Estudo realizado na Amadora revela números preocupantes sobre hábitos alimentares
O número de crianças obesas no concelho Amadora é seis por cento superior à média calculada para a Região de Lisboa e Vale do Tejo, de acordo com os dados recolhidos pelo POPE – projecto lançado pelo Hospital Fernando da Fonseca (HFF), em parceria com a Câmara da Municipal da Amadora (CMA) e a multinacional Nestlé, que visa prevenção da obesidade infantil em meio escolar. Um resultado “preocupante” que tem de ser combatido com “o incentivo à prática desportiva”, considera Graciete Bragança, do serviço de pediatria do HFF e coordenadora do projecto. Há uma elevada percentagem de crianças da Amadora que não comem cereais, pão ou lacticínios ao pequeno-almoço (cerca de 12 por cento). As frutas e vegetais também são raros para uma quantidade significativa destas crianças (cerca de um terço) e os refrigerantes são a bebida por excelência. Conclusões do inquérito levado a cabo pelo HFF, em conjunto com os parceiros, num universo de cerca de 2500 crianças e respectivas famílias dos jardins-de-infância e escolas do 1.º Ciclo dos agrupamentos Cardoso Lopes, José Cardoso Pires, D. João V e Pedro D’Orey da Cunha. Este estudo está inserido no projecto lançado em Janeiro deste ano de combate à obesidade infantil nas escolas do concelho da Amadora, onde se tenta prevenir a obesidade infantil através da promoção de uma alimentação saudável e prática desportiva num contexto escolar. Ainda de acordo com os resultados do estudo, 38 por cento das crianças inquiridas encontram- se em excesso de peso, seis por cento acima da média calculada para Lisboa e Vale do Tejo através de um estudo nacional. “Os dados que obtivemos dão conta que há muitas crianças com uma alimentação deficiente, a par de hábitos sedentários, passando muitas horas em frente à televisão, sem praticar qualquer tipo de desporto”, afirmando Graciete Bragança, na semana passada, durante a sessão de apresentação dos resultados do primeiro ano do POPE. “A estratégia de intervenção deverá passar pela criação de estruturas na comunidade que permitam a prática desportiva”, avançou a responsável, acrescentando que “é importante que as escolas façam uma avaliação no início e no final do ano lectivo para saber o que mudou”. A vice-presidente da CMA, Carla Tavares, responsável pelo pelouro da Educação, lembrou que “em 2003, quando foi lançado o primeiro concurso público internacional com os nossos nutricionistas para a alimentação escolar, houve muitos pais a contestar as ementas porque preferiam que os filhos comessem,mesmo que fosse douradinhos ou salsichas”. A responsável adiantou que “é mais difícil educar os pais do que os filhos”, mas considerou “existir uma mudança de mentalidade ainda que insuficiente”. Motivos que levam a considerar “é necessário continuar este trabalho”. Este projecto de prevenção da obesidade pediátrica na escola é um programa que irá decorrer ao longo de seis anos.
quarta-feira, 26 de outubro de 2011
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário