quinta-feira, 26 de maio de 2011

Escolas menos problemáticas em Almada

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Programa apresenta resultados positivos no combate ao abandono escolar e à indisciplina Menos indisciplina, redução do abandono escolar e melhor aprendizagem são os resultados da aplicação do Programa Territórios Educativos de Intervenção Prioritária (TEIP), dirigido às escolas problemáticas. No total do país são 105 os agrupamentos abrangidos por esta medida, sendo quatro deles do concelho de Almada: Agrupamento de Escolas Monte Caparica, Agrupamento de Escolas Miradouro de Alfazina e Agrupamento de Escolas Trafaria. Os resultados finais deste estudo deverão ser tornados públicos ainda em Maio, e resultam do trabalho encomendado pela direcção-geral de Inovação e de Desenvolvimento Curricular ao Centro de Investigação e Estudos de Sociologia. “Em traços gerais pode afirma-se que o programa TEIP está a ter um resultado positivo”, comenta Pedro Abrantes, coordenador do estudo. “O abandono e a indisciplina têm reduzido de forma significativa na grande maioria das escolas”, conclui, acrescentado que “cerca de metade evoluiu de forma muito positiva em termos de resultados escolares”. O Agrupamento de Escolas Monte Caparica é um destes exemplos. “Fazemos uma avaliação muito positiva”, afirma a professora Inês de Castro, directora deste agrupamento com cerca de 1200 alunos e que integra o programa TEIP desde 1996. No entanto o trabalho a sério com os alunos problemáticos só começou verdadeiramente em 2006. “Foi pena este programa ter sido esquecido pela tutela durante anos”, lamenta. Ou seja, só avançou com a anterior ministra da Educação do governo socialista, Maria de Lurdes Rodrigues. Considerado um agrupamento “muito complicado”, como classifica Inês de Castro, em quatro anos o trabalho com os alunos que integraram este programa, que a escola designou de Ancoragem, e respectivas famílias, resultou em “menos indisciplina, menos violência e melhor aproveitamento”. Para a professora existe agora um “melhor clima dentro da escola”, mas também diz que “ainda existe um longo caminho a percorrer”. Para acompanhar os alunos que frequentam este programa a escola precisou de contratar profissionais de áreas específicas como, por exemplo, um mediador para a população de etnia cigana, animadores socioculturais e mais professores. Ou seja, um conjunto de recursos humanos adicionais facultados pelo Ministério da Educação. “Transmitimos à comunidade que a educação é um bem em si mesmo para a inserção na sociedade e combater a reprodução da pobreza”, diz a directora do agrupamento. Com resultados claros da aplicação do programa TEIP, a professora Inês de Castro não tem qualquer dúvida de que esta medida não pode voltar para a gaveta, o que a acontecer seria “um retrocesso irrecuperável”. Pelas suas contas, “dentro de três ou quatro anos”, todos os problemas que existiam dentro do Agrupamento Monte de Caparica estariam de volta. A questão é que o contrato estabelecido para este programa é até 2012. “Espero que seja renovado”, comenta.

1 comentário:

Anónimo disse...

Oi é a 3ª vez que vi o teu espaço online e gostei imenso!Espectacular Trabalho!
Cumps