miguel Pinto Luz explicou ao JR que “com os novos quiosques libertámos a frente do mar para desenvolvermos actividades e eventos”. Sobre a estrutura e espaço dos quiosques, disse que “a área é a mesma da que foi apresentada aos comerciantes”. Em projecto para o local está também a realização de alguns eventos “para trazer mais gente aqui”, acrescentou Fernando Marques, responsável pelas Actividades Económicas de Cascais. 
Francisco Lourenço

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