quinta-feira, 29 de setembro de 2011

COSTA DA CAPARICA Chamar a atenção do Governo

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Deputados e autarcas visitam freguesia A construção de um porto de contentores na Trafaria, que tem sido fortemente contestada por autarcas e pela população, poderá estar agora mais afastada. Precisamente no dia em que os deputados do PSD eleitos pelo círculo de Setúbal estiveram de visita à Costa da Caparica, onde reincidiram contra uma linha de comboios até à Trafaria que viabilizaria o porto de contentores nesta localidade, nessa mesma segunda-feira, dia 26, à noite, o ministro da Economia, anunciava que o Governo pretende desviar o dinheiro do projecto TGV para duas linhas de bitola europeia que irão ligar os portos de Sines e Aveiro a Espanha. Uma estratégia que o deputado social-democrata Nuno Matias e o presidente da Junta de Freguesia da Costa da Caparica (PSD) parecem estar de acordo. Nessa mesma segunda-feira, de manhã, defendiam que “o que faz sentido é o transporte de contentores entre o Porto de Sines e Madrid, e não a partir da Trafaria". Para o presidente da freguesia, António Neves, caso o terminal venha mesmo para a Trafaria, os turistas das praias da Costa da Caparica, “em vez de verem a Serra de Sintra, passam a ver contentores”. E o deputado Nuno Matias acrescentava que “não faz sentido o Governo não dar continuidade à exploração do Porto de Sines. É mais caro construir vários pequenos portos quando se pode rentabilizar, em muito, o que já existe”. Para além disso, “nem mesmo a capacidade de Setúbal está esgotada”. Manter o Transpraia Um comboio que os autarcas do PSD querem mesmo na Costa da Caparica é o Transpraia. “Não podemos perder este transporte tradicional”, reafirma António Neves. Inclusivamente, diz o autarca que, em conjunto com o proprietário deste transporte entre a Costa da Caparica e a Fonte da Telha, foi já enviada uma exposição a Pedro Passos Coelho, e ao restante executivo governativo, onde se explica que o Transpraia faz parte da Costa da Caparica pelo que “não pode acabar e tem de voltar para a frente urbana”. A presença dos seis deputados social-democratas na Costa da Caparica teve ainda por missão alertar o Governo para a importância de dar continuidade ao programa Polis na Costa da Caparica. “É um programa que não precisa de dinheiro do Governo. Há terrenos, do Estado e da autarquia que, ao serem alienados, podem custear o Polis”, afirma Nuno Matias. Por isso, “tudo depende de haver vontade política”. Continuar com o Polis Para os deputados, “os anteriores governos cometeram muitos erros com o Polis da Costa da Caparica”, por isso querem chamar a atenção de ministros como Assunção Cristas (Ambiente) para que o projecto não pare. “Neste momento ninguém sabe quem tem responsabilidade da manutenção do muito pouco que foi feito”, diz António Neves que aponta o Parque Urbano da Costa da Caparica. “Não tem manutenção”, assim como a cobertura de madeira no areal da frente urbana está a levantar e “ninguém sabe quem arranja”. Aliás, todo o processo do Polis “é algo que ninguém entende. De um programa que já devia ter terminado e do qual constam sete planos de pormenor, apenas dois estão executados, dos outros nada se sabe em concreto”. Mais grave ainda diz o eleito, é o enchimento artificial das praias da costa. “Um processo que começou mas ninguém sabe se vai continuar”. É que “o Instituto da Água (INAG) sabe que se as obras de enchimento com areias não continuarem zonas como a de S. João vão desaparecer”. Neste momento “estão em falta cerca de mil metros cúbicos de areia. O INAG diz que está tudo preparado, mas não diz quando recomeçam com o enchimento de areias”. No alinhamento da visita dos deputados do PSD esteve ainda a construção da estrada regional 377-2. “É uma via fundamental para a Costa da Caparica”, defende António Neves. E quanto ao argumento de que esta pode ditar o fim das Terras da Costa como zona agrícola, o deputado Nuno Matias garante “não existirem dúvidas de que ambas as coisas podem subsistir”. Aliás, “neste momento o que é mau para a Costa da Caparica é continuar a permitir o trânsito a atravessar a estrada florestal. Se há um incêndio vai ser muito complicado”.

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