Há seis meses sem salários, funcionários do clube exigem respostas concretas
Com cerca de seis meses de salários em atraso, um grupo de trabalhadores da Associação Académica da Amadora (AAA) manifestou-se à porta das instalações do clube na última sexta-feira, dia 23 de Setembro. Temem a falência daquela colectividade criada em 1940 e acusam a direcção de má gestão. Laurinda Carvalho trabalha há cerca de 20 anos na AAA e desde Fevereiro não recebe ordenados nem subsídio de férias. Garante que é a muito custo que as coisas se vão aguentando em casa. “Tenho uma filha na universidade e o salário do meu marido não chega”, lamenta. “Nem tinha dinheiro para comprar o passe para poder vir trabalhar sem receber, tentei pedir esse dinheiro de volta e só a muito custo consegui”, acrescenta. Esta funcionária explica ainda que pediu “a suspensão do contrato em Julho, com a promessa da direcção que nos iriam buscar de novo". Porém, "estamos quase em Outubro e até agora não nos disseram nada”. Uma situação que não entende porque, “as pessoas procuram muito a instituição para inscrever as suas crianças nas várias modalidades, como a ginástica ou o hóquei”, acrescenta. O dinheiro das inscrições que diz “não se sabe para onde vai”. Rui Adão, um outro funcionário, está em casa desde Abril altura em que fechou o
Bingo, adianta: “Tive que pedir a suspensão do meu contrato e agora vivo dias de incerteza. Tenho que procurar emprego mas continuo com vínculo à associação. E a direcção da Académica não nos diz nada”. António Henrique Trindade, outro funcionário, vai mais longe e considera que “o que originou esta situação pode ter sido dinheiro a mais, mas mal gerido. Tivemos há pouco tempo o Torneio Rui Costa que foi pago no final e nenhum trabalhador viu esse dinheiro”. Esta situação que afecta cerca de 75 trabalhadores, entre os funcionários do antigo Bingo que fechou portas em Abril e os trabalhadores que asseguravam a manutenção dos pavilhões da Associação. De acordo com o presidente da direcção do Sindicato dos Trabalhadores na Indústria de Hotelaria, Turismo, Restaurantes e Similares do Sul, Rodolfo Caseiro, “houve uma reunião no Ministério do Trabalho, em Abril, onde a direcção se comprometeu a dar informações sobre o processo, mas até agora não sabemos de nada”. “Esta direcção tal como as anteriores têm feito uma gestão ruinosa e irresponsável, empurrando a instituição para uma situação de falência e este é um problema também dos munícipes da Amadora, uma vez que a Académica presta um serviço público”, acrescenta o sindicalista. Os trabalhadores estiveram concentrados ao longo da tarde de sexta-feira à porta das instalações chegando mesmo a cortar o trânsito da rua que foi restabelecido após a chegada da polícia. Apesar das várias tentativas, o JR não conseguiu entrar em contacto com a direcção da AAA até ao fecho desta edição.
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