Ministério da Saúde estabelece parceria com Fundação Champalimaud
A parceria entre o Estado e a Fundação Champalimaud vai permitir aumentar o rastreio, diagnóstico e tratamento dos doentes com cancro da mama, que poderão ser encaminhados para aquele centro de investigação a partir de Junho. A ministra da Saúde, que assinou recentemente um protocolo com a Fundação, afirmou que o cancro da mama é uma das áreas prioritárias desta parceria, aumentando rastreios e melhorando diagnósticos. “Se aumentarmos o rastreio, nomeadamente na região de Lisboa e Vale do Tejo onde o rastreio é muito incipiente, poderemos dar uma resposta muito maior, beneficiando as mulheres com um diagnóstico precoce”, declarou a ministra aos jornalistas. O Centro de Investigação Champalimaud, que contará também com um hospital, poderá ajudar o Serviço Nacional de Saúde (SNS) com o diagnóstico e tratamento da doença, que é um dos tumores mais frequentes em Portugal. No entanto, a ministra admite que ainda não está definido quanto é que cada doente encaminhado para a Fundação custará ao Estado. “Depois terá de ser obviamente estabelecido os custos que o SNS gasta com o tratamento dos doentes, o que será feito instituição a instituição, com a supervisão da Coordenação Nacional para as Doenças Oncológicas”, disse a ministra. Os investigadores da Fundação Champalimaud vão ter acesso aos bancos de tumores dos hospitais públicos para ajudar na investigação científica, revelou ainda a ministra da Saúde. Na sua primeira visita ao Centro para o Desconhecido da Fundação Champalimaud em funcionamento, a ministra Ana Jorge revelou que os investigadores da Fundação vão passar a ter acesso aos bancos de tumores que existem em alguns hospitais portugueses. “Os bancos de tumores existem nas instituições do Serviço Nacional de Saúde e foi muito conquistado pelos profissionais portugueses, porque necessitam deles para os processos de investigação. Aquilo que o protocolo permite é que pode haver processos de investigação em conjunto”, referiu Ana Jorge aos jornalistas. Também a presidente da Fundação Champalimaud, Leonor Beleza, sublinhou que os investigadores precisam de ter acesso a doentes e a material que possa ser estudado. Em contrapartida, “a fundação também abre as portas aos investigadores e aos médicos do SNS” para um trabalho conjunto. “O protocolo também possibilita fazermos, em conjunto com outras instituições, investigação clínica, incluindo doentes que estão em instituições do SNS ou aqui”, afirmou. Globalmente, o protocolo assinado abre a porta a que os doentes com cancro seguidos no SNS tenham acesso aos tratamentos e à investigação do Centro Champalimaud. Contudo, a percentagem de doentes a serem tratados e os custos que este encaminhamento envolve para o Estado ainda não estão definidos.
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