Ministro da Saúde nega encerramento do único serviço de referência na Margem Sul
A urgência polivalente no Hospital Garcia de Orta (HGO) deverá manter-se, estando no entanto a ser estudada uma articulação com o Hospital S. Francisco Xavier. O certo é que o ministro da Saúde, Paulo Macedo, veio a público afirmar a manutenção deste serviço na unidade de Almada. O ministro veio assim desmentir as afirmações do presidente da Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo Luís Cunha Ribeiro, que em entrevista à Antena 1 disse que as urgências destes dois hospitais passariam de polivalentes para médico- cirúrgicas. As dúvidas estão agora em como será feita a reorganização das urgências que Paulo Macedo diz estar a ser feita por peritos. “Poderá haver uma reorganização em termos de valências, a qual é desejável e necessária” Ou seja, estas unidades poderão passar a ter menos valências no período nocturno. Mas sobre esta alegada alteração, o HGO diz não ter ainda qualquer conhecimento e mantém as afirmações da directora clínica, Ana França, publicadas na última edição do Jornal da Região. O HGO “é o único hospital diferenciado, polivalente, a sul do Tejo”, por isso a decisão do Governo “tem de ser em defesa da vida”. O único problema deste serviço é a “falta de recursos humanos”. Aposta na formação O HGO decidiu apostar mais fortemente na formação, ensino e investigação. Para isso foi criado um centro que vai trabalhar estas três áreas que já existiam dentro da unidade, o qual é dirigido pela ex-ministra da Saúde Ana Jorge. “Este centro está organizado para dar mais corpo a projectos de investigação e também obter maior reconhecimento no exterior do trabalho aqui feito”, refere a sua presidente. Esta estrutura começou a organizar-se no final de Janeiro deste ano e está ainda a estudar as linhas de investigação que irá seguir. “Primeiro temos de analisar quais as áreas de investigação que estão em curso no HGO e ouvir os profissionais que aqui trabalham”, refere Ana Jorge. Um trabalho que será muito da responsabilidade comissão científica deste centro. Uma coisa é certa, “vão ser abrangidas diversas áreas”. Neste âmbito de trabalho estão previstas parcerias com outras organizações, nomeadamente laboratórios, com vista a criar todo um conjunto de boas práticas clínicas e tratamentos em favor de “prestar sempre melhores cuidados de saúde para os utentes”. No caso concreto da área da investigação, Ana Jorge refere que “estão a ser feitos contactos com empresas de consultadoria para estabelecer protocolos, sem custos financeiros directos”. Aliás, em matéria financeira Ana Jorge avança que o centro “tem de ser gerador dos seus custos”, isto através do desenvolvimento de estudos e ensaios. “Não esperamos que o HGO coloque dinheiro no centro, temos de ser auto-sustentáveis”. Entretanto está agendado um ciclo de cinco conferências sobre áreas temáticas actuais com relação com o Centro de Formação, Ensino e Investigação. A primeira decorreu no passado dia 28 de Março, mas a próxima está marcada para 2 de Maio e irá debater a "Organização Interna e a Governação dos Hospitais como Factor de Eficiência e Satisfação". Humberto Lameiras
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário