Indefinição no Polis acaba com o Transpraia
O comboio de praia da Costa da Caparica vai recomeçar as viagens entre a cidade e a Fonte da Telha no próximo dia 25 de Abril, apenas aos fins-de-semana. A partir da segunda quinzena de Junho o mais antigo transporte turístico do concelho vai percorrer os carris diariamente, pelo menos até Setembro. Mas este poderá ser, definitivamente, o último ano de funcionamento do Transpraia que há 52 anos faz parte da paisagem da frente atlântica de Almada. Um fim que estará associado ao impasse das obras do programa Polis na Costa da Caparica. Com estas obras o comboio turístico foi obrigado, há quatro, a deslocar-se da frente urbana de praias para a zona do Bairro do Campo da Bola, e com esta mudança “perdeu 75 por cento dos passageiros”, afirma António Pinto da Silva, proprietário deste transporte lançado pelo seu pai. Aos 68 anos, o responsável pela empresa afirma que este negócio “já não tem capacidade financeira para resistir” e determina que se nada mudar o Verão de 2012 “será o último do Transpraia”. “Para além de estar afastado da zona urbana, o Transpraia está quase escondido”, queixa-se António Silva, e “longe da rede de transportes rodoviários”, acrescenta. Ou seja, os novos visitantes da Costa da Caparica não conhecem este transporte turístico que percorre a frente de praias porque não o vêem, e quem sabe que ele existe não se dispõe, com o calor, a andar uma grande distância para o usar. Uma das soluções imediatas para dar novo élan ao Transpraia seria deslocá-lo para frente ao Hotel Costa da Caparica. “Seria um ganho para o turismo na Costa da Caparica”, defende o proprietário. Esta opinião é partilhada pelo presidente da Junta de Freguesia da Costa da Caparica. Diz António Neves que o comboio de praia “é mais uma vítima” do impasse do programa Polis. “As obras estão paradas” e as consequências “negativas” para o desenvolvimento desta localidade turística “já foram apresentadas, por escrito, ao Governo”, inclusivamente ao Ministério do Ambiente gerido pela ministra Assunção Cristas. “Mas ainda não obtivemos qualquer resposta” afirma o autarca. “Existe um silêncio estanho sobre este processo”, acrescenta. No caso concreto do Transpraia, em Setembro do ano passado foi dado conhecimento, por escrito, aos ministérios da Economia, Ambiente e ao primeiro-ministro sobre o risco deste transporte acabar caso não fossem cumpridas as infra-estruturas necessárias para a sobrevivência deste transporte turístico, e prometidas pelo programa Polis. Mas também sobre este alerta “não obtivemos resposta”, lamenta António Neves. O mesmo “silêncio” obteve o alerta da autarquia sobre o risco do rompimento dunar caso não seja cumprido o processo de enchimento artificial de areias. “Da mesma maneira que existe o risco de termos o mar a entrar pela zona norte da cidade da Costa da Caparica, o mais provável é perdermos umdos nossos símbolos turísticos”, ou seja: o Transpraia. Humberto Lameiras
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