quinta-feira, 8 de setembro de 2011

COSTA DA CAPARICA Ministra garante Polis

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Assunção Cristas reuniu com autarcas de Almada A presidente da Câmara de Almada está convicta que o programa Polis para a Costa da Caparica não vai parar e que a Estrada Regional 377-2 será mesmo construída. Maria Emília de Sousa reuniu na última terça-feira com a ministra da Agricultura, Ambiente, Mar e Ordenamento do Território e ouviu Assunção Cristas garantir que a sociedade CostaPolis “não está em causa relativamente à execução”. Na reunião solicitada pela Câmara de Almada, onde esteve também o presidente da Assembleia Municipal e o presidente da Junta de Freguesia da Costa de Caparica, a ministra garantiu ainda que “não estão em causa os terrenos entregues à CostaPolis para alienação e realizar investimento no terreno”, revelou ainda Maria Emília de Sousa ao Jornal da Região. Para a edil esta foi um encontro “produtivo e satisfatório”, onde foram discutidos vários projectos previstos para o concelho de Almada e terminou com o convite a Assunção Cristas para visitar o concelho e olhar para o projecto de obras no terreno. A data ainda não está decidida mas, para além da visita, a ministra irá estar no Convento dos Capuchos num encontro de trabalho que irá abordar as várias obras. Ainda quanto ao Polis, ficou já assente que o Governo “não tem capacidade financeira para encaixar no programa”, nem condições para avalizar créditos. Duas questões que para Maria Emília de Sousa não levantam problemas, uma vez que o executivo de Passos Coelho “não pretende inviabilizar a operação nem a possibilidade de alienação de património para aplicar no projecto”. Quanto à questão dos créditos, diz a edil que os terrenos podem ser usados como garantia. Estrada 377-2 deve avançar A construção da Estrada Regional 377-2 foi outro dos temas do encontro entre a edil e a ministra. Dada recentemente como suspensa pelo Governo, esta via que irá ligar a Costa da Caparica à Fonte da Telha pode, afinal, avançar. Esta é a convicção de Maria Emília de Sousa, que apresentou a Assunção Cristas razões de segurança e ambientais que justificam a sua execução. “Não estamos a falar de um itinerário complementar, mas sim de uma estrada regional que vai ter rotundas, determinados troços com duas faixas e quatro vias e outros com uma faixa e duas vias”, esclarece a edil. Com este acesso, “poderão ser fechadas as duas estradas florestais onde existe uma grande carga automóvel”. Ou seja, “resolvem- se questões relacionadas com a biodiversidade e com a segurança das pessoas”. Este é mais um caso em que “só no terreno a ministra pode avaliar”. Entretanto, a edil referiu ao JR que a Câmara de Almada ainda não recebeu o relatório final da comissão de avaliação ambiental, documento pedido em 2010 e voltou a ser lembrado em Junho deste ano. Sobre a questão ambiental, “colocámos questões, pelo que recomendámos uma reunião entre a Direcção Regional da Agricultura, Estradas de Portugal, Câmara e CostaPolis”. Este encontro será esclarecedor do ponto de vista da Reserva Ecológica e Reserva Agrícola, “porque a estrada será aquilo que as entidades quiserem”. Certo é que a decisão de construir esta via não está apenas nas mãos do Ministério do Ambiente, mas “é preciso esclarecer todos os pormenores”, diz a autarca que dá mais uma achega em favor da construção desta estrada: “O concelho tem mais de 300hectares de reserva botânica, a 377-2 vai ocupar um hectare a bordejar a faixa periférica da mata e garantir uma maior segurança a esta zona, nomeadamente quanto a incêndios”. Autarcas serão ouvidos A edil de Almada não perdeu ainda oportunidade para referir à ministra a importância de continuar a construção do IC32, recentemente suspenso pelo Governo, e a revisão do Plano Regional de Ordenamento do Território da Área metropolitana de Lisboa (PROT-AML). Esta é uma questão sensível, uma vez que o plano aponta para construir na Trafaria um terminal de contentores. “Estamos de acordo com a revisão do PROT-AML, mas não podemos aceitar que a Trafaria receba um grande terminal portuário. Ocupar o rio Tejo com esta plataforma portuária seria verdadeiramente uma questão de grande atentado ambiental”, afirma a presidente da Câmara que deixou com a ministra o documento aprovado pela população da Trafaria e na Assembleia Municipal que apela ao Governo que não avance com a construção deste terminal nem com a linha de comboio de mercadorias que lhe está adjacente. “Fiquei satisfeita quando a senhora ministra Assunção Cristas me disse que não prescinde de falar com os autarcas antes de tomar decisões”, comenta Maria Emília de Sousa que adiantou estar para muito breve a reunião entre a ministra e os presidentes das câmaras de Almada, Seixal e Barreiro para debater os projectos do Arco Ribeirinho Sul, que receiam estar em causa coma extinção da sociedade constituída para gerir este programa.

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