terça-feira, 13 de julho de 2010

Amadora nega terrorismo

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Município liderado por Joaquim Raposo responde às críticas de Sintra "A Câmara da Amadora não se prepara para ‘num ataque terrorista, despejar em Sintra as 2300 famílias a viverem ainda em barracas’". É desta forma que o município liderado por Joaquim Raposo responde às críticas da autarquia sintrense, em especial do vice-presidente Marco Almeida, sobre a aquisição de fogos no concelho de Sintra destinados a realojar famílias da Amadora. Em comunicado, a autarquia da Amadora esclarece que foram adquiridos 19 fogos, 11 dos quais em sete freguesias de Sintra, mas que vai assegurar o acompanhamento dessas famílias. "Trata-se de realojamento de famílias acompanhadas pelos técnicos da Amadora, à semelhança do que tem vindo a ser feito ao longo de vários anos, como, por exemplo, no Bairro da Coopalme, em Algueirão, onde habitam há dez anos cerca de 40 agregados familiares realojados pela Câmara da Amadora e devidamente acompanhados pelos nossos serviços técnicos através de um gabinete de atendimento no local", pode ler-se no comunicado. Advertindo que os fogos foram adquiridos "no mercado livre, através de imobiliárias e da banca", a Câmara da Amadora esclarece que apenas está empenhada "em ajudar as suas famílias a encontrar condições dignas de habitação, promovendo a sua inclusão sem qualquer estigma". Numa resposta directa às críticas de autarcas de Sintra, o município vizinho esclarece que, num princípio de "igualdade de oportunidades", está empenhada ainda "em apoiar todos os que residem, trabalham ou estudam no seu território" e cita o exemplo da Escola Seomara Costa Primo que, num universo de 1381 alunos, acolhe 700 jovens oriundos de Sintra, "recebendo desta autarquia (Amadora) o mesmo tratamento e apoio que qualquer outro aluno, independentemente da sua origem". O comunicado do município da Amadora corrige, ainda, os números avançados por Marco Almeida, sobre a existência de 2300 famílias a viverem em barracas, dando nota que existem "apenas 1544 famílias por realojar", 23,14% dos agregados recenseados em 1993 no âmbito do Programa Especial de Realojamento. "Desde então, esta autarquia já resolveu o problema de 5127 famílias não só através do simples realojamento, mas também através do PER-Famílias (413), do Programa de Apoio ao Auto-Realojamento (422) e do Programa Retorno (44)", revela o município da Amadora. Recorde-se que o assunto foi aflorado em recente sessão da Assembleia Municipal de Sintra, com Marco Almeida a acusar a Câmara da Amadora de "agir de má-fé e em forma de emboscada, com uma acção terrorista junto do concelho de Sintra", numa posição convergente com as críticas enunciadas por Fátima Campos, presidente da Junta de Monte Abraão, uma das freguesias onde foram adquiridos dois fogos. A polémica voltou à baila em sessão camarária, com a bancada socialista a partilhar dos reparos à atitude da autarquia vizinha. "O município de Sintra está disponível para receber todos, mas não está disponível para servir de ponto de refugiados ou de exílio de municípios vizinhos", sublinhou a eleita socialista Ana Queiroz do Vale.

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