Clube chama gente ao parque, mas há quem tema falta de vigilância
Durante anos foi conhecido como Quinta do Chegadinho, um local aberto que alguns amantes do atletismo aproveitavam para treinar. Hoje é um espaço natural qualificado pela autarquia como Parque da Paz que atrai tanto atletas direccionados para a competição, como amadores da prática de exercício físico ou famílias que simplesmente aproveitam este espaço de 40 hectares para passear ou ficarem junto ao lago a observar as aves e divertir as crianças. E espaço natural concebido também como bacia de retenção das chuvas para evitar cheias na zona da Cova da Piedade, é diariamente local de encontro de centenas de pessoas e, muito mais ainda aos fins-de-semana. Por isso, foi com alguma estranheza que os seus utilizadores viram a autarquia retirar os seguranças que ali faziam serviço. O assunto chegou a ser colocado num encontro das Opções Participativas do Feijó e foi justificado pela presidente da Câmara de Almada pela “necessidade de contenção de verbas”. No entanto Maria Emília de Sousa considera que os próprios utilizadores do parque “são os seus melhores vigilantes”, e nisto muito contribuem os elementos do Clube de Atletismo Amigos do Parque da Paz. Um clube que, tal como o espaço que utiliza, cresceu rapidamente. Começou com apenas sete pessoas, em pouco tempo passou a reunir meia centena de praticantes e actualmente tem quase 200 sócios e um‘site’ com 70 mil visitantes. “Como clube existimos há cerca de um ano”, diz o seu presidente, Luís Roque. “As pessoas contactam-nos para colocar as mais diversas questões sobre o Parque da Paz”. Uns pretendem ser informados sobre a prática desportiva e se o clube organiza competições, enquanto outros colocam questões como fazer festas de aniversário neste espaço natural. “Há pessoas que nos consideram os vigilantes do Parque da Paz. Mas não o somos, nem queremos ter essa responsabilidade”, afirma Luís Roque que também lamenta a saída dos seguranças deste espaço. É que ao clube chegam queixas relacionadas com o desaparecimento de algumas aves, actos de vandalismo, problemas com as pessoas que deixam os cães à solta, e outras que “tiveram de fugir para não serem assaltadas”. Para além disto “o parque está mal iluminado”. Enquanto algumas pessoas utilizam mais o cerca de um quilómetro em volta do lago, outras optam pelos três quilómetros do circuito, e é quando passam nas zonas mais isoladas que os problemas se colocam. “No Inverno, quando há menos luz, as pessoas usam o parque só até ao início da tarde". No entanto Luís Roque entende que o Parque da Paz, por ser um espaço natural, “pode não ser adequado para receber algumas estruturas, como abrigos”, outro dos elementos que é apontado como estando em falta. Já quanto à iluminação, considera que a autarquia “deve encontrar uma solução”, é que o parque apenas é procurado se as pessoas o considerarem seguro. Por seu lado, o Clube de Atletismo Amigos do Parque da Paz, criado em Maio do ano passado, pretende dar maior dinamismo às suas actividades. Para além de participar no “Almada Mexe Comigo”, entre outras acções, pretende vir a criar uma prova oficial, o que não será fácil uma vez que o perímetro do Parque da Paz é pequeno para isso, mas “podemos pensar na possibilidade da prova partir do Parque da Paz, fazer um percurso pela cidade e terminar neste espaço”, avança Luís Roque. Outra das intenções do clube, para além de vir a ter uma sede, é que a autarquia permita que os seus sócios efectivos utilizem a pista de Atletismo da Sobreda sem terem de pagar os três euros por utilização livre.
Humberto Lameiras
Humberto Lameiras
Sem comentários:
Enviar um comentário