Almada foi palco para um conjunto de iniciativas no âmbito das comemorações
Durante uma semana, entre 12 e 20 de Maio, as comemorações do Dia da Marinha marcaram Almada com um vasto leque de actividades que ligaram ainda mais o concelho a esta instituição militar. “Almada é partilha de um destino comum, que é o mar”, afirmava o chefe do Estado-Maior da Armada, Almirante Saldanha Lopes, no passado domingo, data que comemora também os 541 anos da chegada de Vasco da Gama a Calecute, Índia. Acidade a que o almirante chama de “abrigo” da Base Naval e seus marinheiros, e onde está o Arsenal do Alfeite com valências técnicas “insubstituíveis” para a Marinha pela sua “localização e pela tradição e competência na reparação naval militar”, reconheceu a importância “inequívoca” da Marinha. É o “garante da soberania e independência nacional”, afirmava a presidente da Câmara, Maria Emília de Sousa, durante a atribuição da Medalha de Ouro da Cidade à Marinha Portuguesa. O programa das comemorações incluiu uma visita do primeiro-ministro à Base Naval do Alfeite. Passos Coelho destacou a importância desta instituição militar na “defesa dos interesses nacionais” e no “desenvolvimento integral e equilibrado da nossa sociedade”. E também na economia nacional ao permitir a segurança e logística das exportações e pescas. Ficou no entanto a questão das finanças nacionais que obrigam as Forças Armadas a pouparem em missões de preparação. Mas o almirante Saldanha Lopes receia que este corte orçamental venha a “afectar” a preparação da Marinha que “teve de reduzir os seus níveis de treino”, isto quando as solicitações para entrar em acção aumentam, como aconteceu recentemente em que foi chamada para a missão de evacuar concidadãos residentes na República da Guiné-Bissau, caso a situação de insegurança se agravasse. Isto para além da constante operação de vigilância de costa. Do mesmo modo o almirante lembrou a necessidade urgente do “investimento na construção de seis patrulhas oceânicos e oito lanchas de fiscalização costeiras, cujo montante total necessário para o efeito é inferior ao orçamento anual da Marinha”, assim como na recuperação da frota. Pelo menos parte deste investimento será “realizado a muito curto prazo” afirmou o secretário de Estado Adjunto e da Defesa Nacional, que esteve na cerimónia de dia 20, em representação do ministro da Defesa. Paulo Braga Lino afirmou que será retomado o “programa de conclusão e apetrechamento dos dois navios-patrulha oceânicos, em desenvolvimento nos Estaleiros Navais de Viana do Castelo”. Trata-se de “um investimento reprodutivo, pelo aumento da eficiência que induz e pela redução de custos de operação que lhe está associada”.
Humberto Lameiras
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