quinta-feira, 22 de setembro de 2011

CONCELHO ALMADA Crimes preocupam autarcas

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Assaltos em série levam a pedido de reunião no MAI Numa só semana, Almada foi palco de vários assaltos sendo que o mais violento aconteceu na Quinta do Bau-Bau, Sobreda, quando um idoso, de 73 anos, abriu a porta a três indivíduos; eram sete horas da manhã. Os homens encapuzados sequestraram a família, que os levou aos pertences mais valiosos, enquanto António Macedo foi deixado na garagem com um gorro na cabeça e fita adesiva à volta, acabando por morrer asfixiado. O assalto ocorreu no dia 15 e, logo na madrugada de dia 16, uma perfumaria no centro de Almada era assaltada, cerca das 3 horas, alegadamente por dois indivíduos. Segundo um vizinho, os indivíduos que se faziam transportar numa carrinha, terão utilizado um pé-de-cabra para começar a partir a montra. “Apenas roubaram os perfumantes e os cosméticos mais caros”, refere o proprietário da perfumaria ao Jornal da Região. E a precisão do assalto leva-o a acreditar que os assaltantes tinham espiado anteriormente a loja, reaberta há cerca de quinze dias depois de ter sido remodelada. Na mesma madrugada terá sido assaltado ainda um café na zona de Cacilhas e dois outros no Pragal. E dias antes duas tabacarias no centro da cidade de Almada. Uma sequência de casos que justificaram o envio, dia 16 deste mês, de um ofício do presidente da Assembleia Municipal de Almada em conjunto com a presidente da Câmara, ao ministro da Administração Interna, Miguel Macedo. “Estamos a assistir a um aumento da criminalidade violenta no concelho”, afirma preocupado o presidente da Assembleia, José Manuel Maia. “O efectivo das forças de segurança é insuficiente”, acrescenta, pelo que é pedida uma reunião “com carácter de urgência” ao ministro. Aliás, a 20 de Junho deste ano, a Assembleia Municipal aprovava e dava a conhecer ao Ministério da Administração Interna, o parecer do Conselho Municipal de Segurança que indica a necessidade urgente de reforçar as forças de segurança em efectivo e meios e exigia a rápida construção do posto da GNR na zona do Plano Integrado de Almada, Caparica. Refere ainda o documento que este observatório detectava um sentimento de grande insegurança na população. “É possível que o aumento do desemprego na sequência da crise económica e social esteja a desencadear uma vaga de assaltos”, comenta José Manuel Maia. Contudo, refere ter sido apurado pelo observatório, na comparação do primeiro semestre entre 2010 e 2011, que apesar de se ter verificado uma diminuição do crime participado, “aumentou o crime violento”. Um dos exemplos foi o que aconteceu na Quinta do Bau-Bau, que está a ser investigado pela Polícia Judiciária. Também em investigação está o assalto da perfumaria no centro de Almada, enquanto o presidente da delegação de Almada da Associação de Comércio e Serviços do Distrito de Setúbal afirma que vai solicitar uma reunião com o comando da PSP e GNR de Almada para “saber o que se está a passar”. Gonçalo Paulino acredita que o concelho de Almada “é seguro”, mas estranha esta repentina série de assaltos. “Neste momento a iluminação pública é ligada mais tarde e desligada antes do dia nascer, isto pode motivar os assaltantes”, comenta. Mas também acontece que os lojistas, para poupar, passaram a desligar a iluminação das montras, ao passo que a circulação no centro da cidade também diminuiu. São uma série de questões que o representante dos comerciantes gostaria de ver clarificadas. Estatísticas contrariam clima de insegurança. No entanto, o que se passou durante a passada semana em Almada, pode não ter passado de uma coincidência. Segundo os dados estatísticos apurados pela comandante da Divisão da PSP de Almada, Sofia Gordinho, desde 1 Janeiro de 2011 até 15 de Setembro de 2011, e em comparação com o período homólogo do ano transacto “pude concluir que a criminalidade geral na área desta Divisão Policial regista, inclusive, uma diminuição de cerca de 1,5 por cento”. Já no que se concerne especificamente ao crime de furto em estabelecimento, “regista-se apenas um aumento de 1,5 por cento". Perante estes indicadores, a comandante conclui que existe “uma estatística pouco relevante”. Já quanto ao processo de investigação dos assaltos a estabelecimentos, a comandante não avança informações por não ser, de momento, conveniente.

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