quinta-feira, 1 de julho de 2010

Bombeiros vão estar mais à mão

Ver edição completa Corporação de Linda-a-Pastora avança com criação de equipa de salvamento em bicicleta Reforçar a imagem de uma força de socorro que está sempre por perto no tempo certo, e manter a condição física enquanto se exerce a necessária vigilância e prevenção… Estes são os dois grandes objectivos do novo serviço prestado, a partir já deste fim-de-semana, pelos Bombeiros Voluntários de Linda-a-Pastora (BVLP). Designado Bike Rescue Team (Equipa de Salvamento em Bicicleta), o projecto, apontado como inovador em Oeiras e nos concelhos limítrofes, assenta na mobilidade de duas bicicletas todo-o-terreno que levam à ilharga diverso material para assistência a pessoas em dificuldades, além de um extintor, e que estarão em contacto permanente com a Central dos Bombeiros... Pensado, especialmente, para permitir uma primeira intervenção enquanto se aguarda pela chegada da ambulância, sobretudo em áreas onde se aglomerem grande número de pessoas em eventos culturais, desportivos ou de lazer, a iniciativa, nascida no seio de uma das secções dos BVLP (a Secção Ómega), vai patrulhar com regularidade a freguesia de Queijas – com destaque para zonas como o Mercado e Igreja, a Alameda, o Parque de Desportos (junto ao bairro da cooperativa Cheuni), supermercado, e a Urbanização Nova LAP (parque diversão radical) – e grande parte do Complexo Desportivo do Jamor, este caso, tendo em vista, particularmente, o vasto número de provas e espectáculos ali realizados. “Em cenários com milhares de pessoas concentradas é mais difícil às ambulâncias chegarem a determinados pontos; nesses casos, as bicicletas, conduzidas por pessoas habilitadas a prestar primeiros socorros, podem fazer a diferença, mais ainda, por exemplo, quando há emergências de reanimação, em que todos os segundos contam para salvar vidas”, salientou ao JR Rogério Madureira, chefe da Secção Ómega, adiantando que, em média, por ano, aquela corporação é chamada a participar no dispositivo de prevenção de 60 a 70 eventos no Jamor. As patrulhas da Bike Rescue Team vão decorrer aos fins-de-semana e feriados, excepcionalmente nos dias úteis em que algum espectáculo ou evento desportivo o justifique. Mas sem nunca interferir com o funcionamento das regulares operações e missões dos BVLP. “Serão sempre apenas um meio complementar de socorro”, ressalva o comandante Jorge Vicente, responsável máximo da corporação, que se tornou um entusiasta da ideia, não só pelo aumento da eficácia em termos de socorro, mas também pelos benefícios na visibilidade e na imagem dos bombeiros. “Hoje em dia, as pessoas querem ser socorridas e com qualidade, independentemente de quem preste o serviço, e nós temos que estar sempre prontos a prestar mais e melhor serviços”, frisa o comandante, certo de que a iniciativa irá aumentar a relação de proximidade com a população. “Mesmo não existindo concertos ou provas desportivas, no Jamor há sempre actividades em família e, quando menos se espera, uma criança pode sofrer uma queda, um idoso pode sentir-se mal, ou é preciso dar uma informação, e se os nossos elementos estiverem por perto pode ser uma ajuda valiosa”. Cada bicicleta leva duas malas de socorrismo em jeito de bagageira. Nelas é possível encontrar, entre outros materiais, soros, compressas, luvas, ligaduras, esfignomanómetro (para ver a tensão arterial), lanterna com fotopupilar, uma máquina para fazer testes de açúcar no sangue, material de trauma (como colares cervicais e talas), um lençol para queimados, gelo. Mas também uma prancheta onde serão registados os dados da vítima e os procedimentos já feitos pelos elementos da Bike Rescue Team. “Assim, quando chega a ambulância, o processo de salvamento já está iniciado”, sublinha Rogério Madureira. O projecto custou entre 1000 e 1200 euros, verba que foi conseguida graças ao apoio da Junta de Freguesia de Queijas e de uma empresa privada. “Se viermos a constatar que o serviço tem muitas solicitações, poder-se-á pensar em adquirir uma terceira bicicleta”, diz Rogério Madureira, adiantando que os candidatos a tripulantes incluem não só os 15 elementos da Secção Ómega, mas os membros das outras secções. “O objectivo é ter 15 a 20 elementos nesta missão, com formação específica, nomeadamente em métodos de actuação no terreno porque não poderão atirar com as bicicletas para qualquer lado na via pública, pois, têm que defender a boa imagem dos Bombeiros”. O que incluirá exibir boa forma física nos verdadeiros ‘prémios de montanha’ que o itinerário contém: é que o regresso do Jamor ao quartel, sempre a subir, não será pêra-doce...

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