Trafaria promete lutar contra o fim das carreiras da Transtejo
A hipótese de se perder a carreira de ligação da Transtejo entre Trafaria e Belém voltou a estar em cima da mesa, mas para a presidente da Junta de Freguesia “é impensável acabar com um transporte que serve a maioria da população na deslocação para o trabalho”. Francisca Parreira reconhece que a crise económica e financeira, nacional e internacional, obriga à contenção de despesas, mas “o serviço prestado pelas operadoras de transportes públicos nunca poderá estar em risco”. Estes são alguns dos argumentos que a autarca fez constar de um ofício dirigido à Secretaria de Estado dos Transportes, onde solicita ainda uma audiência. Aliás, este foi já o terceiro documento enviado por Francisca Parreira ao Governo em defesa da actual ligação fluvial à Trafaria; dois foram enviados durante o anterior governo e o último assim que o executivo de Pedro Passos Coelho tomou posse. Entretanto, surgiram novas indicações que podem não ajudar quem luta por manter este transporte, mais directamente a população da Trafaria e Porto Brandão. Na semana passada o ministro da Economia, Álvaro Santos Pereira, anunciou o Plano Estratégico do Governo para os Transportes em favor de uma política de redução de custos. Este processo envolve a fusão da Transtejo com a Soflusa e a administração do grupo já fez saber que “apoia inteiramente esta opção” que, aliás, foi sugerida pela própria em 2006, por “trazer uma optimização de meios humanos e de frota, tornando a empresa mais eficiente como operadora de transporte”. Quanto a acabar com a ligação fluvial Trafaria/Porto Brandão/Belém, a empresa garante que ainda não tomou nenhuma decisão, mas admite que o quadro de crise nacional obriga a “reequacionar o conceito do serviço de transporte público” para que este “seja sustentável”. A isto acrescenta que, da análise das cinco ligações fluviais asseguradas pelo Grupo Transtejo, a ligação da Trafaria é a que tem menor procura, que agravada pelas condições difíceis de operação, nomeadamente no Inverno, a tornam na ligação menos eficiente. Mais ainda, diz que “levará necessariamente em consideração estes factores na reanálise do serviço que presta, no âmbito da sua colaboração com a Tutela dos Transportes, para a definição da futura contratualização do Serviço Publico”. Ora diz Francisca Parreira que o serviço da Transtejo na Trafaria já começou a ser reanalisado quando em Agosto a frequência das carreiras passou de hora a hora. E aquilo que seria uma experiência passou a ser definitivo a partir de 5 de Setembro, para além disso, o horário da ligação encerra agora duas horas mais cedo. “Esta alteração já teve reflexos negativos não só na deslocação das pessoas como na restauração”, uma actividade comercial que a autarca diz ser fundamental para a freguesia. Por tudo isto, a presidente da Junta acredita que “o sentido de coerência vai manter- se”, e que a ligação fluvial também. Entretanto, a 16 de Setembro, um grupo de cidadãos de Porto Brandão unidos no movimento cívico “Catraia”, organizaram uma vigília em defesa desta ligação fluvial, tendo recolhido cerca de 500 assinaturas que “serão entregues à Administração da Transtejo e cópia enviada para a Junta de Freguesia de Caparica e Câmara de Almada”, diz Nuno Silva, elemento deste movimento. “Brevemente será marcada nova vigília”, avança. “O fim desta ligação fluvial será demasiado negativo para o Porto Brandão, por isso não podemos pactuar com essa decisão”, acrescenta.
quinta-feira, 13 de outubro de 2011
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