Unidade de Cuidados Continuados está pronta, mas só abre com contas saldadas
A Unidade de Cuidados Continuados de Longa Duração da Misericórdia da Amadora, situada na Cova da Moura, Buraca, está pronta a funcionar. No entanto, apesar da inauguração estar prevista para o mês de Outubro, a instituição não vai abrir portas sem ter a garantia do pagamento da comparticipação a que o Estado se havia comprometido. Em apenas dez meses, a obra de construção de uma Unidade de Cuidados Continuados da Amadora, a primeira do concelho, foi levada a cabo “sem que existisse qualquer derrapagem no orçamento ou nos prazos”, garante Manuel Girão, director- geral da Misericórdia da Amadora. Prova disso é o facto de o edifício, situado paredes-meias com o bairro da Cova da Moura, estar concluído e equipado. “Falta-nos apenas colocar o material nos locais certos”, adiantou o responsável no final da semana passada, acrescentado que “tudo está preparado para a abertura”. Com capacidade para acolher 30 utentes, este equipamento representou um investimento global de dois milhões de euros. A Câmara Municipal da Amadora (CMA) comparticipou em cerca de 20 por cento e o Ministério da Saúde, através de um protocolo celebrado pela Administração Regional de Saúde (ARS) de Lisboa e Vale do Tejo, assumiu o financiamento de cerca de 35 por cento. “Até agora o Ministério da Saúde ainda não pagou um terço do que se havia comprometido no protocolo que assinámos. De cerca de 750 mil euros de financiamento do Estado ainda só recebemos perto de 200 mil”, garante Manuel Girão. Por isso, Manuel Girão considera: “Não podemos abrir o equipamento sem garantir essa verba, porque não nos podemos comprometer sem saber quando o Estado irá pagar”. A viver um impasse, a Misericórdia da Amadora “não vai esperar muito mais tempo e se até Janeiro não houver pagamentos iremos ter que pensar noutro modelo de funcionamento do equipamento, nomeadamente estabelecer parcerias com privados”, acrescenta Manuel Girão. “Numa cidade com mais de 170 mil habitantes, com uma realidade própria, em que basta ir ao Hospital Amadora-Sintra e ver que não há camas disponíveis para os doentes, a única resposta no concelho nesta área está pronta, mas a aguardar abertura por falta de financiamento. Estamos certos, contudo, que o Estado vai honrar os seus compromissos e confiantes de que tudo se vai resolver, porque a população não pode esperar muito mais”, considera Manuel Girão. O novo edifício, construído nos terrenos da Misericórdia da Amadora, vai ter 30 camas, salas de espera, hidroterapia, refeitório, copas, balneários e um ginásio. Este novo equipamento irá integrar o Complexo Social da Sagrada Família da Buraca onde já funciona um lar de idosos, com 90 camas, e a creche, para 75 crianças. Esta nova valência irá dar emprego a 28 pessoas, entre as quais nove enfermeiros e nove auxiliares de acção médica. Numa altura em que se fala do aumento do desemprego e da pobreza das famílias, neste momento, cinco mil utentes passam por dia pelas várias valências e actividades da Misericórdia da Amadora, instituição que emprega cerca de 400 funcionários. “Hoje já somos dos maiores empregadores do concelho”, realça Manuel Girão.
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