Parques de Sintra-Monte da Lua ‘devolve’ imóvel histórico aos visitantes do Parque da Pena
Renascido das cinzas, do incêndio que o consumiu em 1999, o Chalet da Condessa volta a exibir o seu esplendor na zona ocidental do Parque da Pena. Juntamente com a requalificação dos jardins envolventes, o imóvel deixou para trás os andaimes que, após mais de uma década, ensobravam a arquitectura de um edifício construído pelo Rei D. Fernando II, em 1870, para a sua segunda mulher, Elise Hensler. A Parques de Sintra-Monte da Lua (PSML) assinalou, esta terça-feira, a conclusão dos trabalhos de consolidação e reforço estrutural, reconstrução até à fase de toscos (paredes, pavimento e coberturas, vãos e varanda) e instalação de infra-estruturas (electricidade, comunicações, segurança, água e esgotos), numa cerimónia que contou com a presença da ministra do Ambiente, Dulce Pássaro, do secretário de Estado do Turismo, Bernardo Trindade, do presidente da Câmara de Sintra, Fernando Seara, assim como da embaixadora da Noruega, Inga Magistad. Esta primeira fase dos trabalhos, que arrancou em 2007, representou um investimento de cerca de um milhão e meio de euros, comparticipados em 840 mil euros pelo mecanismo europeu EEA Grants. A partir de agora, o investimento de reabilitação do interior, sala a sala, poderá ascender a igual montante e durar mais "um a dois anos". Durante a realização dos trabalhos, à semelhança do que aconteceu nesta primeira fase, os visitantes são convidados a visitar a realização das obras e constatarem o andamento da intervenção. O objectivo é, a par da reabilitação de um património único, ao estilo dos ‘chalets’ de montanha das regiões alpinas do Norte da Europa,criar um novo pólo de atracção do Parque da Pena. Uma alternativa de visita ao Palácio da Pena, que surge no horizonte ao visitante da zona de envolvência do Chalet da Condessa. Um imóvel que poderá acolher "pequenas exposições, lançamento de livros, pequenos eventos culturais ligados a D. Fernando, à Condessa, ao Romatismo, a Sintra", como salienta o arquitecto José Maria Lobo de Carvalho, responsável pelo restauro do Chalet. O espaço vai acolher um espaço multimédia, uma sala de apoio ao visitante, para as pessoas serem enquadradas na realidade do tempo de D. Fernando, da Condessa d’Edla e da construção do imóvel. Na cerimónia de inauguração, António Lamas, presidente do conselho de administração da PSML, recordou que "recuperar o Chalet e o Jardim da Condessa era uma prioridade há muito reivindicada por todos os que se interessam pelo património de Sintra e pela própria UNESCO", Trata-se de "um edifício muito simples, mas com uma forte carga cénica, não só pelo local e pelas vistas que dele se avistam, mas também pelo reboco exterior, em massa, pintada a fingir um revestimento em madeira e pelo uso exaustivo da cortiça como elemento decorativo". O revestimento exterior da cortiça, aliás, volta agora a ser uma das principais imagens demarca do imóvel. Para trás ficou uma imagem de completa degradação, que ainda estava visível em 2006. "Os escombros estavam no chão e esta zona envolvente estava quase impenetrável, com a queda de ramos e o crescimento do coberto vegetal ao longo de mais de 50 anos", frisou António Lamas. Desde 2007, a PSML tem promovido um árduo trabalho de reabilitação, marcado pelo rigor histórico e autenticidade histórica. "A recuperação do Chalet da Condessa assumiu-se, desde o início, como uma reposição de uma perda cultural por acto humano e, portanto, como reconstrução de um imóvel classificado, em 1993, e de grande importância histórica e artística em contexto paisagístico no Parque da Pena", reforçou o presidente do conselho de administração da PSML. Além do Chalet, também o jardim envolvente foi alvo de profundo restauro, com a reposição e introdução de espécies botânicas oriundas de várias espécies do mundo, num investimento que ascendeu a cerca de um milhão e 350 mil euros (600 mil do EEA Grantes). Coordenado pelo engenheiro Nuno Oliveira, o programa de restauro
devolveu ao espaço, na zona ocidental do Parque da Pena, todo o carácter romântico dos jardins. "Na valorização da colecção botânica, removeram-se as espécies infestantes e, após uma aprofundada pesquisa histórica, procedeu-se à plantação de mais de oito mil plantas", realçou António Lamas. A intervenção de requalificação do Chalet da Condessa contemplou, ainda, a requalificação do portão e da casa do guarda, que serve agora como bilheteira, "nas traseiras da qual será construída uma cafetaria e instalações sanitárias para toda a zona".
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