quinta-feira, 10 de maio de 2012

Oeiras e São Julião unidas há 112 anos


Comemorações marcadas pela contenção

Esta quinta-feira, dia 10 de Maio, Oeiras e São Julião da Barra assinalam 112 anos passados sobre a junção destas antigas duas paróquias. Foi em 1900 que a união se concretizou ficando a extinção de S. Julião da Barra a dever-se, segundo documento do Patriarcado de Lisboa, “à insuficiência do rendimento do pé-de-altar e à inexistência de côngrua derramada pelos paroquianos, pelo que havemos por bem anexá-la a essa freguesia/paróquia (Oeiras) enquanto não for ordenado o contrário, ficando V. Exas. e os seus sucessores, obrigados a administrar os sacramentos aos paroquianos daquela freguesia/paróquia (S. Julião da Barra)”. As comemorações arrancaram já no passado dia 28 de Abril e prolongam-se até 26 de Maio. A vontade de celebrar é
muita, tal como a necessidade de contenção nas despesas. A solução foi “envolver uma percentagem muito significativa das forças vivas” da freguesia, como salientou ao JR o presidente da Junta, lembrando qual é a prioridade em termos de gastos públicos daquela autarquia. “Dada a conjuntura, naturalmente que é prioritário dar resposta às necessidades sociais dos nossos fregueses, apoiando instituições, ouvindo as pessoas em relação às suas dificuldades, procurando a Junta ajudar na medida do possível ou, caso não possa, pelo menos encaminhar para outras entidades que possam prestar o auxílio necessário”, explicou Carlos Morgado. Devido à sua proximidade com as populações, as juntas são um barómetro bastante certeiro do evoluir das condições de vida em geral. No caso de Oeiras e São Julião da Barra o diagnóstico faz-se facilmente atentando no número de atendimentos contabilizados no seu Gabinete de Apoio Psicossocial. “No ano passado, as nossas duas técnicas (uma a tempo inteiro e outra parcial) fizeram cerca de 850 atendimentos”, revela o presidente da Junta, acrescentando que aquele serviço vem registando aumento de procura incessante. “E a tendência é aumentar mais ainda, infelizmente”, conclui. Outro reflexo da crise constata-se, claro, no próprio orçamento das juntas de freguesia, no qual tem grande relevo as verbas oriundas da celebração de protocolos de delegação de competências com a Câmara. Nesta vertente, as notícias também não têm sido as melhores. “É claro que a crise, afectando a Câmara, também nos afecta a nós, juntas, em termos das verbas disponibilizadas no âmbito da delegação de competências”, faz notar Carlos Morgado, admitindo uma “redução de um terço” neste tipo de financiamentono corrente ano. “Só com a ajuda dos nossos parceiros, da própria Câmara, com criatividade e junção de esforços é que se consegue ir ultrapassando as situações”, contrapõe o autarca, não escondendo, porém, que “em termos de obras de manutenção e de intervenção na via pública claramente que vai haver, já há, alguma dificuldade e as pessoas vão ver a sua qualidade de vida algo afectada”. Ainda assim, para além do apoio social, Carlos Morgado destaca o trabalho feito na requalificação dos parques infantis da freguesia, dos quais apenas falta intervir no espaço situado na Rua de Belém. De relevo, também, a animação no centro histórico de Oeiras, reforçada com as zonas de esplanadas junto ao Palácio do Egipto, onde, de resto, decorre grande parte dos eventos integrados na iniciativa da Junta local “Vem à Vila”, em curso. Sem esquecer o processo de reabilitação de alguns imóveis adquiridos pela Câmara naquela mesma área nobre da vila, destinados a Habitação Jovem. O programa de comemorações do 112.º aniversário da Junta de Oeiras e São Julião da Barra incluem, esta noite (quinta-feira), uma sessão solene no Forte de São Julião da Barra (20h30), um concerto pelo Coro de Santo Amaro de Oeiras (sábado, 21h00, na Igreja de S. Julião da Barra) e outro pelo Grupo Coral Paz e Bem (dia 19, na Capela da Santa Casa da Misericórdia de Oeiras), um triatlo escutista(dias 19 e 20), um rastreio cardiovascular (21 e 22, pela Clínica Parque dos Poetas, no Passeio Marítimo, junto ao Inatel), terminando, a 26, com um concerto do CRAMOL, na Capela do Palácio dos Marqueses de Pombal. 

Jorge A. Ferreira

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